domingo, 17 de abril de 2011
Sebastião Salgado conclui seu "Gêneses", após anos de trabalho
Rio de Janeiro, 17 abr (EFE).- O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, de 67 anos, concluiu o projeto "Gêneses", o seu último grande trabalho que o levou a dezenas de países a procura de lugares "ainda não destruídos" pelo homem.
"Estou convencido que poderemos sobreviver se obedecermos determinadas normas e modificarmos um pouco nosso comportamento", disse Salgado em entrevista publicada neste domingo a revista do jornal "O Globo".
O fotógrafo brasileiro, que registrou com sua câmera alguns dos piores desastres ecológicos e humanos ocorridos nas últimas quatro décadas, disse que se propôs "buscar esperança" após terminar seu trabalho "Êxodos", no qual durante quase cinco anos trabalhou com o drama global das migrações.
"Tinha visto muitas catástrofes, genocídios e coisas terríveis", confessou Salgado, que explicou que em "Gêneses" tratou de "ver e mostrar a riqueza deste planeta, a personalidade, a dignidade de muitas paisagens e pessoas".
O fotógrafo disse que descobriu essa riqueza e essa dignidade em tribos indígenas da Amazônia brasileira, nas montanhas da Grande Savana venezuelana, em algumas regiões do Alasca, Etiópia, Sudão, Nova Guiné, Zâmbia e outras dezenas de países que percorreu no marco deste projeto.
Agora seu desejo é que a exposição "Gêneses" seja apresentada pela primeira vez em Washington, pois "Estados Unidos tem um enorme influência no mundo como principal potência econômica e militar do planeta".
No entanto, disse que está negociando e que a exposição, que terá cerca de 300 fotografias e depois será itinerante, pode ser montada pela primeira vez em Milão ou Tóquio.
O que já definiu é que durante o primeiro trimestre de 2012, parte da exposição será montada no Rio de Janeiro e São Paulo, no marco dos preparativos para a Copa do Mundo de futebol de 2014, que será organizado pelo Brasil.
O fotógrafo também revelou que, a seus 67 anos, já não voltará a iniciar um projeto da envergadura de "Gêneses", que demandou sete anos de trabalho e viagens ao redor do mundo.
"É meu último grande projeto", pois "perto dos 70 anos não posso assumir outra vez uma carga de responsabilidade tão forte", disse. EFE
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