segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
que me aparto de vós, oh óleos
que me aparto de vós, oh óleos
Rogel Samuel
que me aparto de vós, oh óleos
do Rio Negro. Das axilas
de coca-cola, de mel. Produto impuro
banho de esperma ferve
paquidérmicas pélas chatas
vos deixo, oh mães orquídeas terra
régia fera guerra estéril e amorosa
e no longo corredor me enrosco
meu aeroplano tece
sobre vossas plastificadas canoas de ferro
goma arábica ungüento espesso
caboclo jovem mãe planície
negra magra seda
de vós finalmente me aparto
águas lixiviadas e menstruais
lembranças de ventres de tarântulas
de cristal
de vós me aparto para sempre
esmorecido de vós sucumbido
por vossa fênix por vosso lenho
vos esqueço, oh pélvica morada
de deuses mortos de silvos profundos
e neste ar meu aeroplano tece
e é expelido pelas tuas pernas
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