sábado, 12 de abril de 2008

poemas de friday harbour

poemas de friday harbour

rogel samuel








Na Ilha de Friday Harbour
caem poemas do céu
estrofes de Longfellow
nas folhasinhas da horta
que um deer um dia comeu
oh sabedorias aladas
nas placas nacas do mel
das árvores engravidadas
típicas moradas
da Ilha de Friday Harbour
onde por quase nada
saem poemas do chão











MAS NA ILHA DE FRIDAY HARBOUR
O DIA É MUITO MAIS LONGO
HÁ SÓIS POR TODOS OS LADOS
UNS NASCENDO, OUTROS SE PONDO
DE TAL MODO QUE O QUADRO
FICA EM FORMA DE XADREZ
(ALI TODOS TÊM VEZ)
SÃO VOZES BEM CONJUGADAS
HOKAI SUSAN TRINLEY
TODOS DE IGUAL MEDIDA
NA CONSTRUÇÃO DA MANHÃ
MEUS IRMÃOS E IRMÃS
CADA QUAL TEM O SEU SOL
ALÔ ALÔ MADRUGADA
NADA DE LUZ APAGADA
NA ILHA DE FRIDAY HARBOUR

















MESMO AS ORCAS DAS ILHAS
QUE SAEM SEM TER NENHUM PEJO
GORDAS E ASSANHADAS
VÃO POR ALI COM SEU BEIJO
PODEM ESTAR GLORIOSAS
TECNICOLORES MODA
DEMOCRÁTICAS AMERICANAS
ALI BALEIA BACANA
E TEMO QUE UM DIA PASSE
SEM QUE VEJA O MEU AMOR
DIZEM QUE MUDOU DE SEXO
OU ATÉ MESMO DE COR













bem está quem nessa ilha
sabe seu bem cortejar
por aqui passou o rei
e por aqui passará
a sua sagrada filha








tudo aqui nesta ilha
na ilha de Friday harbour
parece coisa de fada
as bandeirolas ao vento
a imaginária enseada
nada é feito a lamento
mas para contemplação
o soluço do silêncio
primeiro me faz sonhar
depois me moe de bocejos
tudo aqui nesta ilha
tem a mole maravilha
desta bela primavera
do senhor juan de fuca
dos anos de mil e tal
ao velho capitão vancouver
dos anos de setecentos








só na ilha de friday harbour
tive esta inspiração
onde por quase nada
poemas crescem do chão
onde as orcas das ilhas
saem passeando em pelo
e a lua movida a pilha
desenrosca seu novelo
















estou muito contente
com a lucidez dos faróis
que a noite põe no seu teto
quando estende seus lençóis
bem está quem nesta ilha
mora com seu amor
por aqui passou o rei
e logo mais passará
a sua lendária filha













não tem idéia onde pisa
nem onde me põe a paixão
há figurativas milhas
sob o tume do calção
bem está quem nessa ilha
nunca olha para o lado
pois não vê, misericórdia
quão rápido passa o amado















na ilha de san juan
verdadeiro nome da ilha
uma baía é chamada falsa
quem a vê não sob as águas
onde esconde a falsidade
nem se a baía atende
pelo nome de renome
que a faz tão respeitada
quão se sabe que ela mente
em vez de abrigo, desastre
traz para quem dela se sente

Nenhum comentário: