quinta-feira, 10 de maio de 2012

Alheio a clipes e polêmicas de última hora, o racismo no esporte ainda é tolerado

 

Polêmica com Neymar é irrelevante perto do racismo no esporte
Fazia tempo que Neymar não era notícia simplesmente pelo grande futebol que tem apresentado. A suspeita de racismo levantada pela opinião pública pelo fato do jogador usar uma fantasia de gorila na música "Kong", do cantor Alexandre Pires parece infundada. Assisti ao clipe e achei tudo de gosto bastante duvidoso, mas não racista.
No entanto, não sou crítico de música. O tema me chamou atenção pela proporção que tomou. O caso contrasta de forma absurda por outros casos clamorosos de racismo no esporte e no futebol sul-americano que foram praticamente ignorados por cartolas, governo e opinião pública.
Um dos mais recentes envolve o próprio Neymar. Que foi alvo da torcida do Bolívar, que atirou bananas em direção ao brasileiro. Outros imitavam um macaco. Por mais revoltante que possa parecer, o caso não recebeu muita atenção. Dirigentes do Santos exigiram providências da Conmebol, mas foram ignorados. A CBF decidiu não se envolver e tudo ficou por isso mesmo. E o próprio craque preferiu dar o assunto por encerrado.
Quem tem um pouco mais de memória, vai lembrar do famoso Caso Grafite. Tudo começou no confronto entre São Paulo e Quilmes pela libertadores. O atleta argentino Leandro Desábato teria xingado Grafite de "Negro de m..., filho da p..., negrinho". O brasileiro revidou e acabou expulso, mas denunciou o caso e zagueiro argentino chegou a ficar detido alguns dias.
O caso Grafite aconteceu em 2005. E de lá para cá pouca coisa mudou no futebol sul-americano. Atletas negros continuam sendo alvo de racismo. E apesar disso, será Neymar que terá que se explicar ao Ministério Público por ter colocado uma fantasia de gorila.

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