sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Carlos Castelo Branco na Academia Brasileira

Carlos Castelo Branco na Academia Brasileira



Carlos Castelo Branco na Academia Brasileira

Rogel samuel


Leio em "Os dias esquecidos" de Ascendino Leite que num dia quentíssimo do Rio de Janeiro
- fazia 43 graus, disse Ascendino - Carlos Castelo Branco foi eleito para a ABL.

Era o dia 4 de novembro de 1983.

Carlos Castelo Branco teve 21 votos, Mário Quintana derrotado 17 votos.

Quintana concorreu três vezes, sempre derrotado.

Carlos Castelo Branco sucedeu a R. Magalhães Júnior.

Entrevistado, Quintana disse:

- Não fui eleito, mas estou em boa companhia, como a de Monteiro Lobato, que tentou duas
vezes.

Ascendino, sempre ácido, chamou o poeta Quintana de "desmunhecado", o que não sei o que quis dizer. E "meio amargo".

Ascendino lembra que a Academia recusou Jorge de Lima 3 ou 4 vezes. "Vergonha irreparável",
diz.

Acontece que Jorge de Lima era meio "louco". Louco de genialidade. Contam que ela entrava em delírio, subia na mesa. Dizem que seu psiquiatra foi quem o aconselhou a escrever "Invenção de Orfeu", como terapia. Aquele psiquiatra merecia uma homenagem nacional.

Carlos Castelo Branco declarou que tinha sido eleito por seu jornalismo.

- "Minha obra literária é escassa e remota".

Mas Carlos Castelo Branco era um extraordinário escritor.

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