segunda-feira, 18 de abril de 2011
Maestro Minczuk pede demissão do Theatro Municipal após divergência com músicos da OSB
Deputados estaduais discutem crise da OSB sem a presença de representantes da fundação que administra a orquestra
18/04/2011 - 19h25
Cultura
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Por decisão da diretoria da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira (Fosb), a entidade não mandou nenhum representante à audiência pública promovida hoje (18) pela Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A audiência foi convocada para debater a crise que se instalou na Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) com a demissão de 33 músicos que não aceitaram se submeter à avaliação determinada pela direção da companhia.
O presidente da comissão, deputado Robson Leite (PT-RJ), disse à Agência Brasil que existem "indícios claros" de desrespeito aos direitos humanos e de assédio moral por parte da direção da orquestra. "A gente vai apurar isso também”, garantiu. Ele lamentou a “falta de consideração” da direção da orquestra, que não deu nenhuma justificativa para a ausência na audiência pública.
O parlamentar criticou a decisão de avaliar a competência técnica dos músicos da OSB. “É difícil de imaginar que um músico, com 30 anos de orquestra, tenha que fazer uma prova. Não entra na cabeça de ninguém. Se você quer fazer uma avaliação, que a faça de forma regular para aprimorar e melhorar a qualidade dos músicos. É diferente”.
A presidenta do Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (Sindmusi), Débora Cheyne, espera que haja conciliação entre a direção da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) e os músicos da entidade.
Ela acredita que não há necessidade de submeter os músicos à avaliações de competência técnica porque eles passam por avaliações "diariamente, nos ensaios, e nas apresentações, pelo público".
A proposta do sindicato para reintegração dos músicos demitidos está sendo avaliada hoje (18) pelo conselho da Fundação OSB. Na audiência da Alerj, a presidenta do Sindmusi, que também integra a OSB, esclareceu que a avaliação de desempenho exigida pela direção da orquestra foi “a gota d’água” em um processo de desgaste com os músicos que já vinha ocorrendo há cinco ou seis anos.
A demissão dos músicos trouxe, segundo Débora, a interrupção do processo de criação e de maturação das peças que seriam apresentadas na temporada de 2011, que corre o risco de se cancelada por causa da crise.
Edição: Vinicius Doria
Redação SRZD |
O maestro Roberto Minczuk pediu nesta segunda-feira a exoneração do cargo de diretor artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A saída de Minczuk, que ainda permanece à frente da Orquestra Sinfônica Brasileira, foi acertada depois de uma reunião com o conselho curador da Orquestra.
"O conselho formalizou ao maestro o desejo de tê-lo integralmente dedicado à reestruturação por que passa a orquestra e pediu seu desligamento do Theatro Municipal. Frente às circunstâncias, a presidente da Fundação Theatro Municipal, Carla Camurati, aceitou Roberto Minczuk", segundo nota enviada pelo teatro.
A direção artística do teatro passará para o maestro Sílvio Viegas, regente titular da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal (OSTM).
Minczuk passa por uma crise na OSB depois que 33 músicos foram demitidos por não cumprirem a avaliação de desempenho. Alguns músicos pedem à administração o afastamento do maestro do cargo.
O maestro Roberto Minczuk pediu exoneração do cargo de Diretor Artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro após uma reunião com o Conselho da Orquestra Sinfônica Brasileira, realizada na manhã desta segunda-feira (18). Apesar da exoneração, Minczuk segue como maestro da OSB.
O pedido de exoneração de Minczuk foi uma solicitação da própria Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira, que formalizou ao maestro o desejo de tê-lo integralmente dedicado à restruturação por que passa a instituição.
Com a decisão, o regente titular da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal (OSTM), maestro Sílvio Viegas, passa a responder interinamente pelo cargo.
A contraproposta elaborada por músicos demitidos da Fundação OSB, para que aceitem a reintegração à instituição, pede que Minczuk deixe de ocupar a mesma função na Orquestra Sinfônica Brasileira, além do afastamento do maestro do cargo de regente titular.
Avaliações podem mudar
Em reunião realizada nesta segunda (18), o conselho que integra a fundação ratificou a proposta de readmissão dos músicos afastados, convertendo as justas causas em suspensão de dois dias. O retorno imediato às funções regulares fica condicionado à realização da avaliação de desempenho, agendada para junho, nos moldes sugeridos pelos próprios músicos na reunião realizada em conjunto com o representantes do conselho no último dia 8.
As avaliações serão adaptadas para um formato de música de câmara, em que os músicos formarão seus próprios conjuntos e escolherão peças de uma lista de compositores do clássico ao contemporâneo, fornecida pelo maestro. Eles apresentarão dois movimentos contrastantes para uma banca composta pelo maestro, o chefe de naipe e três convidados externos escolhidos pelo maestro e referendados pelo conselho.
O conselho da Fundação OSB também propôs a reabertura do prazo para sugestões dos músicos ao novo regimento interno, submetido à aprovação; a criação de um conselho artístico para auxiliar na retomada da temporada 2011; e a continuidade das atividades da OSB Jovem. O prazo estabelecido pelo conselho para que os músicos possam ser reintegrados às suas atividades é o próximo dia 25.
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