Jorge Bandeira (*)
Benayas Inácio Pereira nasceu na cidade de Nova Granada (SP), em 15 de abril de 1935. O campo das artes se descortina a ele com a produção de seus primeiros poemas, datados do ano de 1956. Sua produção é renovada a cada ano, e seu "xodó" artístico é o projeto "O Encontro das Artes", iniciado em 2001, cuja característica principal é aliar a produção de músicos instrumentistas eruditos a talentos que estariam isolados em suas produções musicais.
As influências primordiais encontradas em seu trabalho, seja poesia, crônica ouconto, são frutos diretos das experiências e dos conhecimentos adquiridos no meio acadêmico e cultural, somados ao grande cabedal de livros com os quais entrou e entra em contato, e que o levaram de forma precisa ao exercício da função com que é conhecido: revisor de livros e revistas.
Trabalhou nos jornais "A Crítica" e "O Estado do Amazonas", revisando textos e escrevendo artigos, especialmente nos cadernos culturais. Sua função de maiorregularidade, revisor de obras literárias, concentra-se nas publicações da EditoraValer e da Edua, Editora da Universidade Federal do Amazonas.
Desde 1990 é membro da "Casa do Poeta Lampião de Gás", local berço da poesia clássica. Participou de inúmeros recitais poéticos e concursos literários, o que lhe fez angariar vários troféus, diplomas e menções honrosas. Sua vasta obra soma até hoje mais de 200 títulos editados, entre crônicas, editoriais e poesias. Espera, ainda, a publicação de seu inédito livro de poemas "Um Flamboyã na Calçada", além de uma obra de crônicas.
Sobre o fazer artístico atual em Manaus, observa o nascimento de movimentos literários como o CLAM, Clube Literário do Amazonas, que gradativamente vai mostrando a nova cara da literatura amazonense. A respeito da música erudita e do Festival de Óperas, considera que, apesar de limitações eventuais, tais atividades do calendário oficial do Estado são importantes para a diversidade cultural na cidade.
Para ele a importância da arte, da cultura e da literatura para o ser humano é comparada ao oxigênio, pois o corpo não sobreviveria sem. Afirma que o ser humano não deve cair na rotina do ato mecânico de acordar, dormir e trabalhar. Ao se perguntar qual o sentido do homem viver apenas para trabalhar e comer, considera importante associar trabalho e cultura.
Eis a visão de Benayas, um granadino que, assim como o poeta Frederico Garcia Lorca, nascido em outra Granada, acredita ser a poesia a sustentação fundamental da grandeza do todo ser humano. A vida do homem sem a arte seria como um livro sem revisor abalizado e experiente, cheia de erros e com um olhar voltado apenas ao distante passado, sem a possibilidade de transformação do presente.
(*) Jorge Bandeira, ator, diretor de teatro e professor na Universidade do Estado do Amazonas
Um comentário:
Sou filha do Poeta Benayas e em nome da família quero agradecer a matéria e as palavras de conforto. Muito obrigada.
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