J. G. DE ARAUJO JORGE - HARPA SUBMERSA
" A Paisagem "
Ó tu que és a paisagem que não me pertence
à margem do meu itinerário,
entrevista tantas vezes
mas nunca possuída
nem sequer visitada
senão em meu sonho visionário...
Ó tu que és a paisagem que
me acompanha
todos os momentos
e que margeia afinal o meu caminho
até o remoto, até o adiante, o imprevisível,
a paisagem que me acompanha, mas não me faz companhia
Pois que estou sempre sozinho...
Que adiantaria saltar, se sou viajante
se devo passar apenas, sempre à distância, e inebriar-me,
com a impossível miragem,
se alguém mais feliz chegou, e de mais posses, possuiu-a,
e ergueu a cerca-limite, entre a estrada e a paisagem...
Que fazer, se hei de ser apenas o viajante
que passa, despercebido,
e tu, a impossível paisagem que fica sempre para trás,
como um gesto perdido...
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