quarta-feira, 6 de abril de 2011

BILAC











A Morte


OLAVO BILAC


Oh! a jornada negra! A alma se despedaça...
Tremem as mãos... O olhar, molhado e ansioso, espia,
E vê fugir, fugir a ribanceira fria,
Por onde a procissão dos dias mortos passa.


No céu gelado expira o derradeiro dia,
Na última região que o teu olhar devassa!
E só, trevoso e largo, o mar estardalhaça
No indizível horror de uma noite vazia...


Pobre! por que, a sofrer, a leste e a oeste, ao norte
E ao sul, desperdiçaste a força de tua alma?
Tinhas tão perto o Bem, tendo tão perto a Morte!

Paz à tua ambição! paz à tua loucura!
A conquista melhor é a conquista da Calma:
- Conquistaste o país do Sono e da Ventura!

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