sexta-feira, 15 de abril de 2011
DESMATAMENTO
A migração de grileiros vindos de municípios do Pará e de Rondônia para a região de Apuí (a 455,28 quilômetros de Manaus), no Sul do Amazonas, provocou um novo aumento no desmatamento no município, a partir de 2010.
Desde 2002, o município vinha registrando uma diminuição no desmatamento, segundo dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Somente entre janeiro e início de abril de 2011, o satélite japonês Aloe, que tem capacidade para monitorar áreas mesmo com cobertura de nuvem em época de chuva na região, identificou uma área de 850 hectares desmatada em Apuí, segundo o chefe de fiscalização da superintêndencia regional do Ibama Jerferson Lobato.
Para evitar que o desmatamento se agrave mais ainda, o Ibama inicia nesta quinta-feira (14), em Apuí, a operação Guaricaya, a versão amazonense de outra operação semelhante que ocorre em outros Estados, a Guardiões da Amazônia.
Segundo Lobato, a população de Apuí não tem promovido grandes desmatamentos no município.
Os produtores rurais que moram em Apuí, inclusive, aderiram ao Programa Mais Ambiente, do governo federal, e ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), para se regularizar ambientalmente e terem suas áreas desembargadas.
Migração
“Quem está desmatando em Apuí são pessoas que fugiram de municípios como Novo Progresso, no Pará, e de cidades de Rondônia. Não são investidores. São exploradores querendo enriquecer e que agem de má fé na tentativa de se regularizar futuramente. O satélite japonês já identificou as áreas e agora vamos fazer o monitoramento”, disse Lobato, que está em Apuí e falou por telefone ao acritica.com.
Novo Progresso é um dos principais alvos do Ibama na operação Disparada, desde quando ela foi deflagrada, há mais de dois anos, quando ainda tinha o nome de Boi Pirata.
No último dia 4, produtores rurais chegaram a invadir o escritório do Ibama no município paraense em protesto contra a operação que embargou fazendas e apreendeu cabeças de gado.
Apreensão
Conforme o chefe de fiscalização do Ibama, as informações sobre esses grileiros são obtidas a partir dos dados que o Ibama apura na internet, por meio dos “laranjas” que circulam na sede de Apuí.
A operação Guaricaya vai atuar com uma logística que inclui helicópteros, viaturas e mais de 10 agentes. Ela acontecer durante todo o semestre. Serão aplicadas multas, embargos, apreensões de equipamentos como motosseras, tora de madeiras, etc. Se esses materiais forem encontrados em unidades de conservação, eles serão destruídos.
As ações não serão limitadas a Apuí. As equipes do Ibama também vão atuar nos municípios vizinhos como Novo Aripuanã e Canutama.
O nome Guaricaya é uma referência a um ser mítico que significa em língua omágua (cujo povo omágua já está extinto) que significa “aquele que pune quem não respeita as leis”.
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