quarta-feira, 9 de setembro de 2015
Cláudio Santoro
Cláudio Santoro
Rogel Samuel
Li de uma assentada o belo livro de Elson Farias sobre Cláudio Santoro ("Cláudio Santoro - cantor do sol e da paz", Manaus, Ed. Valer, 2009).
A única vez que estive com Santoro foi no aeroporto de Frankfurt no fim da década de 70, início de 80. Voltava para o Brasil. Ele vinha da França, onde creio que tinha regido a Orquestra Sinfônica da Radio-Difusão Francesa (ORTF) de Paris.
Eu disse para o pessoal da VARIG:
- Ali está o maior compositor do Brasil, coloquem-no na primeira classe.
Não adiantou. Como ele sentou-se não muito longe de mim, eu me apresentei, disse-lhe que tinha sido vizinho de D. Cecília, sua mãe, na Vila Auxiliadora, em Manaus, onde ela vivia modestamente, junto com o filho Alberto Santoro, depois físico. Foi o bastante para a conversa se iniciar. Falamos cerca de uma hora de música e de músicos. Infelizmente não posso relatar as críticas que me fez ao meio musical brasileiro, o que seria uma indiscrição. Mas me disse que estava arrependido de ter voltado para o Brasil... Contou que o prefeito de Paris tinha ido buscá-lo no Aeroporto, enquanto que no Brasil não haveria um só funcionário do MEC para ajudá-lo com as malas...
Ele dava aula de composição na Alemanha. E comentou:
- Imagine caboclo amazonense dando aula de composição na Alemanha...
E escrevo ao som das Sinfonias 5 e 7 de Santoro. Regidas por ele-mesmo. Orquestra Filarmônica de Leningrado e Orquestra Sinfônica da Rádio de Berlim, respectivamente.
Gravação rara.
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