sábado, 5 de dezembro de 2015

Pátria - BILAC


Pátria - BILAC


Pátria, latejo em ti, no teu lenho, por onde
Circulo! e sou perfume, e sombra, e sol, e orvalho!
E, em seiva, ao teu clamor a minha voz responde,
E subo do teu cerne ao céu de galho em galho!


Dos teus liquens, dos teus cipós, da tua fronde,
Do ninho que gorjeia em teu doce agasalho,
Do fruto a amadurar que em teu seio se esconde,
De ti, - rebento em luz e em cânticos me espalho!


Vivo, choro em teu pranto; e, em teus dias felizes, 
No alto, como uma flor, em ti, pompeio e exulto! 
E eu, morto, - sendo tu cheia de cicatrizes,


Tu golpeada e insultada, - eu tremerei sepulto:
E os meus ossos no chão, como as tuas raízes, 
Se estorcerão de dor, sofrendo o golpe e o insulto!

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