sábado, 24 de março de 2018

A última taça de champanhe

A última taça de champanhe







A última taça de champanhe

Rogel Samuel

- Quem descobriu o avião Air France foi um avião da TAM, me diz aquele amigo.

Todos os que viajam já o fizeram pela companhia francesa. Temos até um Flying Blue com bastante milhas. Gosto da Air France. Uma das primeiras cortesias que fazem a bordo e oferecer uma taça de champanhe. Certa vez viajei ao lado de uma freira que bebeu até cair, de lado, profundamente bêbada. Embebedar-se a bordo é muito produtivo. Principalmente agora, quando as aeronaves deixam as luzes acesas a noite toda, talvez com medo de ladrões, assédios e outras. Não, não consigo dormir com luz acesa. E já não bebo.

Porém já estive dentro de um avião em chamas. Acreditem. Não me lembro a companhia. Depois que a aeronave levantou vôo olhei pela janela e a turbina estava em chamas. Regressamos para a pista e tivemos que trocar de avião "por motivos técnicos". Talvez somente eu, dentre os passageiros, soube o que acontecera.

Mas sempre me senti seguro em vôo. E já fiz vôos longos com para a Austrália (2 vezes) e para Katmandu (3 vezes). Mas estou velho, sinto-me velho, cansado. Não sei se voltarei a viajar.

Para, como foi o caso, tomar a última taça de champanhe.

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