segunda-feira, 9 de maio de 2011

MORRE PAOLO RICCI


Pará perde o talento que mostrou a Amazônia para o resto do mundo
O mundo das artes no Pará está de luto. Aos 85 anos de idade, morreu ontem o artista plástico e escritor Paolo Ricci, vítima de falência múltipla de órgãos provocada por uma pneumonia dupla. Paulo Ricci deixa consternados e saudosos a mulher Eliete e os filhos Trieste, Paulo e Marta Ricci, outros familiares e amigos, inclusive, imortais da Academia Paraense de Letras (APL), onde Ricci teve atuação destacada. Ao longo de uma vida toda voltada para as artes, Paolo Ricci sempre se mostrou como um homem sensível, expressando seu talento em obras valorizadas em Belém e em outros centros do Brasil e no exterior. Por meio de uma relação diária com a arte, Paolo expôs pintando, escrevendo e organizando mostras a partir de seu atelier no quintal da sua casa, na rua Arcipreste Manoel Teodoro, entre Padre Eutíquio e São Pedro, no bairro da Campina. O velório de Paolo Ricci transcorre na Capela do Recanto da Saudade, na rua Diogo Móia, 1264, com a Alcindo Cacela. O cortejo fúnebre seguirá, às 10 horas, para o cemitério de Santa Izabel.

Homem de fala mansa e foco nas nuances da vida, para trabalhar significados em telas e versos e crônicas, Paolo Ricci morreu às 13h15 horas, no Hospital Adventista de Belém, onde estava internado desde a última segunda-feira, dia 2. Ele nasceu em 8 de setembro de 1925, na cidade de Lucca, Província de Toscana, região centro-norte da Itália. Por 48 anos, Ricci atuou como advogado, ou seja, até os 80 anos de idade. Mas foi como homem ligado às artes que ele ganhou projeção na sociedade paraense e fora do estado. Paolo Ricci contabilizou 43 exposições, entre as quais 17 coletivas. Uma dessas coletivas se deu em Nova York, nos Estados Unidos, e que foi visitada pelo então presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek.

Em 1980, Ricci ingressou na APL. Publicou três livros de poesia, foi cronista, contista e atuou como jurado de bienais de arte. Nos anos 60, Ricci foi professor de pintura no Centro Cultural Brasil-Estados Unidos (CCBEU), onde ganhou uma bolsa para expor seus trabalhos nos EUA. Entre os amigos pintores mais chegados a Ricci, além outros nomes artísticos, figuram João e Joaquim Pinto, Arthur Frazão, Benedito Mello, Ruy Meira e Leônidas Monte. Ele chegou a expor trabalhos, a convite do governo dos EUA, em Washington, Filadélfia, Nova York, Chicago, Buffalo, San Francisco, Los Angeles e Okland. Seu trabalho está dicionarizado no MEC, Instituto Nacional do Livro, Museu de Artes da Bahia e na American Foundation for the Arts, em Nova York.

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