segunda-feira, 23 de maio de 2011

DESAPARECIDOS


Nos primeiros quatro meses de 2011, a Delegacia Especializada de Ordem Política e Social (Deops) registrou uma média de 13 registros de pessoas desaparecidas na cidade por mês. Segundo dados da própria delegacia, dos 54 casos apurados até o mês de abril, em 30 as pessoas foram encontradas. Segundo a delegada titular da Deops, Catarina Saldanha Torres, apesar da atenção dada a cada caso, nem sempre é possível chegar a resultados satisfatórios, principalmente para a família da pessoa desaparecida.

“Essa é uma ocorrência que é difícil. Diferente de um homicídio ou uma lesão corporal, que você tem aqueles materiais presentes para você trabalhar. O desaparecimento é difícil, porque nós temos que nos valer de tudo que diz respeito à pessoa. Com quem ela convive, o quê que ela faz, com quem ela deixa de fazer. Muitas vezes, a família é a que sabe menos sobre a pessoa”, defende a delegada.

Para exemplificar o quanto é difícil a investigação de um caso de desaparecimento, Catarina lembra o caso da menina inglesa Madeleine McCann, de 3 anos de idade. No dia 3 de maio de 2007, a criança desapareceu do quarto de um hotel de Praia da Luz (sul de Portugal), quando dormia junto de seus dois irmãos, enquanto seus pais jantavam em um restaurante próximo. “Para você ver como é difícil. Ela (Madeleine) está sendo procurada mundialmente e até hoje não apareceu”, comentou a delegada.

Nos últimos quatro anos (de 2007 a 2010), a Deops investigou 1.040 casos de pessoas desaparecidas. Desse total, 568 foram encontradas. Atualmente, a delegada Catarina está com quatro inquéritos em aberto. Alguns dos casos são considerados pela delegada como de difícil solução. O que não tem agradado as famílias, que acham que a polícia poderia fazer mais.

Mistério

Um dos casos ainda sem solução que está na mão da delegada Catarina é o do estudante Cleuton de Oliveira, 19, morador da rua 13, no bairro São José 2, Zona Leste. Ele desapareceu, na noite do dia 10 de abril de 2010. O desaparecimento, conforme a família da vítima, aconteceu por volta das 23h, após o rapaz ser retirado, à força, da casa noturna Rêmulos Club, na rua Lobo D'Almada, no Centro. O pai do estudante, Clóvis Alencar Samuel, 56, relatou que o filho e mais um amigo se envolveram numa confusão envolvendo mais duas mulheres dentro da casa noturna. “Eles foram expulsos e quebraram um gargalo de cerveja na cabeça de um segurança. Só que ninguém sabe explicar o que ocorreu depois, pois meu filho está sumido desde essa briga”, contou.

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