quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Omar Khayyam
Um pedaço de pão, um copo de água fresca,
a sombra de uma árvore e os teus olhos!
Nenhum sultão é mais feliz do que eu.
E nenhum mendigo é mais triste.
* * *
Escuta este grande segredo:
Quando a primeira aurora iluminou o Mundo,
Adão já não era mais que uma criatura dolorida
que invocava a noite e a morte.
* * *
Não se pode incendiar o mar
nem convencer o homem de que a felicidade é perigosa.
Ele sabe, todavia, que o menor choque é fatal à ânfora cheia
e deixa intacta a ânfora vazia.
Omar Khayyam, Rubaiyat, Odes ao Vinho, Moraes Editores, Lisboa, 1981
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Amélia Pais
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