quarta-feira, 27 de julho de 2011

JG de Araujo Jorge


Liberdade



A liberdade é o meu clarim de guerra

e eu sou, no meu viver amplo e sem véus,

como os caminhos soltos pela terra,

como os pássaros livres pelos céus.



Ela é o sol dos caminhos ! Ela é o ar

que os enche os pulmões, é o movimento,

traz num corpo irrequieto como o mar

uma alma errante e boêmia como o vento.



Minha crença, meu Deus, minha bandeira,

razão mesma de ser do meu destino,

há de ser a palavra derradeira

que há de aflorar-me aos lábios como um hino.



Liberdade: Alavanca de montanhas!

Aureolada de louros ou de espinhos

há de cingir-me a fronte nas campanhas,

há de ferir-me os pés pelos caminhos.



Sinto-a viva em meu sangue palpitando

seja utopia ou seja ideal, - que importa?

Quero viver por esse ideal lutando,

quero morrer se essa utopia é morta !



JG de Araujo Jorge

do livro O Canto da Terra – 1945)
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Amélia Pais
http://barcosflores.blogspot.com
http://cristalina.multiply.com

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