quinta-feira, 14 de julho de 2011
POEMA DO RIO NEGRO, 1
POEMA DO RIO NEGRO, 1
Rogel Samuel
Em 1729 morrem no rio urubu
vinte e oito mil índios
assassinados
Mas eu estou fraco para esta luta
e preparo a fala afiada.
A cozinheira corta o peixe a faca
como o selo que pincela, amara.
Três homens remam montados nas águas
Oh estou fraco para a luta
preparada selva absoluta.
No caminho vendem os armadores as ilhas
cai a chuva sobre as lajes da tarde
que estou fraco para a luta
preparo o corte a morte
preparo o rio, urubu, orgulho das águas
imprópria para o passeio público
não o passado branco amigo
gesto sobretudo de suas partes
que ali viram morrer 300 malocas
no rio urubu rio negro da morte
o que passa entre o mato aziago
É belo? É limpo? adejam papagaios
entre mil insetos de teia de ouro fino
o rio não esquece
o rio nunca esquece
nunca lava
a hecatombe a fila a corrida
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2 comentários:
Belíssimo poema!
É de suas autoria ou de Arthur Engrácio?
Amazonas é um estado que tem excelentes escritores como Vicente Franz Cecim.
"o rio não esquece
o rio nunca esquece
nunca lava
a hecatombe a fila a corrida"
Bravíssimo!
Beijos
Mirze
obrigado, Amiga, é o início do meu poema
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