domingo, 31 de julho de 2011
Votação sobre teto da dívida americana é adiada em 12 horas
Votação sobre teto da dívida americana é adiada em 12 horas
Líder dos democratas no Senado, Harry Reid pediu mais tempo para tentar negociar acordo com os republicanos. Votação deve acontecer a partir das 13h de hoje
EFE |
Votação sobre teto da dívida americana é adiada em 12 horas Líder dos democratas no Senado, Harry Reid pediu mais tempo para tentar negociar acordo com os republicanos. Votação deve acontecer a partir das 13h de hoje
O porta-voz da maioria democrata no Senado dos Estados Unidos, Harry Reid, decidiu neste sábado adiar para o domingo a votação de seu plano sobre o teto da dívida para dar tempo às negociações com os republicanos sobre um acordo bipartidário que evite a moratória, no dia 2 de agosto.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou a negociar com legisladores democratas e republicanos para elevar o teto da dívida, enquanto os planos de ambos os partidos para alcançá-lo desmoronavam nas duas câmaras. Em um fim de semana-chave para evitar que o Tesouro americano declare parcialmente a moratória na próxima terça-feira, a obstrução protagonizou neste sábado as tensas negociações mantidas por Casa Branca e Capitólio.
Em uma agitada votação, a Câmara de Representantes (Deputados), de maioria republicana, rejeitou por 246 votos a 173 a proposta democrata para aumentar o teto da dívida, que agora se situa em US$ 14,3 trilhões, antes mesmo que o Senado iniciasse os trâmites para votá-la.
Os republicanos optaram assim por devolver o golpe que o Senado havia dado na sexta-feira à proposta do presidente da Câmara, John Boehner, ao bloqueá-la pouco depois de ter sido aprovada nesse plenário.
O líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, afirmou em entrevista coletiva concedida após a votação que havia falado neste sábado por telefone tanto com o vice-presidente, Joe Biden, quanto com Obama, e opinou que o governante deveria estar presente em qualquer negociação para chegar a um consenso. "Acredito plenamente que alcançaremos um acordo em um futuro muito próximo", declarou McConnell, enquanto Boehner destacou que os americanos podem ficar seguros de "que esta crise acabará e que não haverá moratória".
Esse otimismo contrastou com a frustração que Reid expressou mais tarde no plenário do Senado, após uma visita à Casa Branca ao lado da líder da minoria democrata na Câmara, Nancy Pelosi.
Os dois legisladores se reuniram com Obama pouco depois que o plano de Reid foi rejeitado, mas não foram divulgados detalhes sobre o encontro. "Não é certo que estamos perto de um acordo significativo", disse Reid no Senado após a reunião. "E se estamos hoje aqui, é por uma singela razão: o obstrucionismo", acrescentou.
O líder democrata passou a manhã imerso em conversas com os republicanos para garantir o êxito da votação programada para a madrugada do domingo (1h do horário local, 2h de Brasília), um voto de procedimento para limitar o debate e assegurar que a medida seja votada definitivamente nas primeiras horas da segunda-feira. Para isso, Reid necessita de uma maioria de 60 votos, o que obriga os democratas, que controlam a Câmara, a garantir o respaldo de pelo menos sete republicanos.
Esse objetivo pareceu distante neste sábado quando McConnell entregou a Reid uma carta na qual 43 dos 47 senadores republicanos se comprometiam a votar contra nesta madrugada. Nos últimos dias, Reid modificou seu plano para acrescentar elementos propostos por McConnell, e seu projeto agora inclui uma elevação da dívida em duas fases, até chegar aos US$ 2,4 trilhões, e uma redução do déficit em US$ 2,2 trilhões na próxima década.
No entanto, a proposta carece de um mecanismo que estabeleça a forma de atuação se o Congresso não conseguir reduzir o déficit nos níveis esperados, o que se transformou no principal argumento de muitos republicanos para rejeitar o plano. "É hora de acabarmos com este teatro do absurdo", disse após a votação na Câmara dos Representantes uma decepcionada Nancy Pelosi, que fez um apelo aos legisladores de ambos os partidos para que priorizem uma solução "real".
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