sexta-feira, 28 de setembro de 2007

TE LAVARÁS
nas minhas
lacrimações
florais

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

EU TE FABRICO
e não
eu te desvelo
cantares
mel e dia
do ar

terça-feira, 25 de setembro de 2007

EU TE AMO
naquilo
em que o teu
é a linha
e o ponto

domingo, 23 de setembro de 2007

EU TE PASSO
e passo
livremente
de cantar

sábado, 22 de setembro de 2007

POIESIS. Prática de
desnivelamento
de amor

terça-feira, 18 de setembro de 2007

estação devemos
que importa o poético?

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

- (EM) ILHA.
somos
sobes a ladeira
sobes Santa Teresa
sobes

domingo, 16 de setembro de 2007

SOBES
a cada grande
complemento

sábado, 15 de setembro de 2007

OVIDIO: METAMORFOSES

OVIDIO: METAMORFOSES

Trad. livre R. Samuel

A MINHA ALMA CANTA
AS FORMAS TRANSFORMADAS EM OUTRAS FORMAS.
Ó DEUSES, INSPIRAI-ME!
POIS NÃO FOSTES VÓS, POR CERTO,
QUEM AS TRANSFORMOU?
MINHA OBRA E MEU CANTO
CONDUZI, ININTERRUPTO,
DESDE AS PRIMEIRAS ORIGENS
DESTE MUNDO
ATÉ A NOSSA ÉPOCA ATUAL.

Antes do mar, antes da terra e do céu
que tudo cobre
um só era o todo desta natureza
a que chamamos Caos,
massa rudimentar massa informe.
Nada senão seu próprio peso
sim, as coisas semeadas em discordes
montes, amontoadas sem nenhum ajuntamento.

Pois nenhum filho do Céu e da Terra
dava luz ao mundo. Nem Febo no horizonte
no nascente
reconstruía seus chifres,
nem a terra pendia do ar
que a envolvia em sustentáculo
vazio, em seu próprio peso,
nem mesmo a querida Anfitrite
(a virgem) estendia
seus braços pelos limites
daquelas terras.

Onde quer que houvesse o piso da terra
ali também havia o mar, havia o ar.
A terra instável, a onda inábil, o ar
privado daquela luminosidade.
Nada ali permanecia como era,
em sua forma própria, e uma coisa
se chocava às outras porque
num só corpo o frio lutava contra
o quente, o úmido com o seco,
o mole com o duro, o pesado
contra o sem peso algum.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

MÍSTICO LIRISMO
te chamo
místico-lirismo
vejo-te assim

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

SUAS ÁGUAS
frias idas
escorridas
suas águas
magoadas

terça-feira, 11 de setembro de 2007

NESSA NOITE
dessa fonte
desse lado
nesse sentido
passa o perdido

POEMAS DE BOURNEMOUTH

e eu bebo veneno pelos olhos
quando vejo a tua forma de partir
que ela se torna numa larva preta
a espuma do mar fervente em cada mão
o desiderato rumo dessa casa feita
a linha errada em cada palma, o não
estarmos à roda desfibrada estreita
limita o mar que nos fareja o cão.
distúrbio funcional, minha malignidade
espectro desse quarto quando um morto
vagueava entre vivos a nos aterrorizar
humores, forma aquosa, vítrea,
e cristalina capa de estampadas letras.
eras superfície, punção, a gata morta
no leva e traz das ondas da maré
marco divisório de teus passos.

(Bournemouth, UK, 19 de agosto de 2007)

os dias se arrastam, lentos
as noite se sucedem, escuras
e frias
neste quarto de hotel.

muitas vezes pensei em sair
em ver o mar na noite fria,
mas me recolho cedo
encapsulado
em recordações

o mundo não está
nem lá fora
nem aqui dentro

o mundo não está



(Bournemouth, UK, 15 de agosto de 2007)

à medida que envelheço
vou ficando
como minha avó

à medida que envelheço
mais vou tendo
minha avó no espelho
(Bournemouth, UK, 14 de agosto de 2007)

todas as coisas se parecem contigo
[passo a ver-te em cada dobrada lua]
nada me afastará de ti, pois estás em todas as coisas
onde o olhar
onde há olhar
onde olhar

ver quero ver-te
mas só consigo ouvir-te
há uma canção que me embala
e me adormece

não te tenho perto
tão perto
nem durmo contigo

mas não faz falta
o amor se espraia para sempre

no ar

(Bournemouth, UK, 13 de agosto de 2007,
às 21:20).
SUAS CLARAS
fáceis águas
ouçamos
com benesses d'água

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

NESSA FONTE
solitária
paremos nossas
meditações
NESSA FONTE
solitária
paremos nossas
meditações

quarta-feira, 5 de setembro de 2007


Na
partitura do ser
não experimentemos

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

POST-SCRIPTUM. Nau viajemos
irmão
nossas profundas
comemorações.