Rolliver de Jesus, 12, se enforcou com cinto da mãe no dia 17 de
fevereiro, em Vitória (ES). Ele não suportava mais o bullying que sofria
na escola. “Eles [os alunos] o chamavam de gay, bicha, gordinho. Às
vezes, ele ia embora chorando”, contou uma colega do menino.
Na sexta-feira antes do Carnaval, Rolliver foi feliz para a escola, mas acabou cercado por alguns alunos e humilhado. Os pais culpam a escola, pois tinham pedido transferência para os três filhos. A mãe Joselia Ferreira de Jesus explicou ao jornal “Folha de Vitória”: “Eu não tinha denunciado a situação desse meu filho, mas de outro. O Conselho Tutelar também sabia. Eu pedi o remanejamento dos meus três filhos, mas disponibilizaram vagas em escolas diferentes”.
O menino deixou uma carta pedindo desculpas aos pais pelo suicídio e se perguntando que não sabia por que era alvo de tantas humilhações.
Há seis meses lemos o seguinte:
As mensagens que entupiram seu blog, no entanto, foram de ódio e ameaça. Em vez de apoio; xingamentos e ataques homofóbicos.
O menino passou a fazer terapia e tomar antidepressivos. Na tentativa de convencer a si próprio que a vida seria melhor após revelar sua orientação sexual, postou um vídeo no YouTube: “É preciso manter a cabeça erguida que você irá longe”, dizia o garoto. Mas em resposta a isso a violência dos ataques verbais se tornou ainda mais feroz: “Pessoas como você não deveriam ter nascido, o melhor você faz é dar um tiro na própria cabeça e com uma vida tão devassa”.
A dor de ser apontado, rejeitado, excluído e humilhado pelo outro deve ser especialmente mais difícil para os mais jovens, em pleno processo de afirmação. “Era como se o mundo todo estivesse contra ele”, conta a mãe. “E todo meu apoio não foi suficiente para evitar o pior”.
O bullying contra homossexuais, especialmente nas escolas, é um assunto que vem sendo abordado pelos estudiosos com mais frequência. Uma pesquisa liderada por profissionais da Universidade da Carolina do Norte com adolescentes de até 19 anos mostrou que os suicídios nessa faixa etária são três vezes mais comuns entre homossexuais e bissexuais.
Parece fácil de entender. É um momento de descoberta da sexualidade e de afirmação da personalidade. “Elas naturalmente estão fora do grupo da maioria e se tornam vítimas de bullying com mais frequência”, diz a psicóloga americana Jennifer Williams, especialista no assunto. “Em geral já existe o dilema interno de aceitação, e depois tem o dilema da pessoa com os outros”, afirma.
A quem culpar pela morte de Jamey Rodemeyer? O estado, a escola, as crianças e os adultos que o insultaram pela rede? O suicídio de Rodemeyer, um adolescente saudável (inclusive psicologicamente), é uma morte, em tese, sem responsáveis. Mas ele tem sim autor – e mais de um, talvez milhares. Cada mensagem destrutiva deixada em seu blog e cada olhar recriminatório podem ter contribuído. É por isso que a morte desse garoto deve servir de alerta para todos nós, que ainda somos, na maioria, preconceituosos e tão pouco tolerantes.
Na sexta-feira antes do Carnaval, Rolliver foi feliz para a escola, mas acabou cercado por alguns alunos e humilhado. Os pais culpam a escola, pois tinham pedido transferência para os três filhos. A mãe Joselia Ferreira de Jesus explicou ao jornal “Folha de Vitória”: “Eu não tinha denunciado a situação desse meu filho, mas de outro. O Conselho Tutelar também sabia. Eu pedi o remanejamento dos meus três filhos, mas disponibilizaram vagas em escolas diferentes”.
O menino deixou uma carta pedindo desculpas aos pais pelo suicídio e se perguntando que não sabia por que era alvo de tantas humilhações.
Há seis meses lemos o seguinte:
Jamey, 14 anos, se matou por ser gay.
O jovem estudante Jamey Rodemeyer, de 14 anos, desistiu de viver no último domingo (18). Ele ingeriu um coquetel de drogas e deu cabo da própria vida. Não sem antes se despedir pela rede, onde alguns meses antes tinha declarado ser gay. O garoto imaginou que encontraria na internet a compreensão que ele não estava tendo da escola, dos vizinhos e dos próprios familiares.As mensagens que entupiram seu blog, no entanto, foram de ódio e ameaça. Em vez de apoio; xingamentos e ataques homofóbicos.
O menino passou a fazer terapia e tomar antidepressivos. Na tentativa de convencer a si próprio que a vida seria melhor após revelar sua orientação sexual, postou um vídeo no YouTube: “É preciso manter a cabeça erguida que você irá longe”, dizia o garoto. Mas em resposta a isso a violência dos ataques verbais se tornou ainda mais feroz: “Pessoas como você não deveriam ter nascido, o melhor você faz é dar um tiro na própria cabeça e com uma vida tão devassa”.
A dor de ser apontado, rejeitado, excluído e humilhado pelo outro deve ser especialmente mais difícil para os mais jovens, em pleno processo de afirmação. “Era como se o mundo todo estivesse contra ele”, conta a mãe. “E todo meu apoio não foi suficiente para evitar o pior”.
O bullying contra homossexuais, especialmente nas escolas, é um assunto que vem sendo abordado pelos estudiosos com mais frequência. Uma pesquisa liderada por profissionais da Universidade da Carolina do Norte com adolescentes de até 19 anos mostrou que os suicídios nessa faixa etária são três vezes mais comuns entre homossexuais e bissexuais.
Parece fácil de entender. É um momento de descoberta da sexualidade e de afirmação da personalidade. “Elas naturalmente estão fora do grupo da maioria e se tornam vítimas de bullying com mais frequência”, diz a psicóloga americana Jennifer Williams, especialista no assunto. “Em geral já existe o dilema interno de aceitação, e depois tem o dilema da pessoa com os outros”, afirma.
A quem culpar pela morte de Jamey Rodemeyer? O estado, a escola, as crianças e os adultos que o insultaram pela rede? O suicídio de Rodemeyer, um adolescente saudável (inclusive psicologicamente), é uma morte, em tese, sem responsáveis. Mas ele tem sim autor – e mais de um, talvez milhares. Cada mensagem destrutiva deixada em seu blog e cada olhar recriminatório podem ter contribuído. É por isso que a morte desse garoto deve servir de alerta para todos nós, que ainda somos, na maioria, preconceituosos e tão pouco tolerantes.
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