sábado, 30 de junho de 2012

Conheces a região do laranjal florido?





Conheces a região do laranjal florido?

ROGEL SAMUEL


No início da "Canção de Mignon" de GOETHE misterioso verso: "Conheces a região do laranjal florido?" No original há um "lá", que se repete (Dahin, dahin), objetivando transcendência que a tradução excelente de João Ribeiro manteve. Um lá (Mignon) que talvez se refere a certo lugar na Itália, diz Eça de Queiroz, n'O mandarim. Um lieder de Schubert, de 1816. A terra privilegiada onde o laranjal floresce ouro (Citronen blühen). Um "lá... bem longe, além", que aponta para lugar, a princípio paradisíaco, onde o sujeito do poema nos convida a ir, com ele, onde dourados pomos brilham na escuridão (Gold-Orangen glühen), e no céu azul a brisa, tudo em paz, nada move, nada passa, nem a vida, nem a glória (nem o louro)... Não a conheces tu? Quisera ir-me contigo...

Conheces a região do laranjal florido?
Ardem, na escura fronde, em brasa os pomos de ouro;
No céu azul perpassa a brisa num gemido...
A murta nem se move e nem palpita o louro...
Não a conheces tu?
Pois lá... bem longe, além,
Quisera ir-me contigo, ó meu querido bem!

[Kennst du das Land, wo die Citronen blühen,
Im dunkeln Laub die Gold-Orangen glühen?
Kennst du es wohl? - Dahin, dahin!
Möchtl ich... ziehn.]
 
A estrofe epígrafe de "A canção do exílio", de Gonçalves Dias, por isso a transcrevo. Não sei alemão. João Ribeiro, sábio e erudito filólogo carioca (1860-1934), também poeta. Hoje esquecido. Não mais editado. Em 1932 escreveu um ensaio sobre Goethe. Foi jornalista, catedrático do Pedro II. Soube dar e transpor o clima da "A canção de mignon".

A casa, sabes tu? em luzes brilha toda,
E a sala e o quarto. O teto em colunas descansa.
Olham, como a dizer-me, as estátuas em roda:
- Que fizeram de ti, ó mísera criança!
Não a conheces tu?
Pois lá... bem longe, além,
Quisera ir-me contigo, ó meu senhor, meu bem!
 
Súbito, Goethe introduz, nessa região maravilhosa, fantástica, irreal - uma casa! Sólida casa, como deve ser a tradição familiar: "O teto em colunas descansa". Casa paterna, a sala e o quarto, o mais íntimo das forças arquitetônicas do espírito ("sabes tu?), que olham, falam, vêem a desgraça a que fomos reduzidos ("que fizeram de ti, ó mísera criança?") - não, não a conheço, não a reconheço, a casa de meus pais, no além, no
bem longe, aonde o poeta me levou. Meus familiares estátuas tumulares...

Conheces a montanha ao longe enevoada?
A alimária procura entre névoas a estrada...
Lá, a caverna escura onde o dragão habita,
E a rocha donde a prumo a água se precipita...
Não a conheces tu?
Pois lá... bem longe, além,
Vamos, ó tu, meu pai e meu senhor, meu bem!
 
Goethe introduz palavra-chave, palavra grave, palavra-montanha, ponto de fuga, de onde a dor se despedaça: meu "pai". Não só pai, mas pai e "senhor", com os semas que a idéia de senhor nos traz, nos põe, dispõe, na mesa da leitura, do poder, da Lei. Do nome, do não. Goethe e João Ribeiro têm algo em comum além das "afinidades eletivas": a idéia, a ideologia do pai. João Ribeiro não teve pai (faleceu cedo), foi criado
pelo avô, "culto e liberal" (diz Afrânio Coutinho). Goethe cultuou o pai, herói. Entre eles se estabelece laço cúmplice da volta ao Pai. Meu pai, cuja língua materna era o alemão, recitava Goethe de memória. Mas a montanha está enevoada, envolvem-se os mistérios de grandeza... os animais procuram estrada... lá reside o perigo - o dragão! - na Caverna escura, indevassável, uterina, se verte a água, da vida, que a prumo se precipita, nas veias do destino... Não a conheces tu? É lá, lá...
 Rogel Samuel


TEATRO AMAZONAS - UM ROMANCE REALISTA DE ROGEL SAMUEL

http://literaturapanamazonica.blogspot.com.br/



      Ontem , na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Amazonas, finalmente recebi a última encomenda que o escritor Rogel Samuel me enviou do Rio de Janeiro. Estava em meu escaninho desde a semana passada, mas não estive na Faculadade nas últimas duas semanas, dedicadas ao  tratamento de um problema que pode levar-me a perder a voz.
      O livro anterior que recebi de presente do mestre foi o romance O Amante das Amazonas.
       Pensei que ao abrir o pacote encontraria seu último romance, Teatro Amazonas, que li no Blog do Rogel , em sua versão digital.
       Mas era Fios de Luz - Aromas Vivos , composto por 15 sonetos de autoria do poeta Jorge Tufic. Na introdução, uma análise do poema Retrato de Mãe, feita por Rogel Samuel. 
       Li a análise lítero-psicanalista do poema  na sala do pró-reitor de extensão da UFAM, meu amigo Frederico Arruda.
       Em outra oportunidade comentarei o assunto e o livro.
       Prefiro, antes , no rastro do Blog do Rochinha , registrar minha breve impressão sobre o romance Teatro Amazonas. Nada de uma análise mais profunda sobre a estrutura do realismo "doce" do escritor. Exigiria tempo e rigor metodológico, para não cometer injustiças subjetivistas. É o modo que a leitura crítica recomemda para alcançar a maior objetividade possível, livrando-se do metro pessoal das idiossincrasias do leitor.
        O que mais prendeu minha atenção na leitura digital do romance Teatro Amazonas foi a construção literária dos bastidores políticos, que antecederam a aprovação do projeto, no final do século XIX. 
         Como trabalhei no banco de texto do teatro Amazonas e, por isso, tive oportunidade de pesquisar muitos documentos, incluíndo os Diários Oficiais da época, surpreendi-me com a precisão da reconstrução do episódio. Rogel aprofundou a pesquisa e revelou, pela ficção,  detalhes que escapam as historiografias acadêmicas.
        Costumes , como peixadas na beira dos igarapés, além de roupas, rotinas, falares, sexualidades, futilidades, corrupções e misticismos são mostrados através de uma narrativa leve e sutil.
        O contexto de confronto entre a cultura monárquica e a cultura republicana, entre resquícios da escravidão e o trabalho assalariado compõem o pano de fundo da sociedade romanceada.
      O romance realista é sugestivo e preciso.
      É o que me sinto apto a comentar, antes da merecida releitura .
 
        


PARINTINS - AM


quarta-feira, 27 de junho de 2012

Histórico aperto de mãos de Elizabeth II e ex-dirigente do IRA

Histórico aperto de mãos de Elizabeth II e ex-dirigente do IRA

Elizabeth II cumprimenta Martin McGuinness, ex-dirigente do IRA em BelfastA rainha Elizabeth II e o ex-dirigente do IRA Martin McGuinness deram um histórico aperto de mãos nesta quarta-feira em Belfast, um ato considerado como um novo marco no processo de paz na Irlanda do Norte, anunciou o Palácio de Buckingham.

Leia mais:
Elizabeth II celebra na Irlanda do Norte a paz entre católicos e protestantes
Rainha Elizabeth encontra vítimas do IRA; terá reunião com ex-chefe
O antecipado aperto de mãos entre a soberana britânica e o atual vice-ministro principal da Irlanda do Norte aconteceu a portas fechadas durante um evento cultural no teatro lírico da capital norte-irlandesa, 14 anos depois do acordo de paz da Sexta-Feira Santa que acabou com 30 anos de violência entre protestantes leais à Coroa e católicos republicanos.
O encontro, inconcebível há alguns anos, aconteceu no segundo dia de visita da rainha a esta província britânica, na presença de seu marido, o duque de Edimburgo, do ministro principal da Irlanda, o unionista Peter Robinson, e do presidente da Irlanda, Michael D. Higgins.
Ao final do ato, desta vez diante das câmeras de televisão, a rainha e McGuinness voltaram a apertar as mãos, enquanto o ex-dirigente do IRA dizia algumas palavras.
"Adeus e vá com Deus", afirmou, ao que parece em gaélico, segundo os jornalistas presentes.
Questionado sobre o aperto de mãos inédito, um porta-voz do primeiro-ministro David Cameron afirmou: "Acreditamos que é correto que a rainha se reúna com todas as partes".
O porta-voz recordou que a recente visita da rainha a Irlanda "levou as relações entre os dois países a um nível completamente novo".
Elizabeth II fez em maio de 2011 uma histórica visita de reconciliação a Irlanda, a primeira de um monarca britânico desde a independência da república em 1922.
McGuinness, 62 anos, passou de dirigente do Exército Republicano Irlandês (IRA) a líder no processo de paz que resultou no acordo de 1998.

Miró, Picasso e Sorolla não sabem o que é crise financeira

Miró, Picasso e Sorolla não sabem o que é crise financeira

"Estrela Azul", de Miró, leiloado por US$ 37 milhões, é apenas um dos muitos recordes na venda de obras de arte e mostra caça a investimentos que fogem aos tradicionais

EFE
EFE
"Estrela Azul", pintado por Joan Miró em 1927 e leiloado por US$ 37 milhões: porto seguro
Concha Carrón. Madri, 26 jun (EFE).- A tela "Estrela Azul", de Juan Miró, acaba de ser leiloada em Londres por US$ 37 milhões, cifra que chama ainda mais atenção pelo atual contexto econômico, no qual obras de outros artistas alcançaram números que confirmam que a arte, se for boa, não entende de crise, principalmente quando os investidores buscam ativos que fogem dos papéis do governo ou de ações de empresas que enfrentarão crises por um longo tempo.
O caso de Miró não é isolado, como mostra o leilão de arte impressionista e moderna realizado há alguns dias na casa Christie's de Londres, na qual o óleo "Mulher Sentada", de Pablo Picasso, foi cotada em 10,6 milhões de euros (US$ 13,4 milhões), muito acima do preço estimado.


"Estrela Azul" foi leiloado na terça-feira, dia 19 de junho, na londrina Sotheby's, em um leilão no qual atingiu preço recorde para uma obra do pintor catalão. Descrito pelo próprio Miró como um "ponto-chave" em sua trajetória artística, o quadro incorpora símbolos e elementos surrealistas que o artista repetiria em suas obras e a característica cor azul que influenciaria, além disso, pintores como o letão Mark Rothko e o francês Yves Klein.
Mas esses não são os únicos exemplos de arte como refúgio seguro na crise, como prova a venda, há apenas dois meses, de "O Grito", do norueguês Edvard Munch - um dos maiores ícones da história da arte - como a obra de arte contemporânea mais cara de um leilão, ao chegar aos 95 milhões de euros (US$ 120 milhões) durante um leilão na Sotheby's de Nova York.


Munch bateu assim o recorde de um leilão de arte contemporânea arrematado em 2010 por "Nu, Folhas Verdes e Busto", na qual Picasso retratava a sua amante Marie-Thérèse Walter, vendido por 83 milhões de euros (US$ 106,5 milhões). No mesmo leilão de "Estrela Azul", o quadro "Homem Sentado", de Pablo Picasso, foi vendido por 7,6 milhões de euros (US$ 9,6 milhões), o que confirma que as obras do malaguenho estão entre as mais valorizadas da pintura espanhola.
Assim, a representação de outra das musas e amantes de Picasso, Dora Maar, em "Mulher Sentada em uma Poltrona", alcançou recentemente em Nova York os 22,8 milhões de euros (US$ 29,2 milhões). Mas o florescimento da arte espanhola não atinge apenas os artistas mortos, encontra seu reflexo entre os pintores vivos, como Miquel Barceló e Antonio López, dois dos mais cotados artistas espanhóis.
Há apenas um ano, em junho de 2011, a obra sobre touradas de Miquel Barceló "Faena de Muleta" era vendida na galeria londrina Christie's por 4,42 milhões de euros (US$ 5,6 milhões). Barceló batia assim o recorde anterior em uma venda em leilão de um artista vivo espanhol, Antonio López, cuja obra "Madri Desde Torres Brancas", pintada entre 1976 e 1982, recebeu em 2007 o lance de 1,74 milhão de euros (US$ 2,2 milhões) na mesma galeria.
Entre os pintores nacionais mais cotados fora das fronteiras espanholas está Juan Gris (1887-1927), com a venda de obras como "Violon et guitare", por 20,1 milhões de euros (US$ 25,5 milhões) em Nova York, há um ano e meio. Mas indubitavelmente um dos mais conhecidos é o "pintor da luz", o valenciano Joaquín Sorolla, do quem acabam de leiloar "Pescadores. Barcas Varadas" e "Pescador de Bagatelas" por 1,15 milhão de euros (US$ 1,4 milhão) e mais de 595 mil euros (US$ 744 mil), respectivamente.


Os compradores de ambas as obras-primas, colecionadores particulares dos Estados Unidos e da Ásia, adquiriram telas pintadas no período de maturidade do autor, entre 1908 e 1910, quando retornou a Valência após ter atingido sucesso internacional. Outros quadros do mestre valenciano, como "O Pescador", também alcançaram, com 3,9 milhões de euros (US$ 4,9 milhões), preços de venda acima do máximo estimado, da mesma forma que "Crianças na Praia", leiloado por 2,3 milhões de euros (US$ 3 milhões).
No entanto, nem todos os momentos são bons para a arte, como aconteceu em junho de 2010 com o leilão de dois quadros de Sorolla, "O Batismo", de costumes, e a paisagem "Dia de Tempestade". Ambos foram vendidos em Londres pelo preço mínimo estimado pela Sotheby's, 800 mil euros (US$ 1 milhão) e 180 mil euros (mais de US$ 227 mil), respectivamente, em um leilão dedicado à pintura europeia, que teve resultado decepcionante para a coleção espanhola. EFE cc/tr/ma (foto)

terça-feira, 26 de junho de 2012

LEILA MÍCCOLIS



TEATRO AMAZONAS EM LIVRO

Por Leila Míccolis

Peço licença a Rogel Samuel para me apossar deste espaço dele, e assinar a coluna de hoje. É que Blocos tem muito orgulho de receber, em livro impresso, o Teatro Amazonas, primeiramente publicado por nós aqui no portal, em vinte e dois capítulos inéditos, durante o período de 24/12/2007 a 25/10/2008. Agora, em 2012, o romance sai publicado pela Editora da Universidade Federal do Amazonas, com capa de Edna Keron de Oliveira da Costa e apresentado por mim, com muito orgulho.

A versão on line recebeu inúmeros comentários, e transcrevo um deles, o de Clarisse de Oliveira — figura também com um passado histórico, filha de Clarice Índio do Brasil — que em sua infância possuía aquarelas do artista plástico De Angelis, responsável pela pintura interior do Teatro Amazonas. Clarisse tem outros afetivos referenciais que a ligam ao Teatro Amazonas, como revela o seguinte texto, de 2008::

"Hoje, li o último capítulo da história do Teatro Amazonas, em Manaus. Fascinante e retém nossa atenção o tempo todo, pois Rogel Samuel intercala a narração com a descrição das personagens, sempre focalizando sua mixagem racial dos primeiros séculos da Vida do Brasil. Afora a mixagem racial, os atritos livres das personalidades em seu desempenho na política do Estado do Amazonas, surgindo da periferia da Mata Amazônica e se baseando nos reflexos que chegavam no Brasil, da Europa, principalmente de Paris, onde a roupa mais fina era enviada para ser lavada lá. A pintura ornamental de teto e paredes, de que herdei umas quatro aquarelas, me levaram a imaginar a beleza barroca da oldura do palco do Teatro. Na minha infância, a mãe de meu padrinho Gaspare Cornazzani, que se chamava "Altiniana" (...) chamava a atenção no Teatro Amazonas, em seu camarote, exibindo beleza físico e luxo em vestimenta e joias. Assim, na embocadura de uma selva tropical, uma construção meio Paris e barroco italiano, tem agora um livro com a história de sua construção, narrada de maneira fascinante pelo escritor Rogel Samuel, natural de Manaus".

Transcrevo a seguir um trecho da entrevista, também constante do livro, concedida pelo autor a Dilson Lages Monteiro, do Jornal "Diário do Povo" de Teresina/Piauí, a cerca da preciosa pesquisa empreendida por Rogel. Escreve o jornalista:

"Para construir o perfil dos personagens, Rogel realizou vasta pesquisa histórica, vasculhando desde os livros clássicos sobre a história amazonense aos estudos genealógicos. Até mesmo cemitérios o autor visitou durante a pesquisa. Mas foi na Biblioteca Nacional que encontro preciosidades, desconhecidas dos piauienses e mesmo de historiadores amazonenses, e, baseado nelas, deu fôlego à obra".

Deixemos agora que o autor explane, de viva voz, sobre seu processo de criação e também sobre sua primeira intenção, que não foi a de escrever especificamente sobre o Teatro Amazonas:

"A minha intenção inicial era escrever um romance sobre Eduardo Ribeiro, governador do Amazonas. Cheguei a escrever vários capítulos que se perderam. Mas dele pouco se sabe. Foram decisivas algumas fontes, como os livros de Fileto Pires Ferreira e Eduardo Ribeiro, que quase ninguém leu, além de Mário Ypiranga e Genesino Braga. Fiquei impressionado cm o livro de Fileto "A verdade sobre o caso do Amazonas", muito bem escrito. Descobri que, apesar de só governar 19 meses, foi o grande governador de sua época e de todos os tempos no Amazonas. Descobri também que ele é esquecido e injustiçado. Thaumaturgo foi um herói nacional, mas reconhecido ainda hoje. Governou o Piauí e o Amazonas. Não foi esquecido, como Fileto. Entretanto, não há uma rua ou escola em Manaus com o nome deles. E pouca gente sabe que foi Thaumaturgo quem traçou o plano da cidade de Manaus. O livro estava muito tempo dentro de mim, e há muitos anos precisava sair de mim. O viés é pessoal. É um ajuste de contas comigo mesmo, está nas minhas entranhas, no meu sangue" (in primeira orelha do livro).

Este é um romance histórico diferente, em que o personagem principal não é um casal de enamorados, mas sim a edificação de um dos maiores e mais exóticos teatro do mundo, com suas histórias de bastidores tão interessantes e que nós brasileiros infelizmente desconhecemos. Ou melhor: desconhecíamos, porque a partir deste momento é dupla a oportunidade de você ler a obra de Rogel: ou em Blocos Online, ou em livro. E nem se diga que a leitura é de interesse apenas regional: em meu blog pessoal, o texto que postei em 26 de outubro de 2008 sobre o romance Teatro Amazonas mantém-se até hoje em primeiro lugar como o mais lido de todos (já quase quatro anos de liderança absoluta) — o que atesta, ao contrário do que se propala, o grande interesse por parte dos brasileiros pelas narrações e construções de nosso país.



TEATRO AMAZONAS, NO BLOG DO ROCHA

TEATRO AMAZONAS, O ROMANCE DO ROGEL SAMUEL


Junte o nosso glorioso Teatro Amazonas, uma monumental construção no
coração da Amazônia; o latino romanicus, a descrição de ações e
sentimentos de personagens fictícios, numa transposição da vida para
um plano artístico e, o consagrado escritor, historiador e poeta
amazonense Rogel Samuel, resultado: um livro gostoso de ler, um
passeio romântico sobre o nosso passado, mostrando os meandros da
construção do soberbo TA.

Semana passada, o carteiro bateu a minha porta e, entregou-me um
envelope, dentro dele continha um livro com a seguinte dedicatória:
“Para José Martins Rocha, o grande amigo de Manaus, e assim, meu irmão
de história, com a homenagem do Rogel Sanuel, 2012”.

Quanta honraria, sou apenas um cara metido a blogueiro, não sou
historiador ou pesquisador, mas, amigo de Manaus, sou com certeza.
Quem sabe um dia, quando eu estiver mais maduro e preparado, possa
escrever um livro e, retribuir ao nobre Rogel.

O Rogel é polivalente – amazonense de Manaus, radicado no Rio, é
poeta, escritor, webjornalista, colunista de Blocos Online, de Entre
Textos, doutor em letras, professor aposentado da Universidade Federal
do Rio de Janeiro, autor de Crítica da Escrita, Manual da Escrita,
Literatura Básica, O que é Teolit?, 120 Poemas, o Amante das Amazonas
e Teatro Amazonas, além de ter escrito centenas de artigos em revistas
e jornais.

Na capa do referido livro, consta um resumo do romance Teatro Amazonas
“é uma obra que conta a história de uma das mais opulentas casas de
espetáculo do País, o Teatro Amazonas, inaugurado em 31 de dezembro de
1896 e, dentre outras características, redimensiona o papel de Fileto
e Thaumaturgo na história do Amazonas. O livro permite mergulhar em
detalhes da Manaus do final do século XIX e início do século XX. A
vida em Manaus era exuberante, elegante e rica, e bem alegre, já
naquela época. Era o início do apogeu de uma sociedade que enriquecia
rapidamente, com a extração da borracha”.

Vamos viajar um pouco no livro – “Natal de 1900 – “Francisco Ferreira
Lima Silva naquela escura noite vinha subindo a escadaria do
impressionante palacete onde morava Waldemar Scholz e que muitos anos
depois foi transformado no Palácio Rio Negro, sede do Estado do
Amazonas. Para o natal só, Sholz convidara para a ceia um grupo
seleto: Lima Silva, o maestro Adelelmo do Nascimento, Antônio
Bittencourt e poucos outros. Era uma escura noite de Natal de 1900,
pouco depois da morte do governador Eduardo Ribeiro, em circunstâncias
misteriosas. Eduardo Ribeiro foi o construtor do Teatro Amazonas. Foi
o construtor de Manaus. Quando saiu do palacete Scholz já de
madrugada. Lima Silva foi para a casa de Marinalva. Ela não estava.
Ordenou ao taxi que o levasse a Praça de São Sebastião. Em frente ao
Teatro Amazonas parou e saltou. A igreja já estava fechada e a praça
vazia. Ele sentou-se na escadaria do Teatro. De longe, de bem longe,
dos limites da fímbria do horizonte, apareceu um vento úmido e morno,
vindo da floresta, que passou como um fantasma, uivando nas alamedas
do Teatro. Era a morte do Eduardo Ribeiro. A morte de tudo.”

Parabéns ao Rogel Samuel pelo excelente livro, com certeza, ele fará
muito sucesso na nossa cidade. É isso ai.

--
JOSE MARTINS ROCHA
www.jmartinsrocha.blogspot.com

"O autor Rogel Samuel cita numa das passagens do seu livro romance
“Teatro Amazonas” que, em 1900, em Manaus, um dos personagens pega um
“taxi” e, ordena que o motorista siga até a Praça de São Sebastião –
ora, sabemos que este termo foi utilizado a partir do momento da
criação do taxímetro e, este foi criado no início do século XIX, pelo
alemão Wilhelm Bruhn, portanto, faz sentido, mesmo sabendo que em
Manaus não se utilizava este termo naquela época - o livro não é de
pura história, mas, um romance, sendo assim, o autor pode narrar da
forma que lhe convier a sua criatividade".

Abraços,
Rocha

segunda-feira, 25 de junho de 2012

BLOCOS ONLINE REPERCUTE A PUBLICAÇÃO

BLOCOS ONLINE REPERCUTE A PUBLICAÇÃO DO "TEATRO AMAZONAS" - A PRÓPRIA LEILA MICCOLIS SUBSCREVE. LEIA EM:

http://www.blocosonline.com.br/home/index.php

NOVO ROMANCE DE ROGEL SAMUEL

NOVO LIVRO DE R. SAMUEL
O ROMANCE CONTA AS FASES DA CONSTRUÇÃO DE UM DOS MAIORES E MAIS EXÓTICOS TEATROS DO MUNDO

TARTARUGA QUE SE EXTINGUE

Morre Solitário Jorge, última tartaruga de sua espécie em Galápagos

Solitário Jorge, último representante da espécie "Geochelone Abigdoni", com idade estimada de mais de 100 anos …O Solitário Jorge, a última tartaruga gigante de sua espécie que habitava as ilhas Galápagos, morreu neste domingo depois de infrutíferas tentativas para que se reproduzisse, informou a reserva ecológica equatoriana.

O animal, único sobrevivente da espécie "Geochelone Abigdoni", com idade estimada de mais de 100 anos, foi encontrado sem vida no centro de criação de tartarugas terrestres da ilha Santa Cruz, segundo comunicado do Parque Nacional Galápagos (PNG).
"Com a morte desta tartaruga se extingue a espécie da ilha Pinta", de onde era originária, lamentou o PNG, que em 1993 submeteu Jorge a um processo de reprodução mal sucedido.
O PNG anunciou que em "homenagem" ao Solitário Jorge realizará um seminário internacional, em julho, para elaborar uma estratégia de manejo das populações de tartaugas nos próximos dez anos com a finalidade de obter sua restauração.

DUGPA RINPOCHÊ

O amor que pára na superfície das coisas está condenado a debilitar-se, a morrer. É como a árvore sem raiz, prometida ao machado do lenhador.


DUGPA RINPOCHÊ

domingo, 24 de junho de 2012

TAO


TAO TE CHING - Lao Tse - O Livro do Caminho - Tradução de Wu Jyn Cherng


Para querer iniciar o recolhimento
É necessário consolidar a expansão
Para querer iniciar o enfraquecimento
É necessário consolidar o fortalecimento
Para querer iniciar o abandono
É necessário consolidar o amparo
Para querer iniciar a subtração
É necessário consolidar o aumento
Isto se chama breve iluminação
O suave e o fraco vencem o rígido e o forte
Os peixes não podem separar-se do lago
O reino que tem o instrumento afiado
Não pode colocá-lo à vista do homem


 MING: iluminação, tem sentido de ampliação da consciência ou o enriquecimento de uma cultura.

sábado, 23 de junho de 2012

TAO


TAO TE CHING - Lao Tse - O Livro do Caminho - Tradução de Wu Jyn Cherng


Conservando a Grande Imagem
O mundo passa
Passa sem danos
Com tranqüilidade, serenidade e supremacia
A música e as iguarias
Param o viajante
As palavras que nascem do Caminho
São insossas, carecem de sabor
Olhar não é suficiente para vê-lo
Escutar não é suficiente para ouví-lo
Usar não é suficiente para esgotá-lo

sexta-feira, 22 de junho de 2012

NOS ÚMIDOS PLANOS DAS MÃOS - JEFFERSON BESSA

"A poesia de Jefferson Bessa é difícil e bela como a existência, ou a sobrevivência, o viver entre as paredes descascadas do próprio quarto feito prisão, ou no mar que nada tem a dizer (pois é urbano)", as palavras de Rogel Samuel para o e-book Nos Úmidos Planos das Mãos de Bessa dão um indicativo do que um leitor exigente pode esperar. Desde de 2009 o autor vem divulgando seu trabalho no blog: 
PARA LER CLICK EM:

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O teatro de ouro puro em livro

O teatro de ouro puro em livro

O teatro de ouro puro em livro De saída, cabe dizer que o livro é um encantamento só. Imagino os leitores em visita à antiga casa de espetáculos, envolvidos pelo verde fusco da capa, sentindo-se personagem da obra, folheando-a, lendo trechos, encontrando-se com o diálogo vida-arte:
“A vida em Manaus era elegante, rica, alegre, no início do apogeu de uma sociedade que enriquecia rapidamente, com a extração da borracha”.
O autor de Teatro Amazonas é um escritor veterano: Rogel Samuel. Colunista de Blocos online e Entretextos. Professor aposentado da pós-gradução da UFRJ. Cronista, romancista e crítico literário. O romance, cujo projeto gráfico vale tanto quanto o conteúdo laborioso e expressivo, disseca os mistérios e nuances da construção de um dos mais famosos teatros do País, encravado no coração da selva amazônica. Eduardo Ribeiro e os piauienses Fileto Pires Ferreira, Thaumaturgo de Azevedo e José Paranaguá, figuras públicas de relevo na época têm seu lugar social revisitado. Saem da história para a ficção e reforçam o imaginário coletivo, ou dele se afastam.
A edição é da Editora da Universidade Federal do Amazonas. Em breve, disponível aos leitores, em livraria de Manaus, Teresina e Rio de Janeiro. Para leitores de outros estados,  Entretextos informará, assim que findar a greve das universidades federais, como adquirir a obra pela internet.
DO PORTAL ENTRE-TEXTOS 
 

Navio com 200 supostos imigrantes ilegais afunda ao sul da Indonésia

Navio com 200 supostos imigrantes ilegais afunda ao sul da Indonésia

Informações prévias extraoficiais sugerem que 75 pessoas podem ter se afogado; embarcação aparentemente tentava chegar à Austrália para buscar asilo

iG São Paulo |
Navios da Indonésia e da Austrália lançaram uma operação de resgate por cerca de 200 pessoas a bordo de uma embarcação que naufragou ao sul da ilha indonésia de Java enquanto aparentemente tentava alcançar a Austrália em busca de asilo, informaram nesta quinta-feira fontes oficiais australianas. Teme-se que haja vários afogados.
Leia também:  Naufrágio na Indonésia deixa ao menos 58 desaparecidos
O barco naufragou a cerca de 200 km ao norte do território australiano da ilha de Christmas - e a cerca da mesma distância do sul da Indonésia - com "até 200" a bordo, disse o Serviço Alfandegário da Austrália em uma declaração. Ainda não está claro de onde eram os passageiros.
"Há cerca de 40 no casco e o resto está na água", disse o comissário de polícia do Estado da Austrália Ocidental, Karl O'Callaghan. "Algumas informações prévias sugerem que até 75 pessoas se afogaram, mas não confirmo essa informação por enquanto", afirmou.
A Austrália enviou duas embarcações e um avião à zona do naufrágio, e três barcos mercantes se uniram às operações de resgate, enquanto a Indonésia encaminhou dois navios de guerra para a área. O avião de vigilância australiano informou à agência do país que avistou na água sobreviventes usando coletes salva-vidas.
"Há sobreviventes, mas não podemos confirmar o número neste momento", disse a porta-voz da Autoridade Marítima Australiana de Busca e Resgate, Jo Meehan, à emissora de rádio ABC.
Meehan indicou que os trabalhos de resgate são coordenados pelas autoridades indonésias, uma vez que o naufrágio aconteceu em seu território, e antecipou que as operações serão mantidas durante a noite.
Infográfico: Cem anos depois, Titanic mantém fascínio e perguntas sem resposta
Gagah Prakoso, porta-voz da Agência de Busca e Resgate da Indonésia, por sua vez disse que o navio estaria com 206 a bordo, mas não soube informar o país de origem dos passageiros ou de onde a embarcação tinha partido. "Enviamos dois navios de guerra, mas considerando-se as altas ondas e o mau tempo, não tenho certeza de que chegarão ao local hoje", afirmou.
O número de imigrantes ilegais interceptados pela Marinha australiana na ilha de Christmas, ao sul da ilha de Java, cresceu em maio e junho até superar 1 mil pessoas por mês, total que não era alcançado desde 2001, segundo dados oficiais da Austrália. Muitos do que buscam asilo vêm do Irã, Afeganistão e Sri Lanka.
*Com AP e EFE

quarta-feira, 20 de junho de 2012

O ocaso do maior escritor do século 20



O ocaso do maior escritor do século 20

Extraído de Dom Total, 11/06/2012.

O escritor Gabriel García Márquez perdeu definitivamente a memória. Pelo menos esta é a conclusão a que chegaram os meios de comunicação colombianos depois de uma entrevista do autor, terça-feira passada, ao jornalista Plinio Apuleyo, seu amigo íntimo. Depois de duas horas com Gabo, o jornalista revelou que a demência senil já não permite ao escritor escrever e sequer reconhecer familiares e amigos próximos.

“Nas últimas vezes que conversamos pessoalmente, na Cidade do México, ele repetiu várias vezes: ‘Como anda você? O que tem feito? Quando volta de Paris’? Muitos amigos comuns com quem falei sobre o assunto disseram que com eles aconteceu a mesma coisa. Gabo fez as mesmas perguntas. Existe a suspeita de ele tenha algumas fórmulas. Se não reconhece alguém, não pergunta ‘quem é você’?. Prefere fazer perguntas genéricas. Dói muito vê-lo assim. Gabo sempre foi um grande amigo”, disse Plinio Apuleyo.

Há pelo menos cinco anos a deterioração da saúde de García Márquez tornou-se pública. Os primeiros sinais foram dados quando ele renunciou a continuar escrevendo suas memórias (“Viver para contá-la”, primeiro volume de uma trilogia frustrada) e enfrentou a morte de um irmão. Pouco antes o escritor tinha sido vítima de um linfoma do qual saiu intacto.

Em 2007, quando o Congresso do Idioma celebrou em Cartagena de Índias, na Colômbia, os 40 anos da publicação de “Cem anos de solidão”, García Márquez, pai do cineasta Rodrigo García, se deixou ver sorridente e feliz, vestindo um terno de linho branco. Em nenhum momento, porém, falou em público nem concedeu entrevistas. Nesta época surgiram os primeiros rumores sobre os lapsos de memória do Prêmio Nobel de Literatura de 1982.

No mesmo ano, o escritor britânico Gerald Martin escreveu a biografia oficial de Gabo, “Uma vida”, na qual se pode ler, nas entrelinhas, a notícia velada da enfermidade do autor: “Ele era capaz de recordar a maioria das coisas do passado distante, embora tivesse dificuldade em recordar os títulos de seus livros. Mas mantivemos uma conversa normal, até divertida”, diz Martin.

Há um ano, alguns meios de comunicação chegaram a anunciar que Márquez estaria em vias de morrer em Paris. Sua mulher, Mercedes, e sua agente literária, Carmen Balcells, desmentiram a notícia. Gabo não estava em apuros nem estava em Paris. Permanecia em sua casa no México. Há poucos meses a família divulgou uma foto tirada na festa dos 85 anos do autor.

Nos tempos de sua pródiga produção literária Gabriel García Márquez brindou o mundo com uma coleção de obras primas, que o tornaram, na opinião de muitos o maior escritor do século 20. Entre elas se incluem “Ninguém escreve ao coronel”, “Crônica de uma morte anunciada”, “O outono do patriarca”, “O amor nos tempos do cólera”, “Cheiro de goiaba”, “O general em seu labirinto”, “Do amor e outros demônios”, além de uma vasta obra como jornalista e cronista.

(Marco Lacerda)



WOOD ALLEN

TAO


TAO TE CHING - Lao Tse - O Livro do Caminho - Tradução de Wu Jyn Cherng


O Grande Caminho é vasto
Pode ser encontrado na esquerda e na direita
Os dez mil seres dele dependem para viver
E ele não os rechaça
Conclui a obra sem mostrar a sua existência
É o manto que cobre os dez mil seres, sem agir como senhor
Podendo ser chamado de pequeno
Os dez mil seres voltam para ele, sem que aja como senhor
Podendo ser chamado de grande
Assim o Homem Sagrado nunca age como grande
Por isso pode atingir sua grandeza

terça-feira, 19 de junho de 2012

TAO


TAO TE CHING - Lao Tse - O Livro do Caminho - Tradução de Wu Jyn Cherng



Quem conhece os homens é inteligente
Quem conhece a si mesmo é iluminado
Vencer os homens é ter força
Quem vence a si mesmo é forte
Quem sabe contentar-se é rico
Agir fortemente é ter vontade
Quem não perde a sua residência, perdura
Quem morre mas não perece, eterniza-se


segunda-feira, 18 de junho de 2012

MINISTRO ENTRA EM FILA

Ministro “plebeu”, Patriota entra na fila por yakisoba de R$18 em tigela de papel na Rio+20


Compartilhe:Twitter
Diplomata de modos aristocráticos, o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, está demonstrando não se incomodar em viver dias de “plebeu”, na Rio+20.
Na sexta, ele entrou na fila para comprar por R$ 18 um yakisoba (foto ao lado) e precisou até se acotovelar um pouco na fila de um dos estandes mais cheios do evento.
Depois, tranquilamente, pegou a cumbuca de papel cheia de yakisoba e comeu em uma das acanhadas mesas da praça de alimentação, acompanhado de uma jovem assessora.
No outro dia, não resistiu e almoçou no Victoria (prato a R$75).

MORADORES VOLTAM PARA AS ÁREAS ALAGADAS

FOTO

TAO


TAO TE CHING - Lao Tse - O Livro do Caminho - Tradução de Wu Jyn Cherng

O Caminho é eterno e não tem nome
É genuíno e, embora pequeno,
O mundo não tem coragem de dominá-lo
Se reis e príncipes pudessem preservá-lo
Os dez mil seres iriam por si próprios obedecer
Quando o céu e a terra unem-se
Para escorrer o doce orvalho
O povo não pode interferir nisso, que por si é uniforme
O princípio domina a existência e o nome
Então o nome passa a existir
E irá também saber cessar
Sabendo cessar não perecerá
A relação do mundo com o Caminho
É como a dos riachos e vales
Com os rios e mares

domingo, 17 de junho de 2012

CARTAS PARA JULIETA

Drummond de Andrade (Itabira, Minas Gerais, 31/10/1902- Rio de Janeiro, 17/ 08/ 1987) poeta consagrado no Brasil, tinha um lado doce, carinhoso, era um paizão com a sua única filha Julieta, que faleceu de câncer generalizado 12 dias antes da morte do poeta. Ele tinha um relacionamento super estreito com a filha e não suportou a sua partida.
Os dois trocavam apelidos carinhosos: Enquanto Drummond chamava Maria Julieta de “julica”, “filha amada” e “filhareca”, Julieta retribuia com “Cacá”, “papai querido” e “poeta amado”.

Cartas de Julieta para Drummond

Escrito por . Postado em Curiosidades
15 de Junho de 2012
Carlos Drummond de Andrade teve apenas uma filha: Maria Julieta. Como pai, Drummond era só amores com a menina. A única coisa que sempre atrapalhou os dois foi a distância geográfica. Para matar um pouco da saudade, os dois trocaram cartas durante toda a vida. Resgatadas pela atriz Sura Berditchevsky, essas cartas foram inspiração para o monólogo Cartas de Julieta e Carlos Drummond de Andrade, que estreia neste sábado, dia 16.
A distância entre os dois começou a surgir quando Julieta ainda era pequena e passava as férias com a família em Minas, enquanto Drummond trabalhava no Rio de Janeiro. Um pouco mais velha, a menina entrou para o Movimento Bandeirante e as viagens pelo Brasil viraram rotina. A distância entre os dois aumentou ainda mais quando Julieta se casou, em 1949, e foi morar em Buenos Aires. Para matar a saudade entre o pai e a filha, as cartas. Veja abaixo uma delas, escrita quando a menina tinha apenas oito anos.

“Cacá”, aliás, era apenas um dos muitos apelidos carinhosos que Drummond e Julieta se davam. Enquanto a menina chamava o pai de “Cacá”, “papai querido” e “poeta amado”, o escritor correspondia com “Julica”, “filha amada” e “filhareca”.
A próximidade dos dois foi mantida até durante a morte. Julieta faleceu no dia 5 de agosto de 1987 e, apenas 12 dias depois, Drummond teve uma série de problemas cardíacos e também veio a falecer. Os dois foram enterrados no mesmo túmulo.
As relíquias foram guardadas por Pedro Augusto, neto do autor e filho de Julieta, e estudadas por Sura Berditchevsky para a realização da peça. Em entrevista à Folha de São Paulo, a atriz comenta que “as cartas trocadas na época em que Julieta era criança demonstram uma relação de afeto, de respeito desse pai com essa filha e mostram a maneira como ele vai dando possibilidades para ela ir para o mundo, para virar gente”.
A peça estará em cartaz entre os dias 16 de junho e 29 de julho no Teatro Eva Herz, em São Paulo, sempre aos sábados (17h) e domingos (15h). O monólogo também será apresentado na Feira Literária de Paraty (Flip), que esse ano irá homenagear Carlos Drummond de Andrade.

Índios reclamam de comida estragada na Rio+20

Índios reclamam de comida estragada na Rio+20
DO RIO
"Nem porco come isso aqui. Se comer, morre", gritava Uaratã pataxó, mostrando uma marmita de péssima aparência (arroz, feijão preto, macarrão e um pedaço de gordura) que, segundo ele, estava estragada e sendo servida aos índios que participam da Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20, no Aterro do Flamengo.
Leia mais no Especial Rio+20
Folha lança aplicativo sobre a Rio+20 para smartphone
Conte à Folha como sua vida é 'sustentável'
"Pedirei para os dirigentes agirem rápido", diz garota que falará à ONU
"Quem dá isso aqui não tem amor à vida. O índio é vida", dizia o pataxó, do alto de um palco. A seu lado, um colega de outra tribo filmava tudo com um smartphone. Na plateia, cerca de uma centena de pessoas, atraídas pelo discurso. Os índios se revezavam ao microfone, afirmando ter passado mal por causa da comida estraga e reclamando por não terem tido atendimento médico.
"Esse é o Brasil sem fome: comemos comida estragada", disse uma índia.
Os próprios representantes da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), responsável pelos índios presentes na Cúpula dos Povos (e por sua alimentação), reconheceram que cerca de 400 quentinhas estavam estragadas.
"Já estamos resolvendo a situação da comida. Não conhecemos as empresas aqui no Rio. A que contratamos não tinha condições de atender a demanda. Já mudamos de fornecedor, hoje à noite já vai ser servido por outra empresa", disse Kretã, um índio kaingang, membro da Apib.
Segundo ele, além da falta de estrutura da empresa contratada para servir a comida (que ele não soube nomear), o excesso de índios também prejudicou a organização.
"Houve um acordo entre as organizações indígenas, cada uma traria um certo número de participantes. Seriam 1.100 indígenas, que ficariam no Sambódromo, mas chegaram 1.700. Não tínhamos estrutura", disse Kretã.
Por fim, o representante da Apib disse que nesse tipo de evento os índios costumam montar um restaurante local, com cozinha coletiva, mas que a Prefeitura do Rio não permitiu tal estrutura no Aterro (cujos jardins são tombados pelo Iphan).
"Amanhã (18) bem cedo vamos à prefeitura para pedir a liberação da cozinha comunitária, para fazermos um restaurante aqui. Não tem como servir direito 1.700 quentinhas por refeição."

Brasil é 4º em novo índice de riqueza da ONU

Brasil é 4º em novo índice de riqueza da ONU

Em ranking baseado num novo cálculo que associa riqueza dos países com uso dos recursos naturais, divulgado neste domingo pelo programa das Nações Unidas para o Ambiente (Pnuma), braço da ONU, o Brasil ficou em quarto lugar, empatado com Índia, Japão e Reino Unido e na frente dos Estados Unidos. A China foi a primeira colocada, seguida da Alemanha.
O resultado, porém, não indica um cenário otimista - China, Estados Unidos, África do Sul e Brasil aparecem com tendo esgotado parte significativa de seu capital natural - a soma de um conjunto de recursos renováveis e não renováveis, como combustíveis fósseis, florestas e pesca.

A proposta, batizada de Índice de Riqueza Inclusiva (IRI), busca integrar aspectos sociais e ambientais ao desempenho econômico das nações, se apresentando como um indicador mais completo do que o Produto Interno Bruto (PIB) e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), medidas usadas para mostrar riqueza e desenvolvimento dos países. O indicador foi apresentado neste domingo na Rio+20.

O relatório observou as mudanças na riqueza inclusiva em 20 países, que juntos representam quase três quartos do PIB mundial, de 1990 a 2008. Durante o período avaliado, os recursos naturais per capita diminuíram em 33% na África do Sul, 25% no Brasil, 20% nos Estados Unidos e 17% na China. Das 20 nações pesquisadas, somente o Japão não sofreu diminuição do capital natural, devido a um aumento da cobertura florestal.

"A Rio+20 é uma oportunidade para abandonar o Produto Interno Bruto como medida de prosperidade no século 21 e como barômetro de uma transição para uma Economia Verde inclusiva, não serve para medir o bem-estar humano, ou seja, as muitas questões sociais e a situação dos recursos naturais de uma nação", disse o subsecretário geral e diretor executivo do PNUMA, Achim Steiner.

"O novo índice faz parte de uma gama de substitutos potenciais que líderes mundiais podem levar em conta como forma de dar mais precisão à avaliação da geração de riqueza para concretizar o desenvolvimento sustentável e erradicar a pobreza", acrescentou Steiner.

sábado, 16 de junho de 2012

CRUZOU EM CIMA DE UM ARAME

Nick Wallenda cruzou as cataratas do Niágara em cima de um arame
                           
     
Nem a humidade nem as fortes rajadas de vento impediram Wallenda de cumprir a sua missãoNem a humidade nem as fortes rajadas de vento impediram Wallenda de cumprir a sua missão (Reuters)
É o primeiro homem a consegui-lo em mais de 100 anos: Nick Wallenda, de 33 anos, conseguiu ontem à noite cruzar as cataratas do Niágara em cima de um arame. Apesar de se ter recusado até ao último momento a usar um cabo de segurança, o aventureiro acabou por ceder às exigências do patrocinador: a Disney.
A última vez que um homem tinha cruzado as duas margens das cataratas do Niágara - que traça uma fronteira natural entre os EUA e o Canadá - corria o ano de 1896. Quem conseguiu levar a cabo esse feito foi James Hardy, pouco antes de as autoridades terem proibido esse tipo de aventuras.

Ontem, a história repetiu-se. Por volta das 22h00 (hora local), Nick Wallenda deu início à sua caminhada histórica. Cerca de uma hora e meia depois estava do outro lado. “Estou a preparar-me para este momento desde que tenho dois anos”, disse Wallenda antes de dar início à sua marcha que teve como objectivo honrar os seus antepassados.

Caminhar sobre um arame é algo que está inscrito no ADN de Nick Wallenda: descende de uma linhagem de equilibristas que remonta aos finais do século XVIII. O tetravô de Nick, Karl Wallenda, tinha um lema: “A vida está no arame, o resto é tempo de espera”. Infelizmente foi a morte, e não a vida, que esperava Karl em 1978 depois de este cair do arame quando tentava unir a distância entre dois arranha-céus de Porto Rico.

A assistir à aventura de ontem - transmitida pela estação de televisão ABC - estiveram milhares de pessoas dispostas entre ambas as margens das cataratas que ficam separadas por cerca de meio quilómetro.

Nem a humidade nem as fortes rajadas de vento impediram Wallenda de cumprir a sua missão, apesar das dificuldades. “O arame mexe-se tanto que é complicado fixar a vista e ver por onde é que ando”, foi explicando o equilibrista em directo.

A Disney, que patrocinou esta travessia histórica, insistiu para que Wallenda usasse um cabo de segurança, uma proposta que o equilibrista recusou até ao último minuto. “Nunca trabalhei com medidas de protecção e este cabo é muito pesado, mas acato a decisão dos patrocinadores”, explicou, antes de subir ao arame de cinco centímetros de grossura.

Ao chegar à outra margem das cataratas, Wallenda foi recebido pela mulher e pelos três filhos mas também por elementos da polícia do Canadá, que lhe pediram o passaporte e lhe perguntaram o propósito da sua viagem. “Servir de exemplo às pessoas”, respondeu o equilibrista.

OS ÍNDIOS SOLTAM A VOZ

THE VANISHING NORTH

O QUE É SER CARIOCA?


“O que é ser carioca? É ter nascido no Rio de Janeiro. Sim, é claro, e também não. Não porque ser carioca é antes de tudo um estado de espírito. Ser carioca é uma definição de personalidade. Charles Chaplin é carioca. A princesa Margaret é carioca, e já o Townsend não é, Marilyn Monroe é dos seres mais cariocas que há na face da terra. Como cariocas são Orson Wells, dois Pablos: Picasso e Neruda, Louis Armstrong, Ilia Ehrenburg, o príncipe Ali Khan e Marlene Dietrich. Porque ser carioca, mais ainda que ser parisiense, é sentir-se perfeitamente integrado com a sua cidade e o seu meio; é portar roupas como um carioca; é saber das coisas antes que elas sejam ditas; é detestar trabalhar (mas trabalhar); é adorar flanar e bater papo no meio de milhões de compromissos; é acreditar que tudo se arranja (e arranja mesmo); é ser portador não de acidez, mas de certa adstringência como a dos cajus; é gostar de estar sempre chegando e não querer nunca ir embora; é ter ritmo em tudo para tudo; é ter em alta dose o senso do ridículo e da oportunidade; é gostar de gente mesmo falando mal; é gostar de banho de chuveiro; é amar todas as coisas que maldiz; é saber conhecer outro carioca no estrangeiro, só pelo modo de andar e de vestir-se. Isso é ser carioca. E a maior felicidade é que ao carioca foi dado para amar, desamar, exaltar, trair e ser escravo um outro ser cuja graça é indefinível: a mulher carioca."
VINICIUS DE MORAES

Patriota: Brasil quer erradicação da pobreza como tema central da Rio+20

Patriota: Brasil quer erradicação da pobreza como tema central da Rio+20

Ministro diz que, na presidência da convenção, País vai pôr fim da miséria no "centro das atenções"

Raphael Gomide, iG Rio de Janeiro | - Atualizada às
Foto: EFEPatriota também participou nesta sexta-feira (15) da abertura da Cúpula dos Povos
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou ao iG que o Brasil, na presidência da Rio+20, pretende colocar a erradicação da pobreza como o tema central da conferência.
Leia também:Brasil assume presidência da Rio+20 e busca solução para impasse até dia 19
É a primeira vez que o Brasil revela qual será o eixo principal de sua atuação na Rio+20, cuja liderança formal assume nesta sexta (15), ainda sem um documento final acordado. Patriota visitou o Riocentro, sede do evento, nesta sexta-feira, assim como seu antecessor e atual ministro da Justiça, Celso Amorim.
"Pretendemos ter a erradicação da pobreza como tema central. O Brasil é a sexta economia do mundo, mas a renda per capita ainda é mais baixa que a dos países desenvolvidos e tem 16 milhões na miséria; a China tem 200 milhões. Não podemos retroceder nisso: colocar a erradicação da pobreza no centro das atenções", afirmou o ministro.
De acordo com Patriota, ter a erradicação da pobreza como foco central da Rio+20 tem relação com dois dos princípios estabelecidos na Rio 92. O princípio número 1 é que "os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável" e outro - muito polêmico - o das responsabilidades comuns, mas diferenciadas, para cada país.
"O resultado da Rio+20 tem de apelar para a responsabilidade coletiva, com todos assumindo sua parcela de responsabilidade. O Brasil pretende inspirar filosoficamente esse debate, e já o faz,naturalmente, com a liderança pelo exemplo e com o relacionamento com todos os países-membros da ONU. É isso o que vamos fazer nos próximos dias", disse Patriota.

LAÇOS SUTIS

Estamos unidos ao mundo e aos mistérios do universo por laços sutis. O teu encontro com os outros tem por objetivo a tua própria harmonia.
DUGPA RINPOCHÊ

sexta-feira, 15 de junho de 2012

CIMEIRA DOS ÍNDIOS

Os índios reunidos no Rio de Janeiro por causa da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20 começaram nesta quinta-feira, 14, uma “olimpíada verde” de jogos esportivos para chamar a atenção sobre a necessidade de cuidar da natureza.
Os jogos indígenas iniciaram com um ritual no qual desfilaram os principais povos nativos do Brasil, semelhante às cerimônias de abertura dos Jogos Olímpicos.
Os integrantes de cada aldeia, vestidos com roupas típicas, coroas de plumas e pinturas corporais dançaram e cantaram para outras tribos indígenas presentes no Rio.
A cerimônia foi realizada ao anoitecer, em uma pista de terra instalada na aldeia Kari-oca, encontro que reuniu índios no Rio de Janeiro por causa da Rio+20.
No momento da realização, um membro da tribo Terenas agradou o público ao ser içado por seus companheiros enquanto levantava uma bandeira do Brasil. Enquanto isso, os índios guaranis, da região de fronteira com o Paraguai, animaram a noitr com um coro formado por meninas e jovens.
Já os xavantes, índios procedentes da Amazônia brasileira, apresentaram um dos esportes da “olimpíada verde”, uma corrida realizada com troncos de 150 kg no ombro.
Nos próximos dias também serão realizadas provas de outros esportes tradicionais dos índios brasileiros como tiro com arco, jogo da corda ou lançamento de lança. O futebol é o único esporte dentro do programa dos chamados “esportes verdes” que não tem origem indígena.
Até o momento 440 índios chegaram à aldeia Kari-oca, em sua maioria brasileiros. No entanto, também há representantes de povos nativos do Canadá, México, Guatemala, Filipinas, Japão ou Bangladesh.
A previsão dos organizadores era receber 1,2 índios de outros países, mas alguns enfrentaram problemas de transporte. Os índios bolivianos não chegaram ao Brasil porque estão concentrados nos protestos contra a construção de uma estrada na reserva natural de Tipnis, segundo fontes da organização.
A aldeia Kari-oca também foi centro dos debates e assembléias dos índios para definir um documento com reivindicações que será levado à ONU e aos governantes na Rio+20.
A conferência reunirá entre os dias 20 e 22 mais de 100 chefes de Estado e de Governo e cerca de 50 mil delegados oficiais de todo o mundo para discutir sobre desenvolvimento sustentável e economia verde.

ocablog.jpg