sábado, 26 de junho de 2021
terça-feira, 22 de junho de 2021
POEMA
OUÇO OS INSTANTES DE
sábado, 19 de junho de 2021
O MOTOCICLISTA
O MOTOCICLISTA
Ele irrompe míssil e libera-se tanático
Cavaleiro do ferro negro?
De ameaçadora criança sentença?
Produto da anti-revolução objetividade?
Herói ou vítima veloz? Força?
Ou forma de menino marketing digital ruído?
Que fizeram de ti, ou sem ti?
Te perderam ou te estamparam?
De que insegura agressividade és a vitória?
De que burrice histórica és a glória?
Opressor: um trilhão de dólares mortíferos
disparam no ar sobre milhões de homens doentes e mortos
-- eis teu sonho ao videogame?
Sais das trevas de algum segredo
do incomunicado, ou morrerás
sozinho na bala da noite?
Por que, como policial, queres à força ver
um crime em cada vida?
uma troca em cada relação?
Que ávidos saques de prisão
têm teus inocentes dedos de revólveres
e de alavancas secretas?
Que sentes? Ah! A quem amas?
terça-feira, 15 de junho de 2021
SETE DIAS SERÃO
sete dias serão
Sete dias serão, Manaus, ó sete amadas,
Por que se integre à terra este cantor.
Ó monstruosas noites desamparadas
De mim se aparte a porta dessa dor.
O espelho dágua ostenta a aranha alada
Que me arrasta o interno aeroplano,
Tresloucada vespa, cristalizada
Inoculando o inferno do engano.
Mas chega de canção, Amor, que neste canto
As finas rimas dessa ladainha
Escondem teus morenos ombros de arpejos.
Ó franca zona! Do Teatro o manto!
Por sete dias tua canção é minha
Na invenção literária dos teus beijos.
domingo, 13 de junho de 2021
terça-feira, 8 de junho de 2021
RUA GRANDE
A antiga e histórica Rua Grande, em Barras, é minha
paixão distante. Barras do Marataoã, no Piauí, aonde nunca fui, só em sonhos. É
uma rua deserta, que nem mais existe, ao fundo vejo a Matriz, os muros, as
casas desertas e batidas pelo soberbo sol daquele tempo. Rua larga e grande, em
silêncio posta, e aos poucos ouço passos, que sobem, que chegam, quase
silenciosos passos dos nossos antepassados, ilustres antepassados, Fileto,
Thaumaturgo, recuperados na memória, saídos do tempo, da glória que não se
apaga, vejo traços, ouço passos, naquela rua grande da nossa história, da minha
história. Sim, poucos sabem que Thaumaturgo, que foi Thaumaturgo quem traçou no
papel, quem planejou a cidade de Manaus. O sonho era dele, o visionário, o
futurólogo, quem “criou” a cidade foi sua pena, hoje esquecida. As crianças não
aprendem na escola? Gregório Thaumaturgo de Azevedo foi governador do Piauí, de 26 de
dezembro de 1889 a 4 de junho de 1890; mas também governou o Amazonas, de 1 de
setembro de 1891 a 27 de fevereiro de 1892. Nasceu em Barras
no dia 17 de novembro de 1853. Thaumaturgo
de Azevedo foi o primeiro governador do Piauí, de 1889 a 1890. E governador do
Amazonas de 1891 a 1892. Aborrecido com a luta política, demitiu-se do governo
do Piauí depois de um excelente governo. O seu secretário de governo era o
grande jurista e filósofo Clóvis Beviláqua, um dos fundadores da Academia
Brasileira e autor de um comentário em seis volumes do Código Civil Brasileiro.
Ofereceram a Thaumaturgo o governo do Paraná. Recusou. Mas optou pelo Amazonas.
Foi preso por Floriano, reformado, deportado para a fortaleza de São Joaquim do
Rio Branco. Anistiado, voltou ao Exército, chefiou a Comissão de Limites com a
Bolívia, que nos deu o Acre. “Thaumaturgo de Azevedo é um grande estadista
que merece ser reverenciado por todos os brasileiros”, escreveu Plácido de
Castro. Foi prefeito do Alto Juruá, fundador da cidade de Cruzeiro do Sul, e
Comandante da Brigada Policial do Rio de Janeiro. Ganhou a medalha de ouro
Simão Bolívar.
Um dia escrevi
“O desespero de Barras”:
Não conheço Barras, no Piauí.
Mas conheço Barras, no Piauí.
Sofro com Barras
debaixo dágua
pátria de Governadores
e Heróis.
Thaumaturgo! Thaumaturgo!
Herói de múltiplas plagas,
orai por Barras
debaixo dágua.
Ó grande Fileto Pires
o inventor do grande teatro
das selvas,
orai por Barras
debaixo dágua.
Eu sofro por aquela cidade
desconhecida
mas que mora comigo dentro do
meu sonho
e do meu pobre poema de
lastimação...
segunda-feira, 7 de junho de 2021
Rua grande
Rua grande
poema de
Rogel Samuel
(para Dilson Lages Monteiro)
rua grande
em Barras do Marataoã
no Piauí, minha paixão distante
Rua Grande
e deserta
ao fundo a Matriz
os muros, as casas
desertos
rua larga e grande
batida pelo sol pelo
silêncio do sol
seguida pelos
passos
silenciosos passos
dos nossos antepassados
ilustres
dos nossos personagens
Fileto, Thaumaturgo
ó memória nativa
ó glória que não se apaga
traços
passos
na rua grande
da história