COPACABANA, COPACABANA - ROGEL SAMUEL
Depois de décadas, volto a morar em Copacabana. Lugar de velhos, como eu.
Voltei por isso, aqui tenho tudo perto, a pé, ao alcance dos meus passos lentos.
Talvez Copacabana já não tenha o glamour da juventude, quando de madrugada para passear pela praia saíam das boites aquelas belas damas cheias de jóias e depois o desjejum no Cervantes, que ainda existe.
Talvez já não existam os elegantes cafés, como a Colombo, onde era bom freqüentar ouvindo aquele piano da tarde, e todas aquelas luxuosas paredes de espelho que sumiram.
E já não existe o atelier do Dener, no Posto Seis. Nem o poeta CDA, que ali morava.
Que importa, continua o mar, como no “Canto esponjoso” de Carlos Drummond:
“Bela
esta manhã sem carência de mito,
E mel sorvido sem blasfêmia.
esta manhã sem carência de mito,
E mel sorvido sem blasfêmia.
Bela
esta manhã ou outra possível,
esta vida ou outra invenção,
sem, na sombra, fantasmas.
esta manhã ou outra possível,
esta vida ou outra invenção,
sem, na sombra, fantasmas.
Umidade de areia adere ao pé.
Engulo o mar, que me engole.
Calvas, curvos pensamentos, matizes da luz
azul
completa
sobre formas constituídas.
Engulo o mar, que me engole.
Calvas, curvos pensamentos, matizes da luz
azul
completa
sobre formas constituídas.
Bela
a passagem do corpo, sua fusão
no corpo geral do mundo.
Vontade de cantar. Mas tão absoluta
que me calo, repleto.”
a passagem do corpo, sua fusão
no corpo geral do mundo.
Vontade de cantar. Mas tão absoluta
que me calo, repleto.”
Este é o poema de Copacabana. Drummond era o poeta de Copacabana, onde o vi passar, e me perfilei em reverência.
Ele vê corpos, curvas, mel sorvido sem blasfêmia, formas constituídas, sem deuses gregos, sem mitos, sem fantasmas...
Só a passagem de corpos, como o daquela garota de Ipanema que passava pelo Bar Veloso quando Vinícius estava como sempre bebendo, bebendo... engolindo o mar de cerveja que sempre bebia.
Drummond tem pensamentos curvos, ancas das ondas do mar, das mulheres seminuas, da calçada.
No fim aparecem os versos famosos, antológicos:
“Vontade de cantar. Mas tão absoluta
que me calo, repleto.”
que me calo, repleto.”
E é assim que me sinto, em Copacabana.
Um comentário:
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