segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Tiradentes
Tiradentes
Rogel Samel
Novamente em casa. O Rio parece cinzento. Ouço um ruído de carro e aviões ao longe. Os aviões, estou na rota. Vão para o Santos Dumont. O Rio ainda dorme. Preparo-me para dar a minha caminhada. É bom estar em casa, mas saudades de Tiradentes e da minha amiga Lyria. Espero que ela me esteja lendo. O meu amigo Dílson Lages Monteiro escreveu um poema sobre Tiradentes:
Palpitam e apitam
Em ruas de rumores e estações
As pedras palpitam minas e ouro
Palpitam como as encostas da serra
Palpitam nuvens e cerração
O céu de sol e sombra
em silêncios e orações.
A Maria Fumaça parada, parada
na viagem derradeira
reviva em cada charrete
Como o passado em ilusão.
Tiradentes palpita.
As encostas da serra
As ruas de pedras
Palpitam e apitam paradas.
Nos rumores da estação
Palpita a Maria Fumaça
Em cada charrete apita.
Palpita e apita
Tiradentes parada.
Como este poema me soa a Tiradentes! Cidade parada, amada. As pedras da Serra de São José nas pedras das ruas.
Sobre elas, as charretes passam.
Mas o tempo, esse lambido de gato,
Não passa.
Ali não passa.
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