domingo, 10 de janeiro de 2016

FALECE O POETA E AMIGO BENAYAS INACIO PEREIRA

Jorge Bandeira (*)
Benayas Inácio Pereira nasceu na cidade de Nova Granada (SP)em 15 de abril de 1935O campo das artes se descortina a ele coprodução de seus primeiros poemas, datados do ano de 1956Sua produção é renovada a cada anoe seu "xodóartísticé projeto "O Encontro das Artes"iniciado em 2001cuja característica principal é aliar a produção de músicos instrumentistas eruditos a talentos que estariam isolados em suaproduções musicais.

As influências primordiais encontradaem seu trabalhoseja poesiacrônica ouconto, são frutos diretos das experiências e dos conhecimentos adquiridos no meio acadêmico e cultural, somados ao grande cabedal de livros com os quais entrou e entra em contatoe que o levaram de forma precisa ao exercício da função com que é conhecido: revisor de livros e revistas.

Trabalhou nos jornais "A Crítica"O Estado do Amazonas", revisando textos e escrevendo artigos, especialmente nos cadernos culturaisSua função de maiorregularidaderevisor de obraliterárias, concentra-se nas publicações da EditoraValer e da EduaEditora da Universidade Federado Amazonas.

Desde 1990 é membro da "Casa do Poeta Lampião de Gás", local beo da poesia clássicaParticipou de inúmeros recitais poéticos e concursos literárioso que lhe fez angariar vários troféusdiplomas e menções honrosasSua vasta obra soma até hoje mais de 200 títulos editados, entre crônicaseditoriais e poesiasEsperaaindaa publicação de seu inédito livro de poemas "Um Flamboyã na Calçada", além de uma obra de crônicas.

Sobre o fazer artístico atual em Manausobserva o nascimento de movimentos literários como o CLAMClube Literário do Amazonasque gradativamente vai mostrando a nova cara da literatura amazonenseA respeito da música erudita e do Festival de Óperasconsidera queapesar de limitações eventuaistais atividades do calendário oficial do Estado são importantes para a diversidade cultural na cidade.

Para ele a importância da arteda cultura e da literatura para o ser humano é comparada ao oxigênio, pois o corpo não sobreviveria sem. Afirma que o ser humano não deve cair na rotina do ato mecânico de acordar, dormir e trabalhar. Ao se perguntar qual o sentido do homem viver apenas para trabalhar e comer, considera importante associar trabalho e cultura.

Eis a visão de Benayas, um granadino que, assim como o poeta Frederico Garcia Lorca, nascido em outra Granada, acredita ser a poesia a sustentação fundamental da grandeza do todo ser humano. A vida do homem sem a arte seria como um livro sem revisor abalizado e experiente, cheia de erros e com um olhar voltado apenas ao distante passado, sem a possibilidade de transformação do presente.

(*) Jorge Bandeira, ator, diretor de teatro e professor na Universidade do Estado do Amazonas

Um comentário:

Anônimo disse...

Sou filha do Poeta Benayas e em nome da família quero agradecer a matéria e as palavras de conforto. Muito obrigada.