sábado, 10 de outubro de 2009
As delícias da solidão
As delícias da solidão
Rogel Samuel
Eu prefiro acompanhado, mas também a solidão tem as suas delícias. Chove, no Rio de Janeiro. Desde ontem chove. Leio a poetisa portuguesa Soledade Santos, enviada por Amélia Pais. Na sala há uma TV ligada. Noticiário. Na mesa uma chícara de café. Não tenho um gato de barro, nem castiçal. Nem flores, nem conchas. Tenho livros, cadernos, canetas. Não tenho novelos de lã, nem revista de tricot. Tenho sim uma tarde de chuva. Tenho um computador ligado, quadros na parede. Uma foto de Rimbaud, de 1872, foto de Etiènne Carjat, emoldurada em preto. Está aqui. Carjat (1828-1906), foi um fotógrafo francês, caricaturista e escritor, conhecido por seus retratos fotográficos de escritores e artistas. Comprei esta fotografía às margens do Sena. Estava com minha amiga francesa Annie Geraud. Grande dia. Grande poeta. Grande Amiga.
Soledade Santos
TO BE ALONE
«To be alone is one of life's greatest delights»
D. H. Lawrence
uma chávena de chá sobre a mesa
um gato de barro um castiçal
algumas flores conchas livros
um caderno dois novelos
de lã e uma revista de tricot –
espólio de uma tarde à chuva
nessas delícias da solidão
que D H Lawrence cantou
Soledade Santos
(poema publicado em DiVersos 8, ed.Sempre-em-pé)
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3 comentários:
Que bom ler esta postagem, Rogel! A solidão é necessária e tem suas delícias certamente.
Um grande abraço.
Jefferson.
Que deliciosas companhias, como os instantes Superiores da Alma que acontecem na solidão.
OBRIGADO, AMIGOS, POR SUAS PALAVRAS DE CONSIDERAÇÃO QUE NÃO MEREÇO
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