domingo, 11 de outubro de 2009

O arco do azul infinito









O arco do azul infinito


Rogel Samuel




O arco do menino é de plástico, é de ouro, ferro, prata, e quem o sabe é de sonhos, de flores, de estrelas, de algas, de claridade do sol... mas não são de pássaros, nunca nunca, pois os pássaros pousam no ar do arco quando o menino dorme, no ar do arco das árvores como guerreiros cansados de azul, do azul silêncio do espaço infinito...




O MENINO E O ARCO

(Enviado por Amélia Pais)

O menino tem um arco.

É de plástico.

(Mas é de ouro
ou de ferro
ou de prata
- quem o sabe?)

E com ele
o menino colhe flores
e estrelas e algas
da funda claridade.
Nunca pássaros.


Esses, pousam no arco
enquanto o menino dorme
sob as árvores,
como um guerreiro cansado.

Glória de Sant'Anna, em Um Denso Azul Silêncio

* Nascida e falecida em Portugal, viveu longos anos em Moçambique

Um comentário:

ROGEL DE SOUZA SAMUEL disse...

Estimado Rogel: Muito grato pelas palavras de estímulo à minha modesta escrita.Quero lhe dizer que também clico sempre seus textos, suas traduções.Gosto sobretudo do que você escreve literariamente. Há, no seu texto,não sei se já lhe isso isso, suavidadade poética no estilo deescrever. Seu texto nunca é frio, insosso. Ao contrário, parece estarcontinuamente se poetizando, ainda que seja numa pequenina crônica,ou comentáraio circunstancial. Há uma espécie de olhar lírico,transformamndo o que você e e o que está ao seu redor, pessoas,objetos, animais , a natureza, num contínuo fluxo de emoção eencantamento, que, ao final, se poderia chamar de poesia. Muitasvezes, o texto em prosa está muito mais próximo da poesia do que daprosa prçopriamente dita. Ou seja, sentimo-lo como mais poesia doque como prosa.Acho isso encantador.Continue espallhando poesia,caro amigo.Um abrçao doCunha e Silva Filho