terça-feira, 20 de setembro de 2011

O DESTINO DO IMPERADOR


O DESTINO DO IMPERADOR


HUMBERTO DE CAMPOS

Ernesto Sena - "Deodoro", pág. 42.

Em uma das reuniões preparatórias do movimento republicano, a 6 de novembro, em casa de Benjamim Constant, assentavam-se planos quando Benjamim, de repente, indagou:

- E que faremos do "nosso Imperador"?

Um silêncio profundo foi a resposta. A figura bondosa e justa do monarca infundia respeito a todos aqueles conspiradores, impedindo uma resolução. Quebrou, porém, esse silêncio, o tenente Manuel Inácio.

- Exila-se! - disse.

- E se resistir?

- Fuzila-se! - declarou o tenente.

Todos se levantaram, numa reprovação,

- Oh! fez Benjamim, refletindo a repugnância de todos. - O senhor é sanguinário!

E entre a aprovação geral:

- Ao contrário, devemos cercá-lo de todas as garantias e considerações, porque é um nosso patrício, e muito digno!

Danielle Mitterrand hospitalisée


Danielle Mitterrand hospitalisée

La veuve de l'ancien président souffre d'insuffisance respiratoire.


Danielle Mitterrand (AFP)


Danielle Mitterrand, l'épouse de l'ancien président de la République, "est hospitalisée depuis ce week-end à l'hôpital européen Georges-Pompidou à la suite d'une insuffisance respiratoire", a annoncé mardi sa fondation France Libertés.

"Elle va mieux. Son état s'est stabilisé. On espère qu'elle sorte assez prochainement", a-t-on précisé dans l'entourage de la Fondation France Libertés.

Danielle Mitterrand, qui va avoir 87 ans, devait donner une conférence de presse mercredi à Paris, à l'occasion des 25 ans de son association.

(Source AFP)

TERREMOTO NO NEPAL




TERREMOTO NO NEPAL

VEJA EM



http://www.ekantipur.com/the-kathmandu-post/

HORROR - TERREMOTO NO SIKKIM




TERREMOTO NO SIKKIN

VEJA EM


http://sikkimtimes.com/

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

É preciso cultivar a compaixão e a piedade, diz dalai-lama


É preciso cultivar a compaixão e a piedade, diz dalai-lama

DE SÃO PAULO

Em sua única atividade gratuita durante a visita ao Brasil, o dalai-lama abordou a necessidade de cultivar a compaixão e a piedade.

Para o líder religioso tibetano, as religiões já fazem isso --todas elas-- mas ele fez questão de ressaltar que grande parte da população mundial não é adepta de nenhuma tradição religiosa e que é importante levar isso em consideração.

"É preciso envolvê-las no cultivo desses valores, e isso pode ser feito por meio da educação e do conhecimento laico. Só assim poderemos universalizar os valores morais e éticos necessários no século 21", disse.

veja o vídeo:

http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/videocasts/977135-e-preciso-cultivar-a-compaixao-e-a-piedade-diz-dalai-lama.shtml

Dalai-lama encerra giro com evento pop

Dalai-lama encerra giro com evento pop

Líder budista tibetano fala a 6.000 pessoas em palestra gratuita no Anhembi e defende importância do secularismo

Para ele, a corrupção é o 'novo câncer do mundo'; próximas gerações devem zelar pelos valores no futuro

LAURA CAPRIGLIONE
DE SÃO PAULO

"Vocês estão satisfeitos com a distância entre ricos e pobres [no Brasil]?" Nããããão! "Vocês estão satisfeitos com a corrupção [no Brasil?]? Nããããão!
Era o líder máximo do budismo tibetano, o dalai-lama, 76, provocando a platéia de 6.000 pessoas que foram ao Anhembi (zona norte de São Paulo), ouvi-lo falar sobre "Convivência Responsável e Solidária".
Foi o compromisso mais pop do dalai-lama em sua quarta visita ao Brasil, que se encerrou ontem. Também foi o único gratuito (em todos os demais houve venda de ingressos, que chegaram a custar R$ 500).
E foi o único realizado fora do sofisticado complexo do World Trade Center de São Paulo, onde o budista também ficou hospedado.
A diferença de clientela manifestou-se de imediato. Quando subiu ao palco, o dalai-lama foi aplaudido em pé, recebeu assobios e gritos de saudação.
Mas o pessoal mostrou entusiasmo também quando se anunciou a presença do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Então, subiu uma vaia forte, que os mais religiosos desaprovaram: "Bem pouco budista essa reação", disse a professora Maria de Lourdes Castanho, 36.

ÉTICA SECULAR
Para um religioso, o monge tibetano surpreendeu ao defender a importância da perspectiva secular.
Segundo ele, apesar de todas as religiões focalizarem a compaixão e a piedade, nenhuma tem condições de ser aceita por toda a humanidade. "Além disso, há muita gente no planeta que não se sente atraída por nenhuma religião", disse.
O caminho para uma cultura de paz passaria, portanto, pelo desenvolvimento e universalização de uma ética secular para combater a corrupção, que ele chamou de "novo câncer do mundo".
O dalai-lama conquistou mais aplausos ao defender a importância da educação para valores desde o jardim da infância até a faculdade.
Para ele, essa é a tarefa das próximas gerações. "Cabe a vocês dar forma ao século 21. Um mundo de compaixão pode ser criado."
"A minha geração logo vai dar tchauzinho e ir embora", disse, atraindo um lamento da platéia: "Aaaahhh".
À tarde, o dalai-lama falou a 2.800 pessoas no World Trade Center sobre a filosofia budista, no seminário "Cultivando emoções construtivas". Foi um discurso em boa parte focado nos iniciados.
O líder religioso, por isso, não fez cerimônia e proferiu-o, em boa parte, em tibetano, que alternava com o inglês.
Com toda a primeira fileira do auditório preenchida por monges convidados, representando os vários monastérios e grupos budistas do Brasil, o 14º dalai-lama, Tenzin Gyatsu, falou sobre a história do budismo, suas várias tradições e lutas internas.
Terminado o compromisso, às 15h30, o religioso se retirou, cercado por agentes da Polícia Federal, que cuidaram da sua segurança (ele é desafeto do governo chinês, por sua luta em prol da autonomia do Tibete). Deveria embarcar para a Índia ontem mesmo. A promessa é que volte em quatro anos.

ANÁLISE

Líder budista busca na ética a convergência das religiões

ALDO PEREIRA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Na maioria dos credos budistas não há Deus único e criador do universo. Alguns também rejeitam a ideia de alma imortal, embora todos professem reencarnação, por continuidade ou transmigração. Não há, pois, como conciliar cristianismo e budismo no plano da metafísica.
O dalai-lama começou seu descontraído sermão de ontem com a reafirmação desses dois pontos em linguagem menos direta. A convergência das religiões precisa então ser buscada na ética.
Nessa linha, aludiu à teoria neurocientífica da plasticidade cerebral (alteração estrutural de neurônios e sinapses por efeito da atividade mental). Evidência, julga ele, de que a sabedoria pode conduzir à erradicação das "emoções destrutivas" comprometedoras da compaixão.
Além da compaixão, o dalai-lama parece interessado noutra convergência coesiva, o ecumenismo, defesa das religiões contra o secularismo.
Nessa linha, revelou ter repudiado filiação à seita dos Chapéus Amarelos. Surpresa, tendo em vista a história de conflito sangrento de Chapéus Amarelos contra Chapéus Pretos, Vermelhos etc.Talvez ainda lembre de um que viu no Tibete. Outra surpresa: o lama apontado como seu mais provável sucessor é Urgyen Trinlay Dorje, karmapa dos Chapéus Pretos.
Para demonstrar que não se esquiva a divergências filosóficas com outras religiões, o dalai-lama desconcertou os não iniciados com hermética digressão fenomenológica em tibetano, que um dos intérpretes traduziu para inglês e outro para português e que pouca gente pode ter entendido.
O tortuoso fluxo de ideias desembocou na conclusão de que só a sabedoria pode anular emoções destrutivas. As quais, presumivelmente, você deve superar para libertar-se da samsara, sucessão de reencarnações purgatórias.
E nesse ponto retornam as divergências. Budismo prega extinção mortificante de todos os desejos, projeto que não fascina espíritos empolgados pela aventura de viver.
Em cena de "Assim Falava Zaratustra" (Friederich Nietzsche, 1844-1900), a serpente e a águia, animais arquetípicos, vêm perguntar se, absorto na contemplação cismarenta do horizonte, o sábio almejava a felicidade.
"Que é felicidade para mim?", responde Zaratustra. "Há muito tempo deixei de almejar felicidade: almejo, sim, a minha obra."

ALDO PEREIRA é autor de "Brumas do Tibete" (Publifolha)
aldopereira.argumento@uol.com.br

domingo, 18 de setembro de 2011

SIKKIN E NEPAL - Tremor de magnitude 6,8 atinge a Índia e deixa ao menos sete mortos


Tremor de magnitude 6,8 atinge a Índia e deixa ao menos sete mortos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS



Ao menos sete pessoas morreram em consequência de um terremoto de magnitude 6,8 que atingiu neste domingo a região norte da Índia e o Nepal às 18h10 locais (9h40 de Brasília), informa o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).

Com profundidade de 20,7 km, o tremor ocorreu no Estado de Sikkim e teve epicentro a 572 km ao norte de Calcutá e 272 km ao leste de Katmandu, no Nepal.

Inicialmente reportou-se que o sismo teria ocorrido a uma profundidade de apenas 10 km, mas o número foi revisado mais tarde pelo USGS.

Três pessoas morreram em Katmandu e outras duas na cidade de Dharan, ao leste da capital nepalesa, segundo declararam porta-vozes da polícia local, que informaram que entre as vítimas há uma mulher e uma criança.

O terremoto atingiu o Estado de Sikkim, no extremo nordeste da Índia, onde, de acordo com fontes oficiais consultadas pela imprensa local, ao menos duas pessoas morreram pelo desabamento de edifícios.

O epicentro do tremor foi localizado 60 km ao noroeste da capital de Sikkim, Gangtok, onde as linhas de telefones fixos caíram e as redes de telefonia móvel ficaram rapidamente saturadas.

O sismo causou pânico nas regiões atingidas e as autoridades de Nova Délhi enviaram equipes de resgate para prestar socorro às vítimas.

Segundo o porta-voz da Polícia Nacional do Nepal, Binod Singh, as três mortes na capital ocorreram próximo à representação diplomática britânica.

"Pelo menos três pessoas morreram em Katmandu quando um muro da embaixada do Reino Unido desabou. Duas morreram no leste do Nepal", afirmou.

Umberto Eco


Il a fallu juste une phrase du communiqué de presse des éditions Bompiani - disant qu’Umberto Eco allait réécrire le Nom de la rose afin de le rendre «plus accessible aux nouveaux lecteurs» - pour que naisse le buzz, et que l’on attribue au sémiologue italien le projet de lancer sur le marché une version allégée de son best-seller, destinée aux «jeunes lecteurs» démunis, à la «génération Internet» comme l’a écrit El País, rétifs aux références trop savantes ou aux citations en latin. Ce qui est vrai, c’est que Bompiani (qui sera suivi des autres éditeurs étrangers) publiera bien, probablement en octobre, une nouvelle édition «revue et corrigée» du roman, précédée d’une note de deux pages qui explique la nature des interventions : élimination de certaines répétitions, corrections de deux ou trois erreurs, explicitation de quelques citations latines.

Umberto Eco le précise dans l’interview ci-dessous, donnée au journaliste du quotidien la Repubblica, Maurizio Bono. Le Nom de la rose, dont est tiré le film de Jean-Jacques Annaud, est paru en 1980. Classé premier dans la liste des best-sellers du New York Times, il a reçu le prix Strega en 1982, a été vendu, rien qu’en Italie, à six millions et demi d’exemplaires, et traduit en quarante-sept langues.
Un bobard, donc, mais cette histoire de la réécriture, professeur, a quand même beaucoup circulé.

Qu’est-ce que je peux vous dire ? C’était l’été, et les journaux devaient bien écrire quelque chose, ne serait-ce que pour éviter que les lecteurs ne pensent qu’à la crise économique. Aux jeunes lecteurs, le livre doit plaire tel qu’il était et tel qu’il reste - autrement, qu’ils aillent se gratter : comme disait Benedetto Croce (1), le premier devoir des jeunes est de devenir vieux…
Pour paraphraser Guillaume de Baskerville, le personnage du Nom de la rose, on dira qu’on apprend aussi à partir des erreurs et des faussetés : cette crainte d’une «adaptation au temps présent» du roman semble exprimer le souci de ceux qui se sentent obsédés par le style Facebook et la civilisation des SMS…

Je crois qu’il s’agit de ceux qui ensuite écrivent de longs articles ennuyeux pour dire que les jeunes ne lisent plus - ce qui est faux. Ceux qui ne lisent plus, adultes compris, ce sont ceux qui ne lisaient pas davantage avant.
Cela fait penser à vos hommes du Moyen-Age, qui pleuraient sur les malheurs d’un «monde qui a les cheveux blancs» où «la jeunesse ne veut plus rien apprendre». Or, un communiqué de presse de votre maison d’édition disait que vous aviez ressenti le besoin de revoir le texte «pour le rendre plus accessible aux nouveaux lecteurs»…

C’est une expression curieuse qui voulait peut-être suggérer aux libraires qu’une nouvelle édition aurait attiré l’attention de nouveaux lecteurs (critère commercial valant cependant pour n’importe quel livre), mais qui certainement (au moins pour ceux qui croient qu’Omo lave vraiment plus blanc) a stimulé l’interprétation selon laquelle j’aurais fait une édition ad usum Delphini. Non, c’est toujours à l’usage des baleines. Ne serait-ce que parce que le communiqué, si je me souviens bien, disait correctement «il ne l’a pas réécrit, comme ont fait d’autres auteurs», ajoutant, me semble-t-il, que le livre faisait 550 pages. Il suffisait de faire comme a fait Massimo Gramellini de la Stampa : aller vérifier que l’édition précédente comptait dix-huit pages de moins pour lever le soupçon qu’il ne s’agissait pas d’une édition abrégée pour débiles. En voulant peaufiner, il faudrait en conclure que c’est une édition augmentée (mais je pense que la différence est due aux marges un peu plus larges, dont je ressentais le besoin).

Mais la chose pénible, au moins en termes d’éthique journalistique, c’est que, sur la base d’une demi-phrase d’un communiqué de presse, aient été écrits des articles excités ou indignés, par des gens qui n’avaient pas eu en main cette nouvelle édition - laquelle, au moment où on parle, n’existe pas. Chaque article naissait d’un article précédent, et tous ont eu la légèreté de parler d’un livre qu’ils n’avaient pas lu ni même vu. Comme disait Untel, c’est pire qu’un crime, c’est une erreur. Au vu de son article, le seul qui doit avoir donné un coup de téléphone à la maison d’édition ou s’être fait montrer les épreuves de façon à comprendre qu’il ne s’agissait pas d’une réécriture mais d’une correction normale d’erreurs et d’imprécisions lexicales, est Paolo di Stefano, du Corriere della Sera. Au jour d’aujourd’hui, un journaliste qui remonte aux sources mérite le prix Pulitzer.
Comment cette nouvelle édition sera-t-elle-présentée ?

Dans le colophon (cette page aux petits caractères où figure le copyright), il y aura la mention : «édition revue et corrigée», comme c’est le cas dans de nombreux livres lorsque, après de nombreuses années, on fait une deuxième édition. Je suis intervenu avant tout sur certaines inexactitudes, j’ai éliminé la répétition de termes qui apparaissaient à quelques pages de distance, souvent je me suis soucié du rythme, parce qu’il suffisait d’ôter un adjectif ou d’enlever une incise pour rendre plus aérée toute une période. J’ai pratiqué à la manière d’un dentiste, quand - une fois posée la prothèse, et alors que le patient a l’impression d’avoir comme une masse dans la bouche - il passe un tout petit coup de roulette et fait en sorte que les dents s’encastrent à la perfection.La seule variante un peu substantielle se trouve dans la description du visage du bibliothécaire : je voulais faire disparaître une référence néogothique gênante.
Y avait-il des erreurs à corriger ?

Pas beaucoup, mais il y en avait. Depuis trente ans, je continuais à avoir honte du fait que j’avais trouvé la mention dans un herbier d’époque de la cicerbite (qui est une espèce de chicorée), et l’avais rangée parmi les cucurbita, en la faisant devenir une courge - alors que la courge nous est venue des Amériques. De même pour une mention des poivrons. Et puis je parlais d’un violon, alors qu’à l’époque, c’était une vielle, c’est-à-dire une sorte de viole. A un autre endroit, Adso dit avoir fait quelque chose en quelques secondes, alors qu’au Moyen Age la mesure temporelle de la seconde n’existait pas.
Et vous vous êtes décidé à ce «nettoyage» après trente ans?

Que voulez-vous, durant ces trente années j’ai écrit cinq autres romans, tandis que le Nom de la rose voyageait presque à son compte entre réimpressions et traductions, et que je n’arrivais pas à le suivre. Et il y a une chose qu’il faut dire : mes romans suivants reportaient des corrections à chaque réimpression, et cela parce qu’on commençait les traductions dès que le roman était sorti en italien. Or, il n’y a pas de lecteur plus sévère et entêté qu’un traducteur, qui doit peser mot après mot. Et les différents traducteurs se rendent compte que là il y a une contradiction, qu’ici tu as écrit nord au lieu de sud, qu’une phrase se prête à une double interprétation parce qu’il manque par exemple une virgule, et ainsi de suite. Lorsque ces remarques t’arrivent, souvent toutes en même temps, toi, à la première ou à la deuxième réimpression, tu fais les corrections appropriées.

Avec le Nom de la rose, les traductions sont au contraire arrivées très lentement, à des années d’intervalle, alors que les réimpressions italiennes se succédaient à grande vitesse. Il y a aussi le problème des répétitions, qui embêtent toujours l’auteur quand il se relit; aujourd’hui il suffit d’appuyer sur une touche de l’ordinateur, et l’on sait aussitôt combien de fois le même adjectif a été répété dans un texte de plus de 500 pages, alors qu’au temps du Nom de la rose, on tapait encore à la machine. Ce n’est que bien plus tard que j’ai pu disposer d’un texte numérisé et faire les vérifications dont je parlais.
Lorsqu’ils feuilletteront cette édition, les premiers lecteurs du Nom de la rose pourront donc ne même pas apercevoir de différences ?

A moins qu’ils ne soient des disciples de Gianfranco Contini et de la «critique des brouillons». Si quelqu’un voulait faire une thèse de doctorat en comparant les deux éditions mot à mot, il découvrirait que les cas les plus notables concernent certaines citations latines. Le latin était et demeure fondamental pour donner à l’histoire sa saveur «conventuelle», et attester que les renvois à des idées de l’époque sont corrects et authentiques. D’autre part, je voulais, et veux encore, soumettre mon lecteur à une certaine discipline pénitentielle. Toutefois, j’avais été gêné par le fait que des lecteurs m’aient fait savoir que pour telle ou telle citation, ils avaient été obligés de consulter un dictionnaire de latin. Moi, cela ne m’intéressait pas et ne m’intéresse pas que les citations soient comprises, surtout lorsqu’il s’agit de simples titres de livres : elles servent à donner l’impression d’éloignement historique. Mais je me suis aperçu que, dans certains cas, si on ne comprenait pas la citation, on ne comprenait pas bien non plus ce que je racontais.

L’éditeur allemand s’était senti en devoir de mettre en appendice un petit dictionnaire avec la traduction des phrases latines, et cela m’avait beaucoup embêté. Mon éditrice américaine, Helen Wolff, m’avait fait remarquer qu’un lecteur européen, même s’il n’a pas étudié le latin, avait en tête tant d’inscriptions lues sur les façades des palais ou des églises, avait entendu tant d’expressions, tantôt philosophiques, tantôt juridiques ou religieuses, qu’il pouvait ne pas être terrorisé par des mots tels que dominus ou legitur. Un lecteur américain, en revanche, aurait eu de plus sérieuses difficultés - comme si chez nous paraissaient un roman farci de longues citations en hongrois.

C’est pourquoi, avec mon traducteur Bill Weaver, on avait allégé certains passages en latin, en insérant par exemple une paraphrase de la partie la plus notable - ce faisant, j’avais dans l’esprit certains usages de ma région, qui font que, quand on parle en dialecte, on souligne les expressions les plus importantes en les répétant en italien. J’ai adopté le même critère pour cette édition italienne.Un exemple. A un certain moment, Guillaume cite Bacon, et dit : «Et de toutes ces connaissances, une science chrétienne devra se réemparer, les reprendre aux païens et aux infidèles tamquam ab iniustis possessoribus». La nouvelle édition dit : «Et de toutes ces connaissances, une science chrétienne devra se réemparer, elle devra les reprendre aux païens et aux infidèles tamquam ab iniustis possessoribus, comme si nous seuls, et pas eux, avions droit à ces trésors de vérité.»
Aucune réécriture en style SMS pour faciliter la lecture du livre à des lecteurs déprimés, donc ?

Ne dites pas des choses pareilles, car j’ai mal quand je ris. Dans la plupart des cas, ce sont des corrections que j’ai faites pour me faire plaisir, pour me faire sentir sur certains points plus à mon aise, stylistiquement, pour faire que le discours «coule» mieux, pour perfectionner certains rythmes - et non pour faciliter la lecture aux lecteurs déprimés. Le livre reste tel qu’il était - prêt à déprimer les futurs lecteurs. Je dois dire que l’expérience (me relire après tant de temps, faire un petit rafraîchissement ici et là, comme le fait le coiffeur après vous avoir déjà mis le miroir derrière la tête) m’a plu. A l’avenir, pendant mon temps libre, je ferai des éditions revues et corrigées de mes autres romans.
On a pu lire que les éditeurs étrangers auraient à retraduire le livre…

Il ne manquerait plus que cela. Dans certaines traductions, la moitié des inconvénients que j’ai éliminés dans le texte italien pourraient déjà avoir disparu. Pour le reste, j’enverrai aux anciens traducteurs la nouvelle version dans laquelle sont surlignés en rouge les mots ou les passages modifiés. En vue de la prochaine réimpression, en une demi-journée, il pourront remettre en place le texte - pour autant qu’ils estiment que leur version l’exige, naturellement.

(1) 1866-1952, philosophe, écrivain, fondateur du Parti libéral italien.

Canoístas gaúchos percorrem 1.600 km pelo rio Amazonas de Manaus a Belém


Canoístas gaúchos percorrem 1.600 km pelo rio Amazonas de Manaus a Belém
Expedição durou 25 dias e passou por 12 municípios e 12 comunidades do Amazonas e Pará
Leila Endruweit

Foram 1.600 quilômetros entre Manaus, capital do Amazonas, e Belém, capital do Pará, pelo rio Amazonas. Os gaúchos Romeu Chala, 51 anos, professor de educação física, e Marcelo da Luz, 37 anos, engenheiro mecânico, experientes na canoagem, percorreram em 25 dias, 12 municípios e 12 comunidades em um caiaque duplo.

Os dois, ambos porto-alegrenses, remaram cerca de 80 km diariamente e enfrentaram ventos, correntezas, cansaço e conviveram com o medo constante de piratas, comuns na região.

A aventura, chamada de Expedição Amazonas, aconteceu de 18 de agosto a 11 de setembro, e teve o apoio do Estado do Amazonas e como principal objetivo mapear a região para futuras competições internacionais de canoagem.

sábado, 17 de setembro de 2011

ÍNDIOS ISOLADOS

"É preciso difundir a compaixão e a piedade", diz dalai-lama em São Paulo


"É preciso difundir a compaixão e a piedade", diz dalai-lama em São Paulo

LAURA CAPRIGLIONE
DE SÃO PAULO


Em sua única atividade gratuita durante a visita ao Brasil, o dalai-lama disse na manhã deste sábado no Pavilhão de Convenções do Anhembi, em São Paulo, que para universalizar os valores morais e éticos cruciais para o século 21 é preciso difundir a compaixão e a piedade mesmo entre aqueles que não são adeptos de religião alguma.


Marlene Bergamo/Folhapress


Description: Em único evento gratuito durante sua passagem pelo Brasil, dalai-lama falou sobre compaixão e piedade

Em único evento gratuito durante sua passagem pelo Brasil, dalai-lama falou sobre cultivar compaixão e piedade

Antes de dar início à palestra "Convivência responsável e solidária", o líder máximo tibetano foi recebido com fortes aplausos e gritos emocionados, numa ovação ao estilo do Rock in Rio.

Quando foi anunciada a presença de Gilberto Kassab, o clima de Rock in Rio continuou, mas da maneira inversa. O prefeito de São Paulo foi recebido sob intensas vaias da plateia, comportamento descrito por uma religiosa como "bem pouco budista".

Outras personalidades prestigiaram o dalai-lama, entre elas os reitores da USP, João Grandino Rodas, e da Universidade Nove de Julho (Uninove), Eduardo Storópoli.

O líder religioso, que chegou pontualmente às 9h30 para abrir os trabalhos no Anhembi, falou sobre a necessidade de cultivar os valores da compaixão e da piedade.

Segundo o dalai-lama, as religiões já fazem isso --todas elas-- mas ele fez questão de ressaltar que grande parte da populaçaõ mundial não é adepta de nenhuma tradição religiosa e que é importante levar isso em consideração.

"É preciso envolvê-las no cultivo desses valores, e isso pode ser feito por meio da educação e do conhecimento laico. Só assim poderemos universalizar os valores morais e éticos necessários no século 21", disse.

O dalai-lama encerrou sua palestra às 11h30 e dirigiu-se ao World Trade Center de São Paulo, na zona sul da cidade, onde deve se reunir à tarde com religiosos para falar sobre o cultivo de emoções construtivas.

O encontro tem previsão de ser encerrado às 15h30.

Nova Iorque versão alternativa




Nova Iorque versão alternativa


Por Joana Barbosa Carvalho

Dentro do Damrosch Park, no Lincoln Center, os paparazzi são como traças atraídas pelo brilho de caras que reconhecemos da televisão e de outras passerelles. Mas do lado de fora, a excentricidade saiu à rua pela mão de ilustres desconhecidos na cidade de todos os sonhos. Quem são afinal os mais poderosos? A partir de onde se ditam as tendências?

Dalai-lama defende autonomia da religião


Dalai-lama defende autonomia da religião

Em palestra para cientistas em São Paulo, líder religioso reafirma budismo como forma de conhecimento da mente

Ele propôs "separar as coisas da ciência das coisas da religião" e fez propaganda de seu mais novo livro sobre o tema

LAURA CAPRIGLIONE
DE SÃO PAULO

Era para ser um diálogo entre ciência e budismo o debate "Estados de Consciência - Encontro entre o Saber Tradicional e o Científico".
Mas a principal atividade do dalai-lama no segundo dia de sua visita ao Brasil, ontem, acabou reforçando a impressão de que religião e ciência seguem longe de se entender.
O que se viu foi o "Oceano de Sabedoria" (tradução da expressão tibetana dalai-lama) defendendo a autonomia do pensamento religioso em relação ao científico, depois de duas "aulas" sobre o funcionamento do cérebro, ministradas pelos neuropesquisadores Caroline Schnakers, da Universidade de Liège (Bélgica), e Adrian Owen, da Universidade de Cambridge.
Como bons cientistas, os dois falaram sobre a consciência, localizando-a no cérebro. O pesquisador tibetano Geshe Lobsang Tenzin Negi, da Universidade Emory, nos EUA, foi o primeiro a notar: consciência para a ciência ocidental é a afirmação do "eu". Para a tradição budista, trata-se de uma condição universal, desentranhada da materialidade cerebral.

SEPARAÇÃO
"Devemos saber separar as coisas da ciência das coisas da religião", endossou o líder tibetano à plateia de 2.500 médicos, psicólogos, enfermeiros, terapeutas e cuidadores que lotaram o Golden Hall do World Trade Center, zona sul de São Paulo.
Segundo o dalai-lama, a expansão do conhecimento científico sobre a mente não é garantia alguma de redução do sofrimento humano. "Às vezes, até provoca mais. A descoberta do mecanismo da fissão nuclear não gerou mais sofrimento? Sem a compaixão [conceito central no budismo], o conhecimento é incapaz de aumentar a felicidade", disse.
Em entrevista coletiva realizada na hora do almoço, o dalai-lama defendeu a diversidade religiosa. Segundo ele, todas as religiões possuem um fundo comum, baseado na compaixão, no perdão, no amor e na autodisciplina.
"É necessário que existam diferentes abordagens religiosas, porque, se houvesse uma só -por mais maravilhosa que fosse-, não daria conta da diversidade de motivações que levam as pessoas a buscar [o sagrado]".

CRISTÃOS E BUDISTAS
Brincando, relatou como um amigo protestante insiste em chamá-lo de "bom cristão", por sua defesa de princípios caros ao cristianismo.
"Eu sempre respondo que ele é que é um bom budista", disse ele.
E aproveitou para fazer a propaganda do livro que está lançando, ainda sem tradução no Brasil: "Toward a True Kinship of Faiths: How the World's Religions Can Come Together" (rumo a um verdadeiro parentesco das crenças: como as religiões do mundo podem se unir).
Na saída, o líder religioso -sem mais- puxou para si e abraçou a jornalista Zilda Brandão, 64. Emocionada, chorando muito, disse: "É o dia mais feliz da minha vida".



ANÁLISE

Budista se comporta como um curioso da neurociência

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA E SAÚDE

As pessoas se acostumaram com a ideia de que o papel dos líderes religiosos é condenar a falta de preocupação ética da ciência ou, no máximo, ponderar sobre o significado profundo de uma nova descoberta.
O dalai-lama foi mais desapegado em seu encontro com cientistas em São Paulo: comportou-se simplesmente como um curioso da neurociência, alguém que quer entender o que as últimas décadas de pesquisa estão revelando sobre o cérebro.
Em dado momento, ele chegou até a sugerir um desenho experimental para os companheiros de mesa-redonda. Entre duas pessoas que passaram por um coma, uma delas de mente muito ativa antes da doença e outra menos intelectualmente voraz, qual das duas teria capacidades de consciência menos danificadas?
Essa fagulha de curiosidade se mistura com uma determinação férrea de não misturar as estações. "Budismo é para budistas", declarou ele. Seguindo a máxima do paleontólogo americano Stephen Jay Gould (1941-2002), o dalai-lama vê religião e ciência como magistérios separados, ambos capazes de contribuir para o desenvolvimento humano, mas que não devem ser misturados.
Ele tampouco mostra preocupação em fazer da religião a base do que se deve considerar como certo ou errado. Embora tenha exortado os pesquisadores a usar a ciência de forma moral, para criar "indivíduos, famílias e comunidades felizes", ele deixou claro que, na sua opinião, é perfeitamente possível levar uma vida moralmente irrepreensível sem ser religioso.
Nesse ponto, o pensamento do líder budista, curiosamente, acaba ecoando as recentes campanhas de grupos ateus pelo mundo, que defendem, em anúncios em ônibus e outdoors, que "Você pode ser bom sem Deus".
Ou, já que o budismo é uma religião não teísta, que dá para ser bom sem crer em carma ou iluminação.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Em São Paulo, dalai-lama rejeita diálogo entre ciência e religião


Em São Paulo, dalai-lama rejeita diálogo entre ciência e religião

IARA BIDERMAN
LAURA CAPRIGLIONE
DE SÃO PAULO

Em entrevista coletiva em São Paulo nesta sexta-feira, o dalai-lama Tenzin Gyatso rejeitou a existência de um diálogo entre a ciência e a religião e defendeu a importância do respeito mútuo entre as diferentes crenças.

"Precisamos separar as coisas da ciências das coisas da religião. Não existe diálogo entre ciência e budismo", disse o líder tibetano.


Rahel Patrasso/Frame/Folhapress


Description: O lider religioso dalai-lama durante coletiva de imprensa em São Paulo

O lider religioso dalai-lama durante coletiva de imprensa em São Paulo

"Todas as religiões pregam a mesma coisa: amor, compaixão, piedade. É bom que existam várias religiões, mas todas têm que tentar se entender melhor, e não virar uma fonte de ódio uma para a outra", acrescentou o líder tibetano.

Como exemplo, ele falou sobre um amigo australiano que é pastor e costumava dizer que [o dalai lama] era um "bom cristão". "Eu dizia a ele que ele também era um bom budista. Todas as crenças se baseiam nos mesmos valores, todas as religiões têm livros sagrados e, antes de criticar, temos que conhecer os preceitos".

O líder tibetano está lançando um livro sobre o budismo, que ainda não foi traduzido para o português.

No segundo dia da programação da visita ao Brasil, ele participou pela manhã do simpósio "Estados de consciência, encontro entre o saber tradicional e o saber científico", e, na hora do almoço, deu uma entrevista coletiva para a imprensa.

O dalai-lama conversou com médicos e neurocientistas, comentando as pesquisas que mostram os efeitos das práticas contemplativas no cérebro.

AMBIENTE

Na sessão com jornalistas, o líder espirtual tibetano respondeu perguntas que, conforme combinado com a organização do evento, foram sorteadas na hora. As questões deveriam tratar de um dos três temas discutidos na programação da visita (negócios, ciência, religiosidade), e cada veículo só tinha direito a uma pergunta.

A Folha perguntou ao dalai-lama se as questões sobre ambiente e sustentabilidade, que tinham sido discutidas na Eco 92 (da qual participou) evoluíram positiva ou negativamente.

Ele respondeu que, de lá para cá, essas questões passaram a receber mais atenção dos governantes, o que, para ele, é um avanço.

Porém, muitos países hoje continuam optando pelos interesses locais em prejuízo dos globais. Ele citou como exemplo a China e, "em certa medida", a Índia.

Perguntado se o mais importante era a preservação do ambiente ou a harmonia entre povos, respondeu com uma pergunta: "O que é mais importante, comer ou beber? Os dois são importantes".

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Theses on the Short Story







ricardo piglia



Theses on the Short Story
I

In one of his notebooks, Chekhov recorded the following anecdote: ‘A man in Monte Carlo goes to the casino, wins a million, returns home, commits suicide.’ The classic form of the short story is condensed within the nucleus of that future, unwritten story. Contrary to the predictable and conventional (gamble–lose–commit suicide), the intrigue is presented as a paradox. The anecdote disconnects the story of the gambling and the story of the suicide. That rupture is the key to defining the double character of the story’s form. First thesis: a short story always tells two stories.
II

The classic short story—Poe, Quiroga [1]—narrates Story One (the tale of the gambling) in the foreground, and constructs Story Two (the tale of the suicide) in secret. The art of the short story writer consists in knowing how to encode Story Two in the interstices of Story One. A visible story hides a secret tale, narrated in an elliptical and fragmentary manner. The effect of surprise is produced when the end of the secret story appears on the surface.
III

Each of the two stories is told in a different manner. Working with two stories means working with two different systems of causality. The same events enter simultaneously into two antagonistic narrative logics. The essential elements of the story have a dual function, and are employed in different ways in each of the two stories. The points where they intersect are the foundations of the story’s construction.
IV

Near the beginning of Borges’s ‘Death and the Compass’, a shopkeeper decides to publish a book. This book is there because it is indispensable to the framework of the secret story. How to arrange things so that a gangster like Red Scharlach is well informed about complex Jewish traditions, and capable of laying a mystical and philosophical trap for Lönnrot? The author, Borges, gets hold of this book for him so that he can educate himself. At the same time he uses Story One in order to dissimulate that function: the book seems to be there in connection with the assassination of Yarmolinsky, the reflection of an ironic causality. ‘One of those shopkeepers who have found out that there are buyers for every book came out with a popular edition of the History of the Sect of the Hasidim.’ [2] What is superfluous in one story is fundamental in the other. The shopkeeper’s book is an example (like the volume of The 1001 Nights in ‘The South’, or the scar in ‘The Form of the Sword’) of the ambiguous substance that makes the microscopic narrative machinery of the story work.
V

The short story is a tale that encloses a secret tale. This is not a matter of a hidden meaning which depends on interpretation: the enigma is nothing other than a story which is told in an enigmatic way. The strategy of the tale is placed at the service of that coded narration. How to tell a story while another is being told? This question synthesizes the technical problems of the short story. Second thesis: the secret story is the key to the form of the short story.
VI

The modern version of the short story that descends from Chekhov, Katherine Mansfield, Sherwood Anderson, the Joyce of Dubliners, abandons the surprise ending and the closed structure; it works the tension between the two stories without ever resolving it. The secret story is told in ever more elusive fashion. The classic short story à la Poe told a story while announcing that there was another; the modern short story tells two stories as if they were one. Hemingway’s ‘iceberg theory’ is the first synthesis of that process of transformation: the most important thing is never recounted. The secret story is constructed out of what is not said, out of implication and allusion.
VII

‘Big Two-Hearted River’, one of Hemingway’s foundational tales, encodes Story Two (the effects of the war on Nick Adams) to such an extent that the short story seems to be a trivial description of a fishing trip. Hemingway puts all his skill into the hermetic narration of the secret story. He employs the art of ellipsis with such mastery that he succeeds in making us notice the absence of the other story. What would Hemingway have done with Chekhov’s anecdote? Recount with precise details the game and the atmosphere in which the gambling takes place, and the technique the gambler uses to place his bets, and the kind of drink he has. Never saying that the man is going to commit suicide, but writing the story as if the reader already knew this.
VIII

Kafka tells the secret story clearly and simply, and narrates the visible story stealthily, to the point of turning it into something enigmatic and dark. This inversion is the basis of the ‘Kafkaesque’. Kafka would place the story of the suicide from Chekhov’s anecdote in the foreground, recounting it as if it were entirely natural. The terrible part of the story would be centred around the gambling, which would be narrated in an elliptical, menacing way.
IX

For Borges, Story One is a genre and Story Two is always the same. In order to attenuate or conceal the monotony of this secret story, Borges resorts to the narrative variants that genres offer him. All of Borges’s short stories are constructed through this procedure. Borges would tell the visible story, the short story, in Chekhov’s anecdote in accordance with the stereotypes (lightly parodied) of a tradition or a genre. A game of knucklebones between some gauchos on the run (say) at the back of a storeroom, in the prairies of Entre Ríos, told by an old cavalryman who served under Urquiza, a friend of Hilario Ascasubi. [3] The tale of the suicide would be a story constructed out of duplicity and the condensation of a man’s life into a single scene or act that would define his destiny.
X

The basic variation that Borges introduced into the history of the short story consisted in making the coded construction of Story Two the theme of the tale. Borges recounts the manoeuvres of someone who is perversely building a secret plot with the materials of a visible story. In ‘Death and the Compass’, Story Two is a deliberate construction of Scharlach’s. The same is true of Azevedo Bandeira in ‘The Dead Man’ and Nolan in ‘Theme of the Traitor and the Hero’. Borges (like Poe, like Kafka) knew how to transform into an anecdote the problems of the form of narration.
XI

The short story is constructed so as to make appear artificially something that had been hidden. It reproduces the constantly renewed search for a unique experience that would allow us to see, beneath the opaque surface of life, a secret truth. ‘The instantaneous vision which makes us discover the unknown, not in a faraway terra incognita, but rather in the very heart of the immediate’, said Rimbaud. This profane illumination has become the form of the short story.


[1] Horacio Quiroga (1878–1937): Uruguayan short story writer, poet and playwright.

[2] ‘Death and the Compass’ (1942) opens with the murder of a Talmudic scholar, Marcelo Yarmolinsky, in a hotel room. An enigmatic note left at the crime scene prompts detective Erik Lönnrot to suspect a connection with Jewish mysticism. A second murder and a third take place, with similar notes left at the scene. Lönnrot deduces there will be a fourth—thus completing the four letters of the tetragrammaton, the name of Jehovah—and, connecting the previous crime scenes on a map, projects its location. But once there he discovers that he has been entrapped by the gangster Red Scharlach, who committed the murders and planted esoteric clues precisely to lure Lönnrot to his doom.

[3] Justo José de Urquiza (1801–70): Argentine soldier and politician, leading figure in the opposition to the caudillo Juan Manuel de Rosas during the long Argentine Civil War; president of the country from 1854–60. Hilario Ascasubi (1807–75): Argentine poet, early exponent of ‘gaucho literature’.

Nós, os imperialistas



José Roberto Torero


Nós, os imperialistas

Há duas semanas a revista The Economist disse que o Brasil tem ocupado o espaço deixado pelos EUA na América do Sul. Ou seja, estamos nos tornando imperialistas. Pelo menos, imperialistas regionais. E podemos ver isso claramente no futebol. Paradoxalmente, talvez só venhamos a ser realmente um império no futebol quando derrubarmos nosso imperador.


Vou começar citando a The Economist para parecer sério: há duas semanas a revista britânica disse que o Brasil tem ocupado o espaço deixado pelos Estados Unidos na América do Sul.

Ou seja, estamos nos tornando imperialistas. Pelo menos, imperialistas regionais.

E podemos ver isso claramente no futebol.

Atualmente, no Campeonato Brasileiro, temos mais de vinte jogadores estrangeiros.

Dois anos depois de prisão, Roman Polanski irá receber prêmio na Suíça


Dois anos depois de prisão, Roman Polanski irá receber prêmio na Suíça

GENEBRA - Organizadores do Festival de Cinema de Zurique anunciaram que o diretor Roman Polanski comparecerá ao evento, que acontece este mês, para receber o prêmio pelo conjunto de sua obra planejado para ele dois anos atrás, quando ele foi preso ao desembarcar na Suíça.

A porta-voz do festival, Claudia Wintsch, confirmou nesta quinta-feira que Polanski estará presente em uma cerimônia em sua homenagem no dia 27 de setembro, mas não deu detalhes.

O diretor vencedor do Oscar foi libertado da prisão domiciliar em julho de 2010, quando o governo suíço se recusou a extraditá-lo para os Estados Unidos, onde ele é acusado de ter feito sexo com uma garota de 13 anos em 1977.

Polanski também cumpriu pena de dois meses de cadeia enquanto as autoridades da Suíça julgavam sua extradição.

A movimentação de Polanski é limitada por um mandado de prisão da Interpol que vale em 188 países, mas ele se movimenta livremente entre a Suíça e a França.

Dalai-lama inicia hoje sua quarta visita ao Brasil


Dalai-lama inicia hoje sua quarta visita ao Brasil

NA FOTO - DALAI LAMA QUANDO JOVEM

Líder do budismo tibetano fará quatro palestras em São Paulo até sábado; apenas uma ainda tem ingressos

Ao público, ele falará sobre convivência; encontros temáticos são com empresários, cientistas e religiosos

LAURA CAPRIGLIONE
DE SÃO PAULO

Começa hoje e vai até sábado a quarta visita ao Brasil do Prêmio Nobel da Paz e principal liderança do budismo tibetano, o dalai-lama.
Serão três dias de atividades, inauguradas por uma palestra dirigida a empresários -"Nova Consciência nos Negócios - Valores para um Mundo Sustentável - Um Movimento de Transformação".
Segundo Finho Levy, 43, superintendente do Fórum de Líderes Empresariais, coorganizador da visita, são esperados 400 participantes na atividade, entre os quais vários presidentes de empresas, como a Nestlé, Nextel, Orsa, Boticário e Siemens.
Ainda há ingressos disponíveis para essa palestra, à venda ao preço de R$ 500.
Para Levy, o encontro do budismo com o capital explica-se pela "necessidade das empresas de competir em um mundo que cobra a afirmação de valores, como o bem, a paz, o equilíbrio sócio-ambiental, áreas em que o dalai-lama é mestre".
Amanhã, o religioso tibetano falará a uma plateia de cientistas e pesquisadores a respeito das práticas contemplativas, como a meditação.
O seminário tem o tema "Estados de Consciência: Encontro entre Saber Tradicional e Saber Científico".

MEDITAÇÃO
Nessa ocasião, pesquisadores apresentarão resultados de seus estudos sobre os cérebros de meditadores e não meditadores, por meio da ressonância magnética funcional.
Para ouvir as palavras do dalai-lama (título honorífico que significa "oceano de sabedoria"), cada participante teve de pagar R$ 240 (os ingressos estão esgotados).
A única atividade gratuita com o dalai-lama acontecerá no sábado, no Anhembi.
Os organizadores advertem, entretanto, que todos os lugares já foram reservados.
O último compromisso será a palestra "Cultivando Emoções Construtivas", em que Tenzin Gyatso (este é o nome do líder) falará sobre como os estados mentais negativos, ou destrutivos, provocam perturbações que geram sofrimento desnecessário. Essa atividade teve ingressos vendidos a R$ 50.
O dalai-lama ficará hospedado no Sheraton São Paulo WTC Hotel, onde também cumprirá boa parte de seus compromissos no Brasil.
Virá acompanhado por uma comitiva de 11 pessoas, entre tradutores, seguranças, monges, assistentes.
O hotel ofereceu ao líder a hospedagem na sua suíte presidencial. Ele declinou e ficará em um apartamento normal. Será o mesmo tipo de apartamento usado pelos demais membros da comitiva.
"Ele não tem luxos, quanto mais simples, melhor", diz uma integrante da organização. A Folha apurou que o dalai-lama não apresentou nenhuma restrição quanto à alimentação. Assim, o monge budista receberá refeições que incluirão carne e verduras, como as de sua equipe.
A única exigência de Tenzin Gyatso é que toda a programação seja realizada estritamente dentro do horário. Ele acorda todos os dias às 4h para a realização de suas práticas meditativas (sozinho em seus aposentos) e se recolhe pontualmente às 16h.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

REMÉDIO CONTRA A CRISE



JÓIAS ROUBADAS




NA FOTO BRILHANTE DE 12 QUILATES

Famoso prédio da Avenida Rui Barbosa, onde mora muita gente conhecida, como a socialite Carmem Mayrink Veiga, o advogado Luiz Eduardo Fonseca, o ex-secretário Municipal de Saúde Jacob Kligerman, o empresário Gustavo Capanema…. já passou por dois grandes e violentos assaltos, em 1983 e 1999, com metralhadora etc. e tal.

Desde essa época, transformou-se num dos endereços mais seguros, com homens armados dia e noite, noite e dia com coletes à prova de balas. Apesar disso, as joias da moradora Heleninha Petraglia (casada com o diretor do Pólo de Cinema e Vídeo, Cláudio Petraglia) foram roubadas recentemente, ainda não se sabe como – muito mistério envolve o assunto!

Lá se foram brincos de brilhantes e rubis do Van Cleef (avaliados pela Sotheby’s), diamante de 12 quilates e muitas peças importantes, somando um total de 28. A família está desolada, tanto pelos valores afetivos quanto financeiros das peças.

Helena sempre teve joias espetaculares desde a época em que era uma das mais elegantes do Brasil, junto, por exemplo, à amiga Carmem Mayrink Veiga. Colecionava joias desde o tempo em que foi uma das donas do Banco Bordallo Brenha, representativo na década de 60.