terça-feira, 24 de abril de 2007
MEUS MORTOS HÃO DE VIR NO FIM DA TARDE
Rogel Samuel
De minha cara amiga Graça Carvalho recebo um precioso presente, a “Cartilha do bem sofrer com lições de bem amar”, do seu pai, o super-poeta amazonense Farias de Carvalho, publicada em 1967 e desde então esgotada.
Lá re-encontro o poema “Ocaso”, que não lia desde que Farias de Carvalho foi meu professor, no noturno do Colégio Estadual, onde ele lecionava literatura e eu tanto aprendia com ele: “Meus mortos hão de vir no fim da tarde”.
Só dá para ler este belo texto quem o situa na Manaus da década de 50, ou início de 60, quando foi ele escrito.
Aquela era uma cidade sem iluminação, ilhada no meio da maior floresta tropical do mundo. Ao cair da tarde, as perigosas trevas da floresta invadiam, a nostalgia da escuridão e da morte ameaçava, aquele Rio Negro ficava realmente Negro. Negro como a Morte Negra. Negro da morte de vinte e oito mil índios vitimados em 1729, numa hecatombe nunca esquecida por aquelas margens, de tal sorte que perto dali há um rio, chamado Rio Urubu, “rio doente para sempre, / desde o município de Silves”, como certa vez escrevi; rio onde um dia meu pai não me deixou mergulhar, “como se ali o rio pudesse / para sempre me tragar”.
Naquelas águas estão sepultados nossos antepassados e o grande guerreiro Ajuricaba, o herói que está em toda a parte ao mesmo tempo [Aiuricaua], rio de sangue Negro, de espinhos venenosos, de cadáveres históricos. Há demônios nas margens e eu me lembro da impressão trágica, da depressão que nos assaltava, ao cair da tarde, quando a cidade invadida por nuvens de moscas besouros, piuns, carapanãs sanguessugas, corujas, e aranhas peludas que saíam de seus esconderijos, e escorpiões de ébano que procuravam caça, a floresta ameaçada agora ameaçava, retomava e reconquistava o seu lugar em São João da Barra, nos expulsando para sempre, tudo debaixo da gloriosa chuva do ouro do mais esplendoroso por-de-sol do mundo, algo como explosão de bomba atômica terminal, final, de fim de mundo, finnisterra, que se expandia em coloridas nuvens para todos os lados, junto com misteriosas aves do entardecer.
Ajuricaba veio do rio Hiiaá, na margem esquerda do Negro, entre o Padauari e o Aujurá, no distrito de Lamalonga. Para salvar seu filho caiu em emboscada e foi prisioneiro da Coroa Portuguesa, em 1729, a Coroa o queria vivo para o supliciar com castigo e morte. No caminho, Ajuricaba, que era homem fortíssimo, arrancou do poste o grampo que o prendia e, com as correntes nas mãos algemadas, faz a matança dos soldados portugueses antes de se precipitar nas águas escuras do Rio Negro, onde morreu, não sem antes as amaldiçoar, e diz a lenda que é por isso que aquelas águas são estéreis, e não têm peixe. Logo depois, em vingança, o capitão Belchior Mendes de Moraes dizimou 300 malocas, matando em sacrifício mais de 28 mil índios das margens do rio que passou a se chamar Rio Urubu devido à montanha de cadáveres. E mais tarde balesteiros, sob o comando de um padre de nome piedoso, Frei José dos Inocentes, depois nome de rua de puta em Manaus, espalharam roupas contaminadas com varíola que disseminaram uma gigantesca epidemia que infectou 40 mil índios, arruinados de varíola, que é uma doença infecto-contagiosa, virulenta, que apodrece o corpo ainda vivo com erupções de pus e raquialgia, pápulas, pústulas, cegueira e agonia de uma morte bacteriológica lenta, os cadáveres semi-vivos sendo devorados por moscas, piuns, carapanãs, mutucas, cabo-verdes, potós, catuquis, marimbondos, suvelas, besouros e formigas. A saúva antropófaga devora um corpo em 20 minutos. Na construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em 1908, os mortos largados no caminho para serem enterrados na volta (30.430 operários foram internados no Hospital da Candelária, entre 1908 e 1912) e quando a locomotiva voltava só encontrava ossos brancos e limpos, comidos pelas saúvas. E também a formiga-de-fogo, a saca-saia, a lava-pés, a manhura, a cabeçuda, a taioca, a carregadeira, a táxi, a tracuá, a tocandira, peluda, enorme, venenosa, uma única picada basta para abater um homem, com fortes dores e febre, usada pelos índios na iniciação masculina dos garotos, que tinham de enfiar o braço numa cumbuca de tocandiras para provar que eram machos. E a formiga roceira, e a cortadeira, e a guerreira, a correição. Von Martius descreveu populações inteiras fugindo das formigas. As açucareiras eram capazes de fazer recuar um inteiro exército!
Por isso os mortos vinham no fim da tarde, “molhados da ferrugem líquida do rio”, diz o poeta, “que banha as margens dêste ... silêncio lúcido e sonoro / que embala na praia ao fim das tardes / os olhos de éter dos defuntos tortos / que lambem com o olhar a praia longe”. Além disso, o trágico planger dos sinos da Matriz, construída por índios, da Igreja de São Sebastião, da Igreja dos Remédios, que se ouviam na inteira cidade, graves, ameaçadores, profundos, lembravam a Morte, e as rádios todas tocavam umas Avemarias, a Rádio Baré, a Difusora, a Rio-Mar, rádios de meu tempo, e misteriosas velhas beatas vestidas de negro, veladas, engolfadas, balbuciantes de preces, que se dirigiam às missas, entrando ainda sob a saraivada de toques dos imensos sinos magistrais.
É claro que, para nós, jovens poetas, devassos e boêmios, era a hora de nos preparar para as aulas e depois beber no Bacurau, no início da João Coelho, junto com catraieiros, prostitutas, mendigos e bandidos alcoólatras, provando aqueles peixes fritos, o pacu, a sardinha, o matrinchão, entre goles de cachaça barata; ou íamos para o Bar Bolero, que ficava na Cachoeirinha, na Rua Belém (creio eu, pois a memória já me falha), onde ouvíamos Nelson Gonçalves cantar os maiores sucessos em serenata, como os “Lábios que beijei”, e isso ia até ao raiar do dia, quando voltávamos, bêbados, felizes, para nossas casas, a pé, sob o latido generalizado dos cachorros dentro dos muros das casas, cães que não compreendiam por que tão tarde (e tão cedo) passávamos nós por ali, no deserto das ruas que um dia inspirou o poeta L. Ruas a escrever:
Ah! Esta lua
Neste fim de rua
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MEUS MORTOS HÃO DE VIR NO FIM DA TARDE
domingo, 22 de abril de 2007
sábado, 21 de abril de 2007
foi numa noite de agosto
que apareceu a tal lua
os lábios naquela água
o corpo dado aos amantes
amantes não sabem nada
que há tempos não se via
a gargalhada menina
da lua de rica rima
poetas que não se fiem
poetas nada sabem
que é até mesmo uma pena
que esta caneta tão prima
não seja feita mais fina
como ponta de punhal
que apareceu a tal lua
os lábios naquela água
o corpo dado aos amantes
amantes não sabem nada
que há tempos não se via
a gargalhada menina
da lua de rica rima
poetas que não se fiem
poetas nada sabem
que é até mesmo uma pena
que esta caneta tão prima
não seja feita mais fina
como ponta de punhal
rogel samuel
sexta-feira, 20 de abril de 2007
GATA
Gata leva mais de um ano para cruzar a França em busca dos donos
NANCY, França (AFP) - Uma gata de três anos percorreu 800 km em treze meses entre Bordeaux (sudoeste) e La Meuse (nordeste) para reencontrar seus amos, contaram os donos do bichano nesta sexta-feira.
Desaparecida em março de 206 no sudoeste da França, na véspera da mudança da família, a gatinha "Mimine" foi vista por seu dono na terça-feira em Tréveray, cerca de 13 meses depois e a 800 km do local onde vivia.
"Nós pensamos em todas as hipóteses. Seria ela ou não? Nós achávamos que alguém havia conseguido uma substituta e a trazido aqui para Bordeaux", contou a dona, de 35 anos.
"Mas seu pelo é o mesmo, seu coportamento é igual, e as crianças a reconheceram", afirmou, acrescetando que Mimine foi na direção dos amos para "pedir carinho".
A gata, que não tinha nem tatugem, nem coleira de identificação, quase não traz mais vestígios de sua aventura, com exceção de alguns carrapatos e das patas cansadas.
Três veterinários consultados pela AFP disseram que a aventura da gatinha é "inconcebível", "incompreensível" e "inimaginável".
"Não há qualquer explicação científica.
"Não há qualquer explicação científica. É muito curioso que a gata tenha viajado tanto até um local onde nunca havia estado antes", disse a veterinária Marie-Pierre François, veterinária especializada em medicina e cirurgia felina.
quinta-feira, 19 de abril de 2007
quarta-feira, 18 de abril de 2007
OLEGÁRIO MARIANNO
CANTIGA SIMPLES
Rio, que cantas as mágoas,
Que queres com o teu cantar?
Quero levar minhas águas
Até às águas do mar.
Árvore, que ergues os braços,
Árvore, que ergues os braços,
Que queres a bracejar?
Quero galgar os espaços
Para o sol me acariciar.
Nuvem, de côres estranhas,
Nuvem, de côres estranhas,
Que queres a galopar?
Quero descer às montanhas,
Vestir montanhas de luar.
Lua feita de incerteza,
Lua feita de incerteza,
Que queres com o teu palor?
Quero boiar na tristeza
Dos olhos do teu amor.
Pastor, que sobes o monte,
Pastor, que sobes o monte,
Que queres galgando-o assim?
Quero ver do alto o horizonte,
Que foge sempre de mim.
Estréia, pequena e clara,
Estréia, pequena e clara,
Que queres? Dize, eu te dou.
- Quero ser a jóia rara
Da mulher que nunca amou.
Onda crêspa, onda serena,
Onda crêspa, onda serena,
Que queres no teu vaivém?
Beijar a pele morena
Da praia que me quer bem.
Andorinha peregrina,
Andorinha peregrina,
Que queres de asas ao léu?
- Quero morar na colina
Mais alta, perto do céu.
Coração, que em comovida
Coração, que em comovida
Marcha, bates, sofredor,
Que queres? Prazer ou dor?
- “Eu nada quero da vida,
Além da vida do Amor”.
terça-feira, 17 de abril de 2007
domingo, 15 de abril de 2007
A saga dos dias
Bem cedo, recebo um telefonema de um amigo. Como ele não costuma telefonar, é estranho. Lembro-me de um conto de Xavier Placer, que conheci: Dois amigos só se falavam por telefone. Um dia se encontram. Não têm o que dizer um para o outro. Ficam meio sem graça. Ao voltar para casa, logo no primeiro minuto um telefona para o outro, e ficam horas conversando. Para ilustrar, um poema de Xavier Placer:
"A ERIKA"
Não desesperes, Érika
da sorte
Um a um os teus deuses
mudaram-se pra América
do Norte?
Toda-poderosa
–dança! voa! ri da morte
("Minipoemas". Rio de Janeiro: Edições Xagorá, 1978.)
O DIA INATINGÍVEL
Rogel Samuel
Um dia ele saiu de sua toca, digo, de seu pequeno apartamento e começou a andar pelo corredor imundo do caos daquela cidade.Era o anoitecer do dia de Natal. Chovia.Não demorou que estava fora da área protegida.Havia espiões por toda parte, homens armados e mulheres sujas, vendendo sexo.Não pôde compreender tudo, mas, como não saía de casa há muitos anos, pensou que tudo poderia estar assim desde o Grande Episódio.Procurou um bar, pois estava com o pouco dinheiro que lhe restava.Entrou, pediu uma cerveja, e bebeu. O rapaz do bar perguntou:- Com quê vai pagar?Ele estranhou a pergunta, mas respondeu:- Com dinheiro.- Com que dinheiro, quis saber o rapaz.Aí ele não soube mais o que responder. Imaginou que o mundo mudara, e que aquelas velhas células não mais valiam nada. Resolveu arriscar:- Veja, respondeu, exibindo o dinheiro.À vista disso o rapaz do bar desmaiou e caiu, o dia amanheceu, as luzes se acenderam nas árvores e parou de chover.Só então ele reparou que trouxera, por engano, suas cartas de amor.
A leitura. Um pouco de poesia. Quando um dia acaba, espero a noite. Não sonhamos apenas de noite. Sonhamos também de dia, embora não se investigue com igual energia o sonho diurno. Chega-se mesmo a reduzi-lo a um simples prelúdio do sonho noturno. Entre ambos há distinções consideráveis. No sonho diurno o eu não desaparece. Mantém-se até bem vivo e sem exercer nenhuma censura. A ponto de os desejos tanto mais funcionarem. Serem mais visíveis, do que no sonho noturno. Apresentarem-se sem máscara nem vergonha. Livres de inibições. Corajosamente. De peito aberto. As ruas vivem cheias de gente com sonhos diurnos. Os mostruários das lojas tocam seus acordes. Um sapato elegante. Um vestido “toillette”. A nova máquina de lavar. Uma cadeira de balanço. E tudo o mais que se mostra. Em primeiro lugar, a casa sonhada a que tudo isso vai pertencer. Todo um mundo de vento em popa, multiplicando os castelos no ar, onde o custo de vida não é tão alto." (Ernst Bloch).
A última dor que ela me cause
A última dor que ela me cause
Rogel Samuel
Rogel Samuel
Ele se predispõe: "Posso escrever os versos mais tristes esta noite", diz, e pode, que produziria versos tristes como a noite, mas a noite não está triste, a noite está estrelada, sim, "e tiritam, azuis, os astros, à distância".
Há algo muito distante, lá longe, nos astros, na distância das estrelas. Na realidade, distante está o Amado de amar: "Eu a quis e por vezes ela também me quis".
Exercendo o que mais o lirismo sabe fazer, ele se lembra: "Eu a tive em meus braços em noites como esta. / Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito".
Sim, perdida está, seu lirismo, sua lembrança, "Ela me quis e às vezes eu também a queria".
Mas esta estranha palavra, essa estranha temporalidade, o que se interpõe: "às vezes". E o poema continua, sempre nas suas mudanças de humor, na bela tradução de Domingos Carvalho da Silva:
"Como não ter amado seus grandes olhos fixos?
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E desce o verso à alma como ao campo o rocio.
Que importa se não pôde o meu amor guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo. À distância alguém canta. À distância.
Minha alma se exaspera por havê-la perdido".
Pablo Neruda nunca foi tão simples, nunca tão perfeito, tão clássico como neste poema, o "20" dos "Vinte poemas de amor", de 1968. Leia o poema inteiro em: http://www.geocities.com/rogelsamuel/neruda.html
Lá, parece que o Amado só se apercebe de que ela se foi quando a perdeu. Não a vê de perto, em si, há referência a uma mulher-lua, a um luar:
"A mesma noite faz branquear as mesmas árvores.
Já não somos os mesmos, nós os de outros dias".
Esta obra da juventude de Neruda, que tinha 20 anos. Ele teve diversos amores em vida, as mais conhecidas foram Maria Antonieta Hagenaar, que ele conheceu na ilha de Java, Maria Del Carril e Maria Matilde Urrutia. O poema se encontra no seu livro "Veinte Poemas", seu mais popular e famoso livro, de 1924, que vendeu mais de um milhão de exemplares. Afinal, em 1971, Neruda ganha um Prêmio Nobel.
Mas o livro é a leitura preferencial, ideal de todos os jovens (e velhos) amantes do mundo inteiro em todas as línguas, pois para quase todas foi traduzido. Em 1950, Neruda produziu seu CANTO GENERAL, monumental obra com 340 poemas, quando tematiza a América Latina, sua luta, sua pobreza, sua libertação. Lá se encontra o famoso poema "Alturas de Macchu Picchu", escrito depois de sua visita às ruínas de Macchu Picchu, em 1943. Ali ele se torna a voz dos povos Incas que ali viveram, que ali foram dizimados.
No poema 20, dos "Veinte Poemas", o amado está confuso, ela já não o ama, é isto o que verdadeiramente dói, apenas ele está triste porque ela não está ali: porque ela existia ali ele será capaz de entristecer-se, porém já não a ama, "talvez a queira", não sabe, porque o amor é breve, longo é o esquecimento do amor. Afinal ele se desespera por havê-la perdido, mas sente e sabe o caso perdido, terminado, e que aqueles versos serão os últimos e que aquela dor será a última dor que ela lhe cause. O mais é o espaço amplo da noite, as estrelas ao largo, o vento da grandeza escura, a solidão estelar onde será possível escrever os versos mais tristes, pensar que ela será de outro, para justificar o perdê-la, para justificar o não saber amá-la, porque o amor só ama o amor, e a voz que soa nos seus ouvidos dela são para o eco de si mesmo, aos seus olhos infinito
"Já não a quero, é certo, quanto a quis, no entanto.
Minha voz ia no vento para alcançar-lhe o ouvido.
De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
Sua voz, seu corpo claro, seus olhos infinitos.
Já não a quero, é certo, porém talvez a queira.
Ai, é tão breve o amor e é tão extenso o olvido.
Porque em noites como esta eu a tive em meus braços,
minha alma se exaspera por havê-la perdido.
Mesmo sendo esta a última dor que ela me cause
e estes versos os últimos que eu lhe tenha escrito".
sexta-feira, 13 de abril de 2007
SETE DIAS
Sete dias serão, Manaus, ó sete amadas,
Por que se integre à terra este cantor.
Ó monstruosas noites desamparadas
De mim se aparte a porta dessa dor.
O espelho dágua ostenta a aranha alada
Que me arrasta o interno aeroplano,
Tresloucada vespa, cristalizada
Inoculando o inferno do engano.
Mas chega de canção, Amor, que neste canto
As finas rimas dessa ladainha
Escondem teus morenos ombros de arpejos.
Ó franca zona! Do Teatro o manto!
Por sete dias tua canção é minha
Na invenção literária dos teus beijos.
Rogel Samuel
Por que se integre à terra este cantor.
Ó monstruosas noites desamparadas
De mim se aparte a porta dessa dor.
O espelho dágua ostenta a aranha alada
Que me arrasta o interno aeroplano,
Tresloucada vespa, cristalizada
Inoculando o inferno do engano.
Mas chega de canção, Amor, que neste canto
As finas rimas dessa ladainha
Escondem teus morenos ombros de arpejos.
Ó franca zona! Do Teatro o manto!
Por sete dias tua canção é minha
Na invenção literária dos teus beijos.
Rogel Samuel
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