Bem cedo, recebo um telefonema de um amigo. Como ele não costuma telefonar, é estranho. Lembro-me de um conto de Xavier Placer, que conheci: Dois amigos só se falavam por telefone. Um dia se encontram. Não têm o que dizer um para o outro. Ficam meio sem graça. Ao voltar para casa, logo no primeiro minuto um telefona para o outro, e ficam horas conversando. Para ilustrar, um poema de Xavier Placer:
"A ERIKA"
Não desesperes, Érika
da sorte
Um a um os teus deuses
mudaram-se pra América
do Norte?
Toda-poderosa
–dança! voa! ri da morte
("Minipoemas". Rio de Janeiro: Edições Xagorá, 1978.)
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