terça-feira, 15 de janeiro de 2008

A SAGA DOS DIAS


Fim de ano. Penso em ver a queima de fogos em Copacabana. Espero que tudo esteja calmo, ali. Que não haja tiros, bombas ou chuva. Mas não podemos nos recolher aos nossos medos. Viver é arriscar. Depois vou relatar o que vi. Aqui.
A leitura. Um pouco de poesia. Quando um dia acaba, espero a noite. Não sonhamos apenas de noite. Sonhamos também de dia, embora não se investigue com igual energia o sonho diurno. Chega-se mesmo a reduzi-lo a um simples prelúdio do sonho noturno. Entre ambos há distinções consideráveis. No sonho diurno o eu não desaparece. Mantém-se até bem vivo e sem exercer nenhuma censura. A ponto de os desejos tanto mais funcionarem. Serem mais visíveis, do que no sonho noturno. Apresentarem-se sem máscara nem vergonha. Livres de inibições. Corajosamente. De peito aberto. As ruas vivem cheias de gente com sonhos diurnos. Os mostruários das lojas tocam seus acordes. Um sapato elegante. Um vestido “toillette”. A nova máquina de lavar. Uma cadeira de balanço. E tudo o mais que se mostra. Em primeiro lugar, a casa sonhada a que tudo isso vai pertencer. Todo um mundo de vento em popa, multiplicando os castelos no ar, onde o custo de vida não é tão alto." (Ernst Bloch).
A felicidade máxima é silenciosa. Além da imaginação. Quando tudo cessa e aparecem os cânticos do silêncio.
Tenho de aprender com os pássaros. Voar na amplidão. Na imaginação. Abrir o espaço da mente. Abrir o coração. Conhecer o vasto universo interior. A liberdade é espacial. É espaço. A felicidade se move no espaço da liberdade. Espaço mental.

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