ELE estava corrigindo as provas quando bateram na vidraça pelo lado de fora da janela dos fundos da oficina do Amazonas Comercial. Só ele e o Margarido linotipista estavam lá. Benito interrompeu o trabalho e foi ver, mas quando chegou na janela mal pôde perceber a figura evasiva de uma índia velha no escuro que lhe falou rapidamente. Ela disse-lhe algo e desapareceu.
Quando ele não conseguiu mais vê-la, voltou para a banca e, apreensivo, apagou o cigano, abriu a gaveta, de onde tirou um revólver, que pôs no bolso do paletó, e logo partiu dentro da chuva veloz em direção aos Educandos Artífices.
Benito foi até o começo da ponte de tábuas que a índia lhe tinha indicado, passagem para o Igarapé dos Educandos Artífices ligando uma ilha ao continente e onde houvera a Ponte da Glória, que atravessava o Igarapé dos Remédios. A chuva diminuía mas ainda molhava a ponte de tábuas que Benito estava usando para atravessar.
Foi quando, crescendo e avançando, a figura de um caboclo velho e negro, sinistro, alto, fedido a cumaru e urina, curvado e monstruoso vinha como um demônio armado, urrando feito fera.
Benito atirou no meio do tórax, matando-o. Benito o matou, sim, o morto era Paxiúba, o Mulo.
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