terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Rainer Maria Rilke
(Foto: Rilke, 1902, de autoria desconhecida para mim).
Rainer Maria Rilke
(enviado por Amelia Pais)
Rogel Samuel
Comentarei depois:
«J'implore tous ceux qui m'aiment d'aimer ma solitude »- Imploro a todos os que me amam que amem a minha solidão»
Rainer Maria Rilke
Herbsttag
Herr: es ist Zeit. Der Sommer war sehr groß.
Leg deinen Schatten auf die Sonnenuhren,
und auf den Fluren laß die Winde los.
Befiel den letzten Früchten voll zu sein;
gib ihnen noch zwei südlichere Tage,
dränge sie zur Vollendung hin und jage
die letzte Süße in den schweren Wein.
Wer jetzt kein Haus hat, baut sich keines mehr.
Wer jetzt allein ist, wird es lange bleiben,
wird wachen, lesen, lange Briefe schreiben
und wird in den Alleen hin und her
unruhig wandern, wenn die Blätter treiben.
Rainer Maria Rilke
Dia de outono
Senhor: é tempo. Foi muito grande o verão.
Nos relógios de sol estira as tuas sombras,
deixa que pelo prado os ventos vão.
Manda aos últimos frutos a espessura,
dá-lhes do sul ainda mais dois dias,
força a plenitude neles, vê se envias
ao vinho forte a última doçura.
Quem não tem casa agora, já não constrói nenhuma,
quem agora está só, vai ficar só, sombrio,
perder o sono, ler, escrever cartas a fio,
e a um ir e vir inquieto nas áleas se acostuma,
vagueando enquanto as folhas lá vão num rodopio.
Senhor, já é tempo; foi tão longo o Verão
Trad. de Vasco da Graça Moura
Dia de outono
Senhor, foi um verão imenso: é hora.
Estende as tuas sombras nos relógios
de sol e solta os ventos prado afora.
Instiga a sazonarem, com dois dias
a mais de sul, as frutas que, tardias,
conduzes rumo à plenitude, e apura,
no vinho denso, a última doçura.
Quem não tem lar já não terá; quem mora
sozinho há de velar e ler sozinho,
escrever longas cartas e, a caminho
de nada, há de trilhar ruas agora,
enquanto as folhas caem em torvelinho
Trad. de Nelson Ascher
Publ. em http://antoniocicero.blogspot.com/
Dia de outono
Estende as tuas sombras sobre as horas solares
E solta os ventos sobre os campos
Ordena aos últimos frutos que se completem
Dá-lhes ainda dois dias de sul
Condu-los à plenitude e encaminha
o açúcar que resta até ao vinho pesado
Aquele que agora não tem casa, já não irá construí-la
Aquele que está só, assim ficará por muito tempo
Irá despertar, ler, escrever longas cartas
e caminhará pelas alamedas, inquieto,
de um lado para o outro,
enquanto as folhas se agitam.
Trad.?
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