sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Schiller: Ode à alegria


















Trad. de Mário Vieira de Carvalho


Alegria! Alegria!
Alegria, bela centelha dos deuses,
filha do Eliseu,
ardentes de ebriedade penetramos
no teu santuário, Ó celestial!
Os teus encantos voltam a unir
o que o rigor da moda desuniu;
todos os homens ficam irmãos,
lá onde a tua doce asa plana.

Quem teve a fortuna de encontrar
num amigo um amigo,
quem conquistou uma nobre esposa,
venha juntar o seu contentamento ao nosso!
Sim!, quem pode chamar sua
a uma alma sobre a Terral
Mas a quem nunca isso foi dado,
que se afaste, chorando, do nosso grupo!

Todos os seres bebem a alegria
dos peitos da Natureza,
bons e maus,
seguem todos o seu rasto de rosas.
Deu-nos ela os beijos e a vinha,
um amigo fiel até morte;
ao verme foi dada a volúpia,
e o Querubim está plantado diante de Deus.

Alegres! Alegres!

Alegres, como os sóis que voam
pela planície esplêndida do céu,
fazei, irmãos, a vossa caminhada,
jubilosos como um herói que corre para a vitória!

Abraçai-vos, milhões de seres!
Este beijo ao mundo inteiro!
acima da abóbada estrelada
necessário é que habite um bom pai.

Prosternai-vos, milhões de seres?
Mundo, pressentes tu o Criador?
Busca para lá da abóbada estrelada
Para além das estrelas deve ele morar.

trad. de Mário Vieira de Carvalho

Enviado por Amelia Pais


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