quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Sophia de Mello Breyner Andresen












Sophia de Mello Breyner Andresen


Rogel Samuel


Ela entrou muito elegante, na nossa sala de aula, a convite de D. Cleonice Berardinelli. Ela, Sophia de Mello Breyner Andresen, em pessoa. Era parecia muito nova, nasceu no Porto, a de Novembro de 1919, e faleceu em julho de 2004, Lisboa. Já era muito famosa, naquele ano de 1965, creio que era 65 ou 66. Ela, uma das mais importantes poetisas portuguesas, a primeira mulher portuguesa a receber o Prémio Camões, em 1999. Eduardo Lourenço, que conheci no Porto, em companhia de Neuza Machado, escreveu que ela "quando se aproxima das coisas e avidamente procura "sempre" mais coisas, não é apenas o real que pretende alcançar, mas sobretudo a aliança primitiva (...), a ordem simbólica onde esse real adquire sentido e verdade. Entre a ordem simbólica e a aliança, a identidade é absoluta".

Por isso sonhei, quando hoje Amelia Pais envia este poema:






O Piano sílaba por sílaba
Viaja através do silêncio
Transpõe um por um
Os múltiplos murais do silêncio
Entre luz e penumbra joga
E de terra em terra persegue
A nostalgia até ao seu último reduto

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