AS AMAZONAS DE BILAC
Rogel Samuel
Amaldiçoa o poeta estas atuais "eras sombrias de miséria moral" E diz que a Pátria deve esperar "a aurora". Será a Revolução? Pois "ela virá, com outras eras, outro sol, outra crença em outros dias!"
Grita o poeta que "Davi renascerá contra Golias, Alcides contra os pântanos e as feras" e a revolta dos corações "como crateras, e hão de em lavas mudar-se as cinzas frias".
Faz o poeta aquela reconstrução da subjetividade das "nobres ambições, força e bondade, justiça e paz" que "virão sobre estas zonas, da confusa fusão da ardente escória."
E de quem será a glória? De quem o exército da suprema vitória?
Delas, das Amazonas Virgens, na esplêndida cavalgada de glória daquelas mulheres da mitológica divindade.
AS AMAZONAS
Nem sempre durareis, eras sombrias
De miséria moral! A aurora esperas,
Ó Pátria! e ela virá, com outras eras,
Outro sol, outra crença em outros dias!
Davi renascerá contra Golias,
Alcides contra os pântanos e as feras:
Os corações serão como crateras,
E hão de em lavas mudar-se as cinzas frias.
As nobres ambições, força e bondade,
Justiça e paz virão sobre estas zonas,
Da confusa fusão da ardente escória.
E, na sua divina majestade,
Virgens, reviverão as Amazonas
Na cavalgada esplêndida da glória!
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