O Buda é mente
Rogel Samuel
Dogen (1200 - 1253) escreveu um pequeno e enigmático poema que diz:
"A mente é em si mesma Buda" - difícil de praticar, mas fácil de explicar.
"Quando não há mente não há Buda (No mind, no Buda)" - difícil de explicar, mas fácil
de praticar.
(The Zen Poetry of Dogen: Verses from the Mountain of Eternal Peace, by Steven Heine).
Dogen é um dos poetas máximos do Zen.
Na realidade ele deve ter sido um mestre realizado.
Ora, o que ele quis dizer com "A mente é em si mesma Buda"?
Se o Buda é mente significa que a visão de samsara e nirvana se intercomunicam, ou
são a mesma coisa.
Samsara não é o inferno, o sofrimento mundano. Nem nirvana é o céu, o paraiso celestial.
Tudo depente de uma interpretação mental, ou melhor, do tipo de visão que assumimos.
O nosso mundo pode ser visto em sua verdadeira natureza, e aí está o nirvana.
Ou pode ser visto através das distorções de nossos fatores mentais do ódio, do desejo
e da obscuridade. E aí temos o samsara.
O mundo não é nem paraiso nem inferno.
Ele é o que nós mesmos fazemos dele.
Nós o construímos. Podemos construir o paraíso e o inferno.
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