sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

NEUZA MACHADO - DO PENSAMENTO CONTÍNUO À TRANSCENDÊNCIA FORMAL

NEUZA MACHADO - DO PENSAMENTO CONTÍNUO À TRANSCENDÊNCIA FORMAL
NEUZA MACHADO - DO PENSAMENTO CONTÍNUO À TRANSCENDÊNCIA FORMAL
 NEUZA MACHADO - DO PENSAMENTO CONTÍNUO À TRANSCENDÊNCIA FORMAL
  
RIO DE JANEIRO
2006
 
 
        Machado, Neuza,    1946-
              Do pensamento contínuo à transcedência formal. 1. ed. – Rio de Janeiro: NMachado, 2006 
 
        Bibliografia e Notas
1 . Teoria Literária   -  Crítica Literária   -   Sociologia da Literatura   -  Filosofia   - Literatura Brasileira
I .  Machado, Neuza,  1946-       II .
 
 
SUMÁRIO
 
 
I -.... INTRODUÇÃO ...................... 11
 
 
 
II -... UM SERTÃO INESQUECÍVEL  .............................................................          33
II.1 -... Sertão: Casa da Infância    33
II.2 -... O Artista e suas Máscaras                50
II.3 -... Sertão: Cenário da verdadeira representação
                        do Eu Ficcional do ArtistA..............................................         60
II.4 -... Aprendendo a administrar
Conflitos .........................   74
II.5 -... Resgatando Lembranças    85
II.6 -... O Tempo suspenso entre o antes
e o depois .........................   93
II.7 -... A Filosofia do Vazio em
contraposição à do Cheio         96
II.8 -... Passagem dos Cogitos 104
II.9 -... O Sonho do Artista: Elo de Ligação
com o Cogito(4) .............. 127
II.10-.. Psicanálise da Criação       132
II.10.1  Da reprodução à autêntica criação           132
II.10.2  Uma perspectiva dialética          152
II.10.3  Mudanças no discurso narrativo                161
II.10.4  Sob a influência do fogo      169
II.10.5  Da agitação ao conflito        182
II.10.6  O colorido do sertão roseano             191
II.10.7  Uma perspectiva maravilhada            200
II.10.8  Sertão: sofrimento e conflito              210
II.10.9  Os graus da imaginação na obra roseana                219
II.10.10 A temática da água .... 225
II.11-.. Ascensão ao Concreto        244
II.11.1  Uma perspectiva substancial infinita                244
II.11.2  O narrador perde a vez         255
II.11.3  O elemento Ar: a um passo do infinito              263
II.11.4  Além do cogito(3) ........ 272
II.11.5  Conclusão: Recriando o passado              282
 
 
 
III -.. CONCLUSÃO ....................... 285
 
 
 
IV -.. BIBLIOGRAFIA ....................   297
 
 
 
V -                 NOTAS .......................................................................................................        301
 
 


 
 
Quer queira quer não, o romancista revela o fundo de seu ser, ainda que se cubra literalmente de personagens. Em vão ele se servirá "de uma realidade" como uma tela. É ele que projeta essa realidade, é ele sobretudo que a encadeia.
 
*Gaston Bachelard
 
 
Nasci no ano de 1908. (...). Minha biografia, sobretudo minha biografia literária, não deveria ser crucificada em anos. As aventuras não têm princípio nem fim. E meus livros são aventuras; para mim, são minha maior aventura. Escrevendo, descubro sempre um novo pedaço de infinito; o momento não conta. Vou revelar um segredo: creio já ter vivido uma vez. Nesta vida, também fui brasileiro e me chamava João Guimarães Rosa. Quando escrevo, repito o que vivi antes. E para estas duas vidas um léxico apenas não me é suficiente.
 
Nasci em Cordisburgo, uma cidadezinha não muito interessante, mas para mim, sim, de muita importância. Além disso, em Minas Gerais, sou mineiro. E isto sim é o importante, pois quando escrevo, sempre me sinto transportado para esse mundo: Cordisburgo.
 
Eu sou antes de mais nada um "homem do sertão"; e isto não é apenas uma afirmação biográfica, mas também, e nisto pelo menos eu acredito firmemente, que ele, esse "homem do sertão", está presente como ponto de partida mais do que qualquer outra coisa.
 
Este pequeno mundo do sertão, este mundo original e cheio de contrastes, é para mim o símbolo, diria mesmo o modelo de meu universo.
 
Fui médico, rebelde, soldado. Foram etapas importantes de minha vida. (...). Estas três experiências formaram até agora meu mundo interior; e, para que isto não pareça demasiadamente simples, queria acrescentar que também configuram meu mundo a diplomacia, o trato com os cavalos, vacas, religiões e idiomas.
 
É impossível separar minha biografia de minha obra.
 
Tudo isto é curioso, mas o que não é curioso na vida? Não devemos examinar a vida do mesmo modo que um colecionador de insetos contempla os seus escaravelhos?
 
**GUIMARÃES ROSA


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