segunda-feira, 5 de julho de 2010

Ricardo Reis


As rosas amo dos jardins de Adónis

Essas volucres amo, Lídia, rosas,

Que em o dia em que nascem

Em esse dia morrem.

A luz para elas é eterna, porque

Nascem nascido já o sol, e acabam

Antes que Apolo deixe

O seu curso visível.

Assim façamos nossa vida um dia,

Inscientes, Lídia, voluntariamente

Que à noite antes e após

O pouco que duramos.



Ricardo Reis

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