sábado, 28 de agosto de 2010
O BELO BRANCO BOLO DA GUANABARA
O BELO BRANCO BOLO DA GUANABARA
Rogel Samuel
Naquela bela segunda-feira era aniversário do Rio. Eu andava na cidade, e o bolo de vários estava lá, “ maravilhoso». André Filho, no Carnaval de 1935, dizia: «Berço do samba e das lindas canções».
Dizem que foi Coelho Neto que primeiro chamou o Rio de Janeiro de «Cidade maravilhosa», em artigo publicado em 1908, no jornal A Notícia, «onde enaltecia as belezas e os contornos da cidade» (DA COSTA E SILVA/CARVALHO, Myrthes de/TOLEDO, Caio Alves de. Dicionário universal de curiosidades. CIL S.A., 1966. p. 433.) Referência encontrada na Internet.
Drummond, em «Canto do Rio em Sol», diz:
Os que te amamos sentimos
e não sabemos cantar:
o que é sombra do Silvestre
sol da Urca
dengue flamingo
mitos da Tijuca de Alencar.
Já Drummond dissera, em famoso poema («Canto Esponjoso»):
Bela
esta manhã sem carência de mito,
E mel sorvido sem blasfémia.
Bela
esta manhã ou outra possível,
esta vida ou outra invenção,
sem, na sombra, fantasmas.
Umidade de areia adere ao pé.
Engulo o mar, que me engole.
Valvas, curvos pensamentos, matizes da luz
azul
completa
sobre formas constituídas.
Bela
a passagem do corpo, sua fusão
no corpo geral do mundo.
Vontade de cantar. Mas tão absoluta
que me calo, repleto.
Nunca Carlos Drummond de Andrade foi tão carioca-mineiro quanto neste poema. O Rio ainda é Copacabana, « esta manhã ou outra possível, / esta vida ou outra invenção, /sem, na sombra, fantasmas.». O Rio, « sobre formas constituídas».
Encerro com meu poeminha « CENA CARIOCA»:
Joga o mendigo na praça
pedaços de pão para os pombos
e inteiramente de graça
dá de ombros.
(FOTO DE CUSTODIO COIMBRA)
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