quarta-feira, 15 de junho de 2011

Mantega celebra risco menor que EUA


Mantega celebra risco menor que EUA

Por Aluísio Alves e Silvio Cascione

SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - O custo do seguro sobre títulos soberanos do governo dos Estados Unidos com prazo de um ano superou o do Brasil, fato comemorado nesta quarta-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"Pela primeira vez na história, o risco Brasil é menor que o risco dos Estados Unidos", afirmou Mantega a jornalistas, referindo-se ao valor comparativo dos Credit Default Swaps (CDS), proteção contra inadimplência do emissor, dos dois países.

Na véspera, o CDS do Brasil de um ano fechou em 39,974 pontos-base, abaixo dos 40,349 pontos do norte-americano.

Nesta quarta-feira, a situação já se invertia. Às 13h10, o mesmo papel brasileiro embutia prêmio de 40,701 pontos, enquanto o dos EUA apontava 40,481 pontos.

Os CDS de cinco anos, que têm mais liquidez, apontavam para um risco maior do Brasil que dos EUA. O papel norte-americano negociava a 112 pontos-básicos, enquanto o brasileiro operava a 52,7 pontos.

Os títulos de um ano, negociados no mercado de balcão, têm baixa liquidez e, por isso, podem enfrentar variações mais fortes.

Segundo profissionais do mercado, o aumento do custo dos CDS dos EUA está relacionado ao temor de investidores de que o Congresso do país não eleve o teto de endividamento. Se os parlamentares não derem o aval, o governo norte-americano poderia ficar inadimplente em agosto.

Diante disso, o custo do seguro de dívida dos EUA de um ano mantinha-se no nível mais elevado em mais de dois anos, após o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, e o presidente Barack Obama alertarem para as consequências econômicas caso o limite de endividamento não seja ampliado.

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