sexta-feira, 22 de maio de 2009

Minha tática é ficar para sempre








Minha tática é ficar para sempre

Rogel Samuel

Escreveu Ricardo Bada em El Espectador da Colômbia que Mario Benedetti tinha muitos desafetos no mundo hispânico, que falavam mal dele porque nunca deixou de defender a Revolução Cubana, porque ele tinha um público sem precedente desde Os 20 poemas de amor e uma canção desesperada de Pablo Neruda, porque era lido pela juventude e pelos mais velhos, e porque ele tinha uma carreira literária de mais de 60 anos com êxito.

Bada diz que se encontrou com ele muitas vezes, como em Francfurt, em Berlin, em Madrid, onde almoçaram juntos em uns restaurantes pequenos que ele escolhia deixando para Bada a escolha dos vinhos.

A última vez foi em Montevidéu, em janeiro de 2002, quando lhe deu um exemplar do seu livro de haikus na sua residência. Bada já esperava a morte do amigo querido.

Benedetti consagrou-se com a novela A trégua, diz Ricardo Bada, em 1960, que deve ser sua obra-prima, com mais de 100 edições em espanhol e 19 idiomas, adaptada para o cinema, teatro, rádio e TV.

Bada termina contando que havia uma garota de programa em Madrid que se anunciava assim: “Minha tática é ficar para sempre em sua lembrança”.

Esta era, diz Bada, a tática de Mario Benedetti, a de ficar para sempre na nossa lembrança.

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