quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Morre Bella Jozef






Morre no Rio a professora e crítica literária Bella Jozef



RIO - Morreu, nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro, a professora e crítica literária Bella Jozef. Como crítica e professora universitária, Bella Jozef foi uma das principais intérpretes e divulgadoras da literatura hispano-americana no Brasil. Autora de obras de referência como "História da literatura hispano-americana" e "O espaço reconquistado: linguagem e criação no romance hispano-americano contemporâneo", Bella passou quase 70 de seus 84 anos de vida na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde ingressou aos 15 anos como aluna do curso de Letras, chegando mais tarde ao posto de professora emérita.

Filha de imigrantes russos, Bella Jozef nasceu no Rio de Janeiro em 29 de janeiro de 1926. Ainda adolescente começou os estudos universitários na UFRJ, onde se tornou assistente do poeta Manuel Bandeira, professor da instituição. Foi por estímulo de Bandeira que Bella se encaminhou ao estudo da literatura hispano-americana, a que dedicaria sua vida.

"É no continente que se produz o melhor romance moderno, a literatura mais universal pela temática, pelo achado estilístico e pela visão de mundo", declarou certa vez ao jornal da UFRJ.

Além de assumir por concurso a cátedra de literatura hispano-americana, Bella foi diretora do departamento de Letras Neolatinas e orientou dezenas de teses e dissertações. Autora de estudos sobre os principais escritores hispano-americanos do século XX, ela foi a coordenadora da seção brasileira do importante "Diccionario Enciclopédico de las letras de América Latina", publicado em 1998. Os anos de convivência e amizade com os escritores sobre os quais escreveu resultaram no lançamento em 1999 do livro de entrevistas "Diálogos oblíquos", com conversas com autores como Julio Cortázar, Jorge Luis Borges e Gabriel García Márquez.

Bella Jozef morreu quarta-feira em seu apartamento no Flamengo. Deixa viúvo, Jorge, e dois filhos, Flavio e Rosine. O enterro será às 11h de sexta-feira no Cemitério Israelita do Caju.

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