BARBARA HELIODORA, CRÍTICA TEATRAL, MORRE AOS 91 ANOS
Vanor Correia/ GERJ:
Temida e respeitada por sua erudição, rigor e alto grau de exigência quando assistia a uma peça e escrevia a crítica, ela era considerada por muitos a "Dama de Ferro" do teatro brasileiro
10 DE ABRIL DE 2015 ÀS 15:32
Jornal do Brasil - A crítica teatral Barbara Heliodora morreu na manhã desta sexta-feira (10), aos 91 anos. Ela estava internada no Hospital Samaritano, na Zona Sul do Rio, desde o dia 23 de março.
Barbara Heliodora era a maior tradutora e divulgadora da obra do dramaturgo inglês William Shakespeare no Brasil.
Temida e respeitada por sua erudição, rigor e alto grau de exigência quando assistia a uma peça e escrevia a crítica, ela era considerada por muitos a "Dama de Ferro" do teatro brasileiro. Nascida no Rio de Janeiro, no dia 29 de agosto de 1923, Barbara estreou na imprensa em 1944, em O Jornal. Na época ainda assinava com seu nome de batismo: Heliodora Carneiro de Mendonça Bueno.
Em 1972, escreveu "Algumas reflexões sobre o teatro brasileiro" e em 1975, como acadêmica da USP, defendeu a tese de doutorado "A expressão dramática do homem político em Shakespeare"
Em 2000, a convite da Academia Brasileira de Letras, escreveu "Martins Pena, uma introdução", sobre um dos pioneira da comédia de costumes no Brasil. Em 2004, lançou uma coletânea de ensaios: "Reflexões Shakespearianas". E em 2005, escreveu "Brasil, Palco e Paixão" - Um século de Teatro", junto com outros quatro autores.
Barbara também escreveu o livro 'Caminhos do teatro ocidental', lançado em 2013, fruto de quase 20 anos de trabalho (de 1966 a 1985) como professora de história da dramaturgia no antigo Conservatório de Teatro, atual curso de teatro da UniRio.
Em 2014, lançou "Shakespeare: o que as peças contam — Tudo o que você precisa saber para descobrir e amar a obra do maior dramaturgo de todos os tempos".
No dia 24 de setembro de 2014, a Medalha do Mérito Cesgranrio foi concedida a Bárbara Heliodora, que era membro do Conselho de Cultura da Cesgranrio. A maior comenda da instituição é concedida para homenagear personalidades que se destacam por relevantes serviços prestados à educação e cultura do Brasil.
Barbara trabalhou de 1958 a 1964 no Jornal do Brasil, onde assinou uma coluna especializada em teatro, no suplemento dominical.
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