sábado, 27 de junho de 2009
O canto nordestino
O mundo dá muitas voltas. Ninguém diria que aqueles meninos iam tornar-se tão famosos. Era um grupo de jovens músicos nordestinos que fazia uma apresentação na PUC do Rio. Eu lá estava, com meu amigo Junior, hoje alemão. Junior amava música e graças a ele eu ia a muitos espectáculos musicais de gente nova, Chico, Ney Matogrosso. Aquele era um deles.
O primeiro impacto foi uma jovem Sueli Costa cantando sua belíssima canção. Depois veio aquele rapaz exótico, meio sonhador, tristíssimo, depressivo, que cantou sua canção:
"Quando penso em você fecho os olhos de saudade.
Tenho tido muita coisa, menos a felicidade".
Era Fagner. Confesso que ele estava passando mal, no palco.
"Correm os meus dedos longos em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego já me dá contentamento
Pode ser até manhã
sendo claro feito dia,
mas nada do que me dizem me faz sentir alegria".
No final do espectáculo encontro Fagner sentado no chão. Nunca pensei que ele seria tão famoso.
Sua música era o canto nordestino, sofrido, cheio de solidão e abandono.
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