quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Eclipse total da Lua em junho é principal atração no céu do Brasil em 2011
Cesar Baima
RIO - O ano mal começou e os habitantes da Europa, norte da África e Oriente Médio foram brindados com um eclipse parcial do Sol na última terça-feira. Para os brasileiros, no entanto, 2011 não reserva grandes atrações no céu, admite Naelton Mendes de Araujo, astrônomo da Fundação Planetário do Rio de Janeiro. O principal fenômeno previsto para este ano é um eclipse total da Lua em 15 de junho, que poderá ser observado em todo país. Neste dia, o único satélite natural da Terra já nascerá - por volta das 18h - completamente encoberto pela sombra do planeta, da qual sairá aproximadamente às 19h.
- Este é sem dúvida o fenômeno mais chamativo do ano para os brasileiros, mas 2011 será mesmo um ano fraco - diz Naelton.
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Ainda este ano, outro fenômeno que deverá chamar a atenção dos brasileiros é a chuva de meteoros Eta-Aquarídeas, que terá seu auge no dia 5 de maio, durante o qual estão previstas cerca de 35 "estrelas cadentes" por hora. Já em 22 de outubro os brasileiros poderão ver o auge de outra chuva de meteoros, as Orionideas, com uma estimativa de 25 "estrelas cadentes" por hora. A grande vantagem das duas é que terão seus picos em dias próximos da Lua nova e a luminosidade do satélite não vai atrapalhar a observação, aponta o astrônomo da Fundação Planetário. Outras chuvas significativas do ano, como as Perseidas (12 de agosto), Leonideas (17 de novembro) e Geminideas (14 de dezembro) acontecerão em épocas próximas da Lua cheia, o que piora muito o "show".
Mesmo os principais planetas visíveis a olho nu não proporcionarão grandes espetáculos em 2011, reconhece Naelton. Vênus, o mais brilhante, passará o período de maio a novembro muito próximo do Sol para ser visto. Até abril, ele aparecerá como uma estrela matutina, enquanto em dezembro ele voltará ao céu noturno logo após o crepúsculo.
- Marte também quase não poderá se ver durante boa parte do ano, só aparecendo no céu a partir de junho - conta o astrônomo.
Júpiter, por sua vez, estará visível na primeira metade da noite até março. Em abril e maio ele se "esconderá" atrás do Sol, voltando a aparecer de madrugada a partir de junho. Em 28 de outubro, o maior planeta do Sistema Solar passará por nova oposição à Terra, tornando-se o astro mais brilhante do céu depois do Sol e da Lua, condição em que permanecerá até o fim do ano. Já Saturno estará visível de madrugada até março. Em abril, o planeta dos anéis também entrará em oposição à Terra, ganhando muito em brilho, e poderá ser visto na primeira metade da noite até agosto. Entre setembro e outubro, ele estará muito perto do Sol, voltando a aparecer de madrugada a partir de novembro.
Segundo Naelton, também não está prevista a passagem de cometas brilhantes e asteroides próximos à Terra este ano. Os principais já cadastrados - P/2006 T1 (Levy), 45P/Honda-Mrkos-Pajdusakova e C/2009 P1 (Garradd) - atingirão magnitudes máximas acima de 7, além do limite para serem vistos a olho nu.
- Pode ser que tenhamos alguma surpresa, mas a previsão é mesmo de que este ano será um tanto monótono - reforça o astrônomo.
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