terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
POEMA DA AMANTE
POEMA DA AMANTE
Adalgisa Nery
Eu te amo
Antes e depois de todos os acontecimentos,
Na profunda imensidade do vazio
E a cada lágrima dos meus pensamentos.
Eu te amo
Em todos os ventos que cantam,
Em todas as sombras que choram,
Na extensão infinita dos tempos
Até a região onde os silêncios moram.
Eu te amo
Em todas as transformações da vida,
Em todos os caminhos do medo,
Na angústia da vontade perdida
E na dor que se veste em segredo.
Eu te amo
Em tudo que está presente,
No olhar dos astros que te alcançam
E em tudo que ainda está ausente.
Eu te amo
Desde a criação das águas,
Desde a idéia do fogo
E antes do primeiro riso e da primeira mágoa.
Eu te amo perdidamente
Desde a grande nebulosa
Até depois que o universo cair sobre mim
Suavemente.
(Mundos oscilantes. José Olympio, 1962, RJ )
Gosto deste poema porque ele ama o vazio, a intensidade do vazio, nos ventos, sombras e tempos, nas voltas dos medos, nas tristeza e nos caminhos dos astros, desde a criação das águas, desde a grande nebulosa até a queda do universo suave.
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