domingo, 21 de junho de 2015

17. A PANTERA (Rogel Samuel)



17. A PANTERA (Rogel Samuel)


O mundo estava mudado quando chegamos ao Rio. Mesmo assim, tomei todos os cuidados para não chamar muita atenção sobre nós, e acabamos saindo novamente do país.
Fomos para Frankfurt.
Ao chegarmos, recebidos no Aeroporto por um amigo que trabalhava há muitos anos naquele país e morava na pequena cidade de Walldorf.
Depois de alguns dias em Walldorf passamos para Frankfurt, na Mendelson Strass, no apartamento de outro amigo. 
Depois visitamos a estátua Germânia. 
Meus amigos gostaram de Jara, e ela se deu bem com eles. Chegou a sorrir, coisa muito rara nela. 
Um dia, fomos a Strasburg com Jara e eles no carro. 
Havia uma chuva fina que molhava o chão das ruas e punha as folhas das árvores pensativas. 
Meu avô, que era alsaciano, transbordou sua mulher e filho para um navio inglês que passava. O menino ficou em Strasburgo. 
Ele cresceu perto da Catedral.  Acordava ao som de seus sinos. A catedral, maior do que a  própria cidade.  
Lá esperei as 18 horas dentro da Catedral.  
A primeira coisa que aconteceu foi abrir-se uma portinhola e dali sair  um boneco mecânico, um esqueleto vestido de Morte, que martelou um sininho. 
Aquilo ecoou por toda a nave. 
Era o início da festa.
O grande sino da Igreja respondeu, solene, grave.  
Às 18 horas o relógio funcionou. Os sinos badalaram, foi uma consagração.
Dias depois visitamos um castelo onde foi filmado “O nome da rosa”, que é uma vinícola.
Mas foi quando recebi um recado vindo do Brasil de meu tio Carlos.

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