quinta-feira, 18 de agosto de 2011

CRISE - BOLSAS DESABAM


As bolsas no mundo voltam a ter um dia tenso, após alguns pregões de recuperação. As perdas nas principais praças mundiais giram entre -4% e -6%. O Ibovespa, às 15h55, despencava 4,55%, cotado em 52.561 pontos.

Foto: Associated Press Ampliar

Operadores nervosos no pregão de Nova York

Em Nova York, Dow Jones cai 3,97% e Nasdaq recua 5,23%. Na Europa, o índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 4,77%. A Bolsa de Londres caiu 4,49%, Paris perdeu 5,48% e Alemanha fechou em baixa de 5,82%. Em Milão, a queda foi de 6,15%, a Bolsa de Madri recuou 4,70% e Lisboa perdeu 4,12%. O ASE, da Bolsa de Atenas, teve recuo de 3,38%.

As ações de bancos tiveram alguns dos declínios mais acentuados do dia. Em Londres, o Barclays perdeu 12%. O Société Générale recuou 12% em Paris e o Dexia caiu 14% em Bruxelas, mesmo depois da introdução de restrições às vendas a descoberto nessas duas praças.

São várias as explicações para a volta do nervosismo ao mercado nesta quinta-feira. Números ruins do mercado de trabalho nos Estados Unidos, relatório do Morgan Stanley falando em grandes chances de recessão nos EUA e na Europa, além de notícias sobre aperto do cerco aos bancos dos Estados Unidos pelos BCs daquele país. Além disso, ontem a Fitch rebaixou a classificação de risco do estado de Nova Jersey (EUA). O cardápio, somado à recuperação dos últimos dias, torna o mercado propenso a fortes quedas. Vale lembrar que, ontem, o Ibovespa atingiu o maior nível desde 3 de agosto, ou seja, havia recuperado toda a perda da semana de pânico e subido um pouco mais.

O rendimento dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos com prazo de dez anos, que são referência nos mercados, atingiu nesta quinta-feira recorde de baixa. Os investidores, assustados com novas notícias ruins sobre a economia mundial, correram novamente para a segurança da dívida dos EUA, o que provoca queda no retorno dos bônus. A rentabilidade caiu para 1,99%, de 2,16% ontem. O recorde anterior foi de 2,03%, diz a CNN Money.

Nos EUA, o mercado de trabalho e a inflação deram sinais de piora. O número de pedidos de auxílio-desemprego subiu 9 mil, para 408 mil, na semana passada, superando bastante a expectativa de alta de 5 mil pedidos, para 400 mil. Já o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,5% em julho, superando previsão de alta de 0,3%. O núcleo, no entanto, subiu 0,2%, como esperado.

O Morgan Stanley informou que revisou suas previsões para o crescimento dos EUA e da zona do euro e disse que os novos cálculos indicam que as duas regiões estão se aproximando perigosamente de uma recessão. "As principais razões para a redução nas projeções, além dos indicadores econômicos decepcionantes, são recentes erros políticos nos EUA e na Europa somados à perspectiva de mais aperto fiscal em 2012", diz.

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